Padre que vota SIM está possuído pelo diabo
Um padre de Viseu disse que iria votar «Sim» no referendo de 11 de Fevereiro, porque entende que se deve acabar com a humilhação das mulheres em tribunal e o «verdadeiro infanticídio» a que obriga a lei actual.
Citado pela agência Lusa, o padre Manuel Costa Pinto, de 79 anos, defende que a mulher deve ser libertada «dessa coisa vergonhosa que é o julgamento e os exames à sua vagina».
«Mulheres com medo, que não têm dinheiro para ir para o aborto clandestino e muito menos para o estrangeiro, disfarçam a gravidez até ao parto. Vão para uma casa de banho, sai uma criança, aí sim, já uma criança, metem-na num saco e deitam-na ao caixote do lixo, ao esgoto ou até no campo», lamentou.
Na sua opinião, estas situações só acontecem «por causa da lei que existe actualmente», sendo que, nestes casos, já considera existir um crime, porque se o bebé nasceu com vida «é uma pessoa com personalidade jurídica».
«Eu voto “Sim” sem qualquer dificuldade. Não tomo esta atitude de ânimo leve, sei a minha responsabilidade como católico e como padre», frisou, acrescentando não ter receio de ser excomungado.
«Já estive suspenso 17 anos por escrever um livro sobre o celibato a defender que os padres se deviam casar. Hoje já toda a gente diz isso, mas naquele tempo (início da década de 70) fui só eu», contou.
As reacções a estas posições do padre Manuel Costa Pinto não foram tomadas de ânimo leve tal é o normal nos meandros Católicos.
«Mas que anda esse homem a fazer na Igreja? Só pode ter expulsado o Espírito Santo e admitido o diabo para chegar a esse ponto», disse à Agência Lusa, Domingos Alexandre, de 70 anos, que costuma assistir à missa do padre em Ribafeita. Domingos Alexandre considera que «há pecados que não têm perdão e o que ele disse foi horrível». «É um segundo rei Heródes, é um matador de inocentes. E ainda por cima é um homem da Igreja», frisou, dizendo-se surpreendido com esta posição do padre, a quem nunca teve «nada a apontar» até hoje, quando tomou conhecimento das suas posições. Por isso, não hesita em defender que «deve ser expulso da Igreja».
Maria Ester Boloto, de 73 anos, considera que «o padre Manuel deve estar possuído pelo diabo» e, por isso, não o quer mais na paróquia de Ribafeita, «uma terra muito religiosa, a terra da Madre Rita Amada de Jesus (beata)», cuja medalha traz ao peito numa corrente. «Quem for religioso tem de o ser até ao fim. Ele está a dar maus exemplos, devia era dizer que apelássemos ao não. Na Alemanha, onde o aborto foi legalizado já não há crianças, só pretos. Querem que Portugal fique igual?», questionou.
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