Não duvido da sinceridade do Maurício. Ao mesmo tempo acho estranho que ele tenha procurado respostas para esses eventos pelos quais passou dentro da perspectiva religiosa. Porque ele não se interessou em tentar entender suas experiências do ponto de vista científico? Acho que isso tem muito mais a ver com uma tendência natural do indivíduo à religiosidade. No meu caso, por exemplo, por mais marcantes e assustadoras que tenham sido minhas experiências de Terrores Noturnos, nunca pensei nelas como algo além da psicologia [1]. Tenho sorte também de não ter pais supersticiosos.
[1] Minhas dúvidas eram: o que estaria causando esses episódios (stress? Alimentação? Infecção? Degeneração de áreas cerebrais? No caso, tinha a ver com stress). Meus medos eram: piora (claro) e sonambulismo (por isso passei a trancar a porta do quarto antes de ir dormir). Com o tempo e o fim do stress, os episódios acabaram.