Max Weber, no seu livro A ética protestante e o espírito do capitalismo, afirma que o capitalismo nasceu graças a ética que os protestantes adotaram. O capitalismo, para ser funcional, precisa de confiança, ou seja, da crença de que os contratos serão respeitados, independentemente das origens étnicas das pessoas que estão negociando. Para o protestantes era importante ser honesto, pois esse princípio seria indicação de aprovação divina, já que Lutero havia afirmado que não eram as obras que salvariam a alma dos homens, essas estavam predestinadas por Deus, só restando aos homens observar os sinais. Um dos sinais era o caráter reto, a integridade da pessoa, outro a riqueza.
Talvez o maior indicador da verdade dessas afirmações seja a condição econômica dos países protestantes. São todos países prósperos e desenvolvidos. Janer Cristaldo em seu blog afirma que nenhum país protestante adotou o socialismo, pois as éticas são incompatíveis.
É certo que o caráter da sociedade não pode ser considerado o único fator, muito embora tenha contribuído. Também é certo que a moral frouxa dos latinos, principalmente dos ibéricos, não foi propício ao desenvolvimento econômico. Adotando o princípio da vantagem a qualquer custo impediu-se que fossem desenvolvidos laços sólidos de confiança.
Os protestantes também tinham o trabalho como um valor em si. Já os ibéricos encaravam o trabalho como um fardo, castigo adâmico. No Brasil, a escravidão veio reforçar essa idéia e os próprios escravos entenderam que liberdade significava verem-se livres de um trabalho acachapante e sem sentido.
Muito se fala das reformas que o Brasil tem de fazer para se desenvolver. Não discordo de nenhuma delas. Mas os valores que a sociedade precisa para adotar o capitalismo talvez seja a maior revolução necessária. Os países asiáticos transformaram os seus antigos valores adaptando-os para que se tornassem parecidos aos ocidentais. Os muçulmanos insistem no Estado Teocrático o que os condenará a um ainda maior atraso. E nós da América latina continuamos a achar que os valores de nossos colonizadores mercantilistas ainda nos são úteis.