MENINA PERDE CASO POR VÉU ISLÂMICO NA JUSTIÇA BRITÂNICA
LONDRES, 21 FEV (ANSA) - Uma menina muçulmana de 12 anos perdeu hoje na Suprema Corte de Londres um processo para que a escola que ela freqüenta permitisse o uso do véu islâmico completo, chamado niqab.
Os advogados de defesa da menina afirmaram que a proibição da escola "foi um ato irracional", além de uma violação dos direitos humanos.
Após a decisão judicial, a defesa da menina e sua família declararam estar "muito decepcionados" e afirmaram que farão um apelo contra a medida.
Shah Qureshi, advogada da menina, declarou que o caso "trata de tolerância religiosa e sobre a liberdade de prática da religião, sem que esta interfira na vida dos outros".
Durante uma das audiências, foi divulgada a informação de que uma das três irmãs mais velhas da jovem, que estudavam na mesma escola, pôde vestir o véu completo.
A menina, cujo nome verdadeiro não foi divulgado, afirmou que a proibição da escola "destruiu" sua "expectativa legítima" de vestir o niqab. Ela também disse que a decisão violou seu direito de "liberdade, consciência e religião" protegido pelo artigo 9 da Convenção Européia de Direitos Humanos.
A escola de Buckinghamshire, que também não foi identificada, informou à menina em setembro do ano passado, quando começou a usar o véu islâmico por ter atingido a puberdade, que ela não poderia usar a vestimenta.
Segundo os professores da escola, o véu islâmico, que cobre o rosto, com exceção dos olhos, torna muito difícil a comunicação e o processo de aprendizagem escolar.
Umas 120 das 1.300 alunas da escola são muçulmanas e 60 delas usam o véu hijab, que cobre apenas o cabelo.
Mas a menina em questão foi a única que exigiu a permissão para vestir o véu completo em sala de aula na presença de professores homens.
Após a proibição da escola, a jovem começou a ter aulas particulares em casa e ganhou uma vaga para estudar em outra instituição usando o niqab, mesmo dizendo que quer retornar à instituição anterior.
A escola decidiu pedir auxílio legal ao Centro Educacional Muçulmano de Oxford, que afirmou que nem todos os muçulmanos estão de acordo com o uso do véu islâmico completo. (ANSA)
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