Bem, a hipótese da não existência de deus resolve o problema da existência do mal no mundo.
Mas, levando em consideração o texto, e assumindo a priori a existência de deidades, não posso deixar de notar certos aspectos defendidos no texto.
O primeiro é o aparente monoteísmo. Se eu posso supor a existência de deidades, por que haveria de ser apenas uma? Segundo o texto, devemos ir além dos dogmas religiosos. Mas ele se prende de início a principal característica das religiões judaico-cristãs. O mal poderia ser, por exemplo, uma disputa por território entre dois ou mais deuses, com poderes semelhantes.
O outro ponto é o tom claramente moralista atribuído a deus, expresso nas frases "buscar um caminho que sirva a todas as criaturas" e "Um caminho de princípios que sirvam a todas as realidades". Por que deus necessariamente teria que ter esse atributo de servir de caminho?
Eu poderia lançar, por exemplo, a hipótese de que esse mundo foi uma experiência mal sucedida de deus, que ele ainda estava aprendendo a criar universos para alguma finalidade e que esse saiu errado. Então ele simplesmente "largou mão" desse. Isso também justifica a existência do mal em um mundo criado por deus, sem dar a ele nenhum atributo moralizador.
A verdade é que usando alegações especiais pode-se imaginar o que quiser para justificar a existência de deidades e contornar as contradições.