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CuritibaCetica

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Animais exóticos são vistos onde antes havia gelo na Antártida
« Online: 25 de Fevereiro de 2007, 21:22:01 »
UOL Ciência - 25/02/2007 - 19h39

Animais exóticos são vistos onde antes havia gelo na Antártida

Estrelas-do-mar alaranjadas, peixes-gelo e pepinos-do-mar estão entre as criaturas exóticas encontradas na costa antártica em uma área antes coberta por gelo, disseram cientistas neste domingo.

Essa foi a primeira vez que exploradoresa puderam catalogar a vida selvagem em uma área de 10 mil quilômetros quadrados sobre o mar de Weddel onde antes havia dois gigantescos blocos de gelo.

Com pelo menos 5.000 anos de idade, o primeiro bloco desintegrou-se há 12 anos, seguido pelo outro, em 2002.
(...)
O colapso deu aos cientístas uma oportunidade única de ver o que se escondia por trás desses blocos; antes disso, os cientistas podiam apenas observar através de buracos profundos cavados no gelo.
(...)
Observando a vida a 850 metros abaixo da superfície, eles encontraram uma fauna comumente associada a uma profundidade pelo menos três vezes maior, em lugares onde as criaturas precisam se adaptar à escassez para sobreviver.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/2007/02/25/ult27u60271.jhtm
« Última modificação: 25 de Fevereiro de 2007, 21:26:34 por CuritibaCética »

Offline Pregador

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Re: Animais exóticos são vistos onde antes havia gelo na Antártida
« Resposta #1 Online: 27 de Fevereiro de 2007, 08:30:42 »
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27/02/2007
EL PAÍS

Primeiras mudanças na biologia antártica
O quebra-gelo "Polarstern" localiza espécies colonizadoras nos fundos revelados pelo degelo

Javier Sampedro
em Madri

O colapso de duas grandes geleiras - Larsen A e B - na península Antártica, causado pela mudança climática desde 1995, deixou a descoberto um dos ecossistemas mais virginais do planeta: 10 mil quilômetros quadrados de fundo marinho que estavam há dez milênios enclausurados sob uma impenetrável capa de gelo de 200 metros de espessura.

Os cientistas a bordo do quebra-gelo "Polarstern" foram os primeiros a ver essa paisagem alienígena, e o que viram os deixou assombrados: bandos de holotúrias e ouriços de águas profundas, camarões gigantes, novas espécies de esponjas silicosas e densas colônias de ascídias em crescimento vertiginoso, recém-chegadas depois da fratura da última geleira, em 2002.

A expedição do quebra-gelo de pesquisa alemão durou dez semanas, de 23 de novembro de 2006 a 30 de janeiro de 2007. Trabalharam a bordo 52 cientistas de 12 países associados ao programa Censo da Vida Marinha (CoML na sigla em inglês), dirigido pelo Instituto Alfred Wegener de Pesquisa Polar e Marinha.

O "Polarstern" fará outras três expedições para estudar a biologia do Antártico durante o Ano Polar Internacional (a partir de 1º de março próximo; www.ipy.org).

Os pesquisadores usaram um veículo operado por controle remoto para captar imagens muito nítidas e para coletar cerca de mil espécies, e consideram provável - enquanto esperam uma análise mais sistemática - que várias delas sejam "novas para a ciência".

O entorno da península Antártica onde ficavam as geleiras Larsen A e B é a região da Terra que está se aquecendo mais depressa, segundo o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, recém-divulgado. O primeiro objetivo da expedição era capturar uma cena o mais recente possível da biologia naquele retiro de gelo antes que se perdesse para sempre.

Mas o segundo é surpreender em flagrante novos colonos: as espécies que estão aproveitando neste momento a descoberta de um mundo proibido durante 10 mil anos. "A fratura dessas geleiras abriu porções enormes do fundo oceânico, quase intocadas, seladas por cima durante pelo menos 5 mil anos, possivelmente 12 mil no caso de Larsen B", afirma Julian Gutt, ecologista marinho do Instituto Wegener e cientista-chefe da expedição.

Os pesquisadores se surpreenderam ao encontrar diversas variedades de lírios-do-mar, ou crinóides, parentes primitivos da estrela-do-mar que costumam viver colados ao fundo por um pedúnculo, em águas não muito profundas. Também descobriram abundantes holotúrias (pepinos-do-mar) e ouriços-do-mar.

A geleira Larsen A desmoronou em 1995 e a Larsen B em 2002. Em ambas as regiões há agora esponjas silicosas, que são os animais mais primitivos do planeta. Eles se caracterizam por um crescimento muito lento e estão representados, sobretudo por formas juvenis (larvas), o que indica que essas espécies são recém-chegadas à região. Além disso, sua abundância é muito mais rara em Larsen A do que em B: em sete anos acontece muita coisa.

"Enquanto suas famílias comemoravam o jantar do ano velho em 12 países", destaca a organização em uma imagem inspirada, "os especialistas a bordo do poderoso quebra-gelo de pesquisa registravam descobertas extraídas de águas geladas a 850 metros abaixo do horizonte da península Antártica, uma zona de mudança no sentido mais fundamental."

Um dos pesquisadores da expedição do "Polarstern" era o oceanógrafo Enrique Isla, do Instituto de Ciências do Mar do Conselho Superior de Pesquisa Científica, em Barcelona. Isla vai analisar no instituto as valiosas medições que fizeram dos sedimentos antárticos e da coluna de água sobre eles. "Vão contribuir para esclarecer por que há tantas semelhanças entre os hábitats das grandes profundidades e os dessas zonas que estavam sob as geleiras", adianta Isla.

Apesar de os sedimentos sob as placas Larsen não passarem de 850 metros de profundidade, compartilham traços biológicos com as fossas oceânicas, que chegam a quilômetros.

"O que aprendemos com a expedição Polarstern é a ponta do iceberg, literalmente", diz Michael Stoddart, pesquisador australiano do Censo da Vida Marinha. "Os conhecimentos dessa e das outras expedições que virão nos próximos meses vão esclarecer como as variações climáticas afetam as espécies associadas ao gelo que vivem nessa região", continua.

"Fomos surpreendidos com a rapidez com que um hábitat tão novo foi utilizado e colonizado pelas baleias rorqual, e em densidades consideráveis", acrescentou o pesquisador alemão Meike Scheidat. "Isso indica que o ecossistema mudou consideravelmente na coluna de água."

O desmoronamento das geleiras Larsen foi um fenômeno espetacular, mas o lento derretimento do gelo tem conseqüências mais sutis. Por baixo do gelo, explica Stoddart, crescem as algas do plâncton que alimenta os crustáceos na base de uma cadeia trófica que termina nos pingüins, nas focas e nas baleias. A Antártida está mudando.

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
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Offline Alegra

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Re: Animais exóticos são vistos onde antes havia gelo na Antártida
« Resposta #2 Online: 27 de Fevereiro de 2007, 12:52:11 »
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O desmoronamento das geleiras Larsen foi um fenômeno espetacular, mas o lento derretimento do gelo tem conseqüências mais sutis. Por baixo do gelo, explica Stoddart, crescem as algas do plâncton que alimenta os crustáceos na base de uma cadeia trófica que termina nos pingüins, nas focas e nas baleias. A Antártida está mudando.

Resta saber se é para melhor...Com a falta dessas algas será que os animais que fazem parte desta cadeia estarão ameaçados ou mudarão seus hábitos alimentares?  :?

Já sinto sua falta. Vá em paz meu lindo!

Offline Pregador

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Re: Animais exóticos são vistos onde antes havia gelo na Antártida
« Resposta #3 Online: 27 de Fevereiro de 2007, 13:17:10 »
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O desmoronamento das geleiras Larsen foi um fenômeno espetacular, mas o lento derretimento do gelo tem conseqüências mais sutis. Por baixo do gelo, explica Stoddart, crescem as algas do plâncton que alimenta os crustáceos na base de uma cadeia trófica que termina nos pingüins, nas focas e nas baleias. A Antártida está mudando.

Resta saber se é para melhor…Com a falta dessas algas será que os animais que fazem parte desta cadeia estarão ameaçados ou mudarão seus hábitos alimentares?  :?



Provavelmente serão extintos da região. Claro que embaixo de outras geleiras deve haver mais deles, mas nesta área que está esquentando é quase certo que irão desaparecer, sendo substituídos por espécies adaptadas ao clima, como de fato está ocorrendo.
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Offline Rodion

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Re: Animais exóticos são vistos onde antes havia gelo na Antártida
« Resposta #4 Online: 27 de Fevereiro de 2007, 13:58:19 »
http://www.timesonline.co.uk/tol/news/uk/article1363818.ece
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While sea-ice has diminished in the Arctic since 1978, it has grown by 8% in the Southern Ocean.
well, a antartica está mudando mesmo.
hehe
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

 

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