Autor Tópico: [subvertendo] Teoria semi-espírita da sobrevivência da memória, sem espírito  (Lida 990 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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O espiritismo clássico, e vertentes similares, defendem a sobrevivência da consciência individual após a morte, eternamente (talvez generalizando).

Fenômenos mediúnicos e fantasmagóricos seriam manifestações desses espíritos nos meios materiais convencionais, as consciências dos mortos, ainda ativas nesse substrato desconhecido, interagindo com o meio material convencional, conhecido.

Há também, no entanto, teorias que sustentam que o ser humano seria capaz de controlar objetos à distância com um poder desconhecido mente, e que isso poderia se dar até inconscientemente.

Esse poder, aliado ao inconsciente da mente humana, e mais hipótese da sobrevivência de memórias estáticas - sem consciência, como dados de computador ou de um diário, mas não um ser pensante  - é capaz de responder por praticamente todas as alegações de fenômenos de espiritismos clássicos, sem no entanto requerer a existência de espíritos per se.

Poltergeists, que são como espíritos irracionais, dominados por acessos de fúria despropositada, talvez seriam na maior parte do tempo resultado do estresse emocional de alguma pessoa viva do local, sem qualquer relação com a sobrevivência de memórias de alguma pessoa falecida. Essas podem, em todo caso, influenciar, se forem traumáticas absorvidas pelo inconsciente de indivíduos. (Poltergeits podem também, em suas manifestações mais simples, serem simplesmente a animação espontânea de objetos tipicamente inanimados, mas causada por alguma força física desconhecida, e sem relação com consciente ou inconsciente).

Já as ditas materializações e assombrações mais sofisticadas, seriam produtos psicocinéticos do inconsciente das pessoas, que poderiam estar inclusive munidos inclusive de memórias sobreviventes da pessoa que está sendo "simulada", ainda que os "fantasmas" possam por vezes reconstruídos apenas com memórias ordinárias, das pessoas que conheciam o falecido.

Isso se dá de maneira similar à "simulação" de terceiros que ocorre em nossos sonhos. Não há de fato uma outra consciência além da nossa, nosso inconsciente simula outras entidades de forma convincente com base nas informações que dispomos sobre essas pessoas. O inconsciente é capaz inclusive de nos surpreender nos sonhos, fazendo essas simulações de entidades, por exemplo, terem consciência de "fatos" (elementos criados pelo inconsciente durante o sonho) dos quais nós não sabemos. Por exemplo, nós podemos estar perdidos num local em nossos sonhos, e uma outra pessoa, existente apenas no nosso sonho (ainda que baseada em alguma pessoa conhecida) dar a informação correta sobre a saída ou qualquer outra coisa, informação que não tinhamos antes.

Médiuns, pais-de-santo, e possuídos seriam pessoas dotadas de memórias dos mortos que encontram-se em algum estado alterado de consciência, realmente acreditando serem as pessoas das quais receberam as memórias e agindo de acordo, mais ou menos como uma hipnose.

Isso daria conta de todos os tipos de alegações espíritas que me lembro existirem, além de ter uma boa flexibilidade cultural, se adequando à eventuais fenômenos suficientemente similares de outros credos diversos.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: [subvertendo] Teoria semi-espírita da sobrevivência da memória, sem espírito
« Resposta #1 Online: 21 de Fevereiro de 2007, 20:14:54 »
[woo]

PS.: esse pseudo-espiritismo psicocinético/telepático explica mais adequadamente os chamados casos de "cirurgias espirituais" de médiuns que encarnariam dr. Fritzes por aí.

Esses eventos, alegadamente se dão sem a necessidade de anestesia, o que seria impossível numa cirurgia normal (o que para uns é evidência de sua veracidade[!]), e não explicado pela simples ação de um cirurgião normal, com seu corpo material normal, diferindo apenas de um cirurgião convencional por estar sendo controlado por um espírito que não o "de nascença"; é algo totalmente sem lógica, como se o boxeador Rocky Marciano baixasse em um médium e seus socos não provocassem dor num adversário.

A psicocinese do pseudo-médium poderia, por outro lado, reproduzir os efeitos fisiológicos da anestesia no corpo do paciente, ou talvez até mesmo de bisturis e outros instrumentos.

[/woo]

Offline Leafar

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Re: [subvertendo] Teoria semi-espírita da sobrevivência da memória, sem espírito
« Resposta #2 Online: 26 de Fevereiro de 2007, 17:25:33 »
É engraçado como a criatividade consegue, para refutar uma teoria que consideram sobrenatural (como a sobrevivência da alma e a existência dos espíritos), inventar teorias mais sobrenaturais ainda (não estou dizendo que não são válidas, heim!).

Estou quase acabando de ler um livro muito interessante, chamado "O Espiritismo no Brasil - Orientação para católicos", do Dr. Boaventura Kloppenburg.  O autor segue a mesma linha de raciocínio, ou seja, coloca teorias que, se fossem válidas, seriam muito mais fantásticas do que a admissão da existência dos espíritos.  Sugere então que todos os fenômenos relatados podem perfeitamente ser explicados por essas teorias, mas no final se trai: "os milagres aceitos pela Igreja, como as aparições de Nossa Senhora em Lourdes, esses sim, são legítimos…"

Já é um começo. :D

Um abraço.
"Ide com a onda que nos arrasta; necessitamos do movimento, que é vida, ao passo que vós nos apresentais a imobilidade, que é a morte.... Queremos lançar-nos à vida, porquanto os séculos vindouros, que divisamos, têm horror à morte." (Obras Póstumas - Allan Kardec).

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