O espiritismo clássico, e vertentes similares, defendem a sobrevivência da consciência individual após a morte, eternamente (talvez generalizando).
Fenômenos mediúnicos e fantasmagóricos seriam manifestações desses espíritos nos meios materiais convencionais, as consciências dos mortos, ainda ativas nesse substrato desconhecido, interagindo com o meio material convencional, conhecido.
Há também, no entanto, teorias que sustentam que o ser humano seria capaz de controlar objetos à distância com um poder desconhecido mente, e que isso poderia se dar até inconscientemente.
Esse poder, aliado ao inconsciente da mente humana, e mais hipótese da sobrevivência de memórias estáticas - sem consciência, como dados de computador ou de um diário, mas não um ser pensante - é capaz de responder por praticamente todas as alegações de fenômenos de espiritismos clássicos, sem no entanto requerer a existência de espíritos per se.
Poltergeists, que são como espíritos irracionais, dominados por acessos de fúria despropositada, talvez seriam na maior parte do tempo resultado do estresse emocional de alguma pessoa viva do local, sem qualquer relação com a sobrevivência de memórias de alguma pessoa falecida. Essas podem, em todo caso, influenciar, se forem traumáticas absorvidas pelo inconsciente de indivíduos. (Poltergeits podem também, em suas manifestações mais simples, serem simplesmente a animação espontânea de objetos tipicamente inanimados, mas causada por alguma força física desconhecida, e sem relação com consciente ou inconsciente).
Já as ditas materializações e assombrações mais sofisticadas, seriam produtos psicocinéticos do inconsciente das pessoas, que poderiam estar inclusive munidos inclusive de memórias sobreviventes da pessoa que está sendo "simulada", ainda que os "fantasmas" possam por vezes reconstruídos apenas com memórias ordinárias, das pessoas que conheciam o falecido.
Isso se dá de maneira similar à "simulação" de terceiros que ocorre em nossos sonhos. Não há de fato uma outra consciência além da nossa, nosso inconsciente simula outras entidades de forma convincente com base nas informações que dispomos sobre essas pessoas. O inconsciente é capaz inclusive de nos surpreender nos sonhos, fazendo essas simulações de entidades, por exemplo, terem consciência de "fatos" (elementos criados pelo inconsciente durante o sonho) dos quais nós não sabemos. Por exemplo, nós podemos estar perdidos num local em nossos sonhos, e uma outra pessoa, existente apenas no nosso sonho (ainda que baseada em alguma pessoa conhecida) dar a informação correta sobre a saída ou qualquer outra coisa, informação que não tinhamos antes.
Médiuns, pais-de-santo, e possuídos seriam pessoas dotadas de memórias dos mortos que encontram-se em algum estado alterado de consciência, realmente acreditando serem as pessoas das quais receberam as memórias e agindo de acordo, mais ou menos como uma hipnose.
Isso daria conta de todos os tipos de alegações espíritas que me lembro existirem, além de ter uma boa flexibilidade cultural, se adequando à eventuais fenômenos suficientemente similares de outros credos diversos.