Autor Tópico: Igreja pode liberar camisinha no casamento, dizem especialistas  (Lida 1404 vezes)

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Offline LuizJB

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Igreja pode liberar camisinha no casamento, dizem especialistas
« Online: 03 de Março de 2007, 17:20:58 »
02/03/2007 - 08h31
Igreja pode liberar camisinha no casamento, dizem especialistas

da BBC, em Londres

Vaticanistas italianos acreditam que uma mudança histórica nas normas da Igreja Católica sobre o uso da camisinha está próxima, com a autorização do preservativo dentro do casamento, no caso de um dos parceiros estar contaminado pelo vírus HIV.

O assunto começou a ser discutido com autorização do papa Bento 16. Em abril do ano passado, ele encomendou uma pesquisa sobre os aspectos morais e científicos do uso dos preservativos a Javier Lozano Barragán, presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral da Saúde.

O órgão é responsável pelo estudo das ações e propostas da política vaticana sobre medicina na cura dos doentes e temas como sexualidade, prevenção da gravidez e aborto.

Segundo o cardeal mexicano Barragán, a análise com dados sobre o tragédia da Aids no mundo já foi entregue à Congregação para a Doutrina da Fé, (o antigo Santo Ofício, cuja função é a de promover e tutelar a doutrina da fé e da moral em todo o mundo católico).

Atualmente, a posição oficial do Vaticano permanece a mesma: proíbe os católicos de utilizar qualquer método contraceptivo, mesmo para evitar a transmissão do vírus HIV entre parceiros casados.

Recomenda a fidelidade dentro do casamento ou a abstinência sexual como a melhor maneira de combater a Aids.

‘Verdadeira bomba’

Fora do Vaticano, quem leu o estudo da Pastoral da Saúde, acredita que o conteúdo do documento é tão polêmico que ele nunca será publicado ou discutido na sua totalidade.

A revista L'espresso, em sua última edição, classifica o documento como uma verdadeira bomba.

"É um livro grande com 300 páginas ricas de gráficos, diagramas e tabelas. Contém muitas informações sobre doenças infecciosas nos países em desenvolvimento e questiona o que fazer. Sobretudo, diante do flagelo da Aids e o pedido de bispos africanos e sul-americanos para a liberação do uso do preservativo", diz a revista.

Sandro Magister, vaticanista da L'espresso, diz que a Igreja Católica não modificará a doutrina moral atual.

"O consentimento será apenas para o caso concreto no casamento: quando o uso da camisinha tem a intenção de proteger o parceiro saudável do contágio do vírus da Aids”, afirma Magister.

"Não tem nenhum sentido o Vaticano autorizar o uso de preservativos em relações sexuais fora do casamento. Isto não aconteceria, porque este tipo de relacionamento não tem o consentimento da Igreja".

Castidade

A Igreja continua não reconhecendo que alguns países tiveram sucesso em controlar a Aids contando com as camisinhas para reduzir a transmissão.

"Nos últimos anos, a estratégia de difusão dos preservativos nos países africanos perdeu crédito com a pesquisa científica séria e até com a população, porque não ocorreu nenhuma diminuição do contágio, que cresce ano a ano", disse à BBC Brasil o presidente da Pontifícia Academia para a Vida, monsenhor Elio Sgreccia.

"O único sinal de êxito ocorreu quando o governo e a Igreja trabalharam juntos numa mudança de comportamento, com a defesa da castidade antes do casamento e a fidelidade depois."

Na avaliação do vaticanista Ignazio Ingrao, é importante que uma questão tão delicada esteja sendo tratada. A possível mudança na postura do Vaticano, segundo ele, deve ser considerada como um avanço técnico.

Não está por vir nenhuma mudança radical que apóie, por exemplo, a posição do governo brasileiro, que tenta promover o sexo seguro através do uso de camisinhas.

De acordo com Ingrao, apesar de vários altos representantes da Igreja Católica defenderem mudanças mais significativas, a única abertura ao uso da camisinha será mesmo na circunstância de proteção da vida dentro do casamento, se um parceiro estiver infectado com o HIV ou doente com Aids.

Marco Politi, especialista em Vaticano do jornal La Repubblica, concorda com Ingrao. De acordo com ele, o Vaticano deverá dizer que preservativos poderão ser usados como um mal menor, apenas neste caso específico.

"Independentemente do que o papa decidir, não acredito que seja publicado um documento específico sobre o uso dos preservativos", diz Ingrao.

"O mais provável é que a Congregação da Doutrina da Fé inclua um capítulo sobre o tema num outro trabalho maior".
___________________________________________________________ ____________________________
Fonte: http://noticias.uol.com.br/bbc/2007/03/02/ult2363u9639.jhtm

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"Nos últimos anos, a estratégia de difusão dos preservativos nos países africanos perdeu crédito com a pesquisa científica séria e até com a população, porque não ocorreu nenhuma diminuição do contágio, que cresce ano a ano", disse à BBC Brasil o presidente da Pontifícia Academia para a Vida, monsenhor Elio Sgreccia.

Alguém sabe se este senhor tirou essa idéia de alguma pesquisa confiável ? Essa afirmação parece ser muito estranha para mim....religiosos falarem mal dos cientístas por não acreditarem em deus eu to acostumado....mas utilizar a ciência (no caso da frase dele "pesquisa científica") para confirmar que a camisinha não funciona me revolta.

É incrível como o dogmatismo religioso tem este poder. Não sei como o papa consegue deitar a cabeça dele no travesseiro a noite, sabendo que pode estar tirando a vida de milhares de pessoas a cada dia.
"Predadores parecem "projetados" de forma bela para caçar presas, enquanto que as presas parecem igualmente "projetadas" de forma bela para escapar deles. De que lado deus está?"
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rizk

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Re: Igreja pode liberar camisinha no casamento, dizem especialistas
« Resposta #1 Online: 08 de Março de 2007, 07:36:04 »
Legal mesmo foi ontem a ministra, em rede nacional, em horário nobre, falando sobre o programa da AIDS e dizendo "sempre usem camisinha". Cadê a CNBB pra nos proteger dessa imoralidade, hein?

Cada dia mais, penso que a CNBB é a total inimiga da mulher moderna.

Offline LuizJB

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Re: Igreja pode liberar camisinha no casamento, dizem especialistas
« Resposta #2 Online: 08 de Março de 2007, 15:59:47 »
Legal mesmo foi ontem a ministra, em rede nacional, em horário nobre, falando sobre o programa da AIDS e dizendo "sempre usem camisinha". Cadê a CNBB pra nos proteger dessa imoralidade, hein?

Cada dia mais, penso que a CNBB é a total inimiga da mulher moderna.

Só da mulher moderna? Não exclua a gente da sua frase !  :ok:
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rizk

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Re: Igreja pode liberar camisinha no casamento, dizem especialistas
« Resposta #3 Online: 08 de Março de 2007, 21:54:33 »
Amigo, de boa, hoje eu ainda não passei o meu discurso de 8 de março, então vai lá.

Em termos de "políticas para mulheres", o que é mais PREMENTE é AIDS, como notou a ministra. Daí, a violência doméstica, como também notou a ministra. E já nessas duas é uma porrada na CNBB que se dá.

Agora, e a gravidez na adolescência, que fazer com ela? E a legalização do aborto? E os métodos contraceptivos sendo distribuídos livremente? E a união civil dos gays? E o acompanhamento dos transexuais pelo SUS? Aí ninguém mexe, POR QUE?!?! E a CNBB não se manifesta quanto à questão feminina, mas pela Amazônia!!!!

Ou melhor, quando se manifesta, vai pela orientação fascista atual do Vaticano e não pela católica com quem eles lidam diariamente e cujos problemas conhecem.

Offline Rodion

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Re: Igreja pode liberar camisinha no casamento, dizem especialistas
« Resposta #4 Online: 08 de Março de 2007, 21:55:34 »
putz, hoje é dia da mulher? não vi ninguém falando nada.
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline LuizJB

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Re: Igreja pode liberar camisinha no casamento, dizem especialistas
« Resposta #5 Online: 08 de Março de 2007, 22:33:36 »
Amigo, de boa, hoje eu ainda não passei o meu discurso de 8 de março, então vai lá.

Em termos de "políticas para mulheres", o que é mais PREMENTE é AIDS, como notou a ministra. Daí, a violência doméstica, como também notou a ministra. E já nessas duas é uma porrada na CNBB que se dá.

Agora, e a gravidez na adolescência, que fazer com ela? E a legalização do aborto? E os métodos contraceptivos sendo distribuídos livremente? E a união civil dos gays? E o acompanhamento dos transexuais pelo SUS? Aí ninguém mexe, POR QUE?!?! E a CNBB não se manifesta quanto à questão feminina, mas pela Amazônia!!!!

Ou melhor, quando se manifesta, vai pela orientação fascista atual do Vaticano e não pela católica com quem eles lidam diariamente e cujos problemas conhecem.

Desculpe se me expressei mal, mas não quis dizer que o problema da CNBB com as mulheres é igual ou menos grave do que com os homens. Na verdade só quis dizer que é um problema com a sociedade como um todo. Acho que disse essa frase em um dia errado.
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rizk

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Re: Igreja pode liberar camisinha no casamento, dizem especialistas
« Resposta #6 Online: 08 de Março de 2007, 22:56:02 »
Bruno, vc é mesmo O pau no cu hein? :lol:

Eu ganhei bombons e flooores, não quis passar o discurso habitual e encher o saco dos gracinhas que fizeram fofurinhas. Então, Luiz, não é com você, fui eu que quis desabafar. Naturalmente, se a CNBB atinge as mulheres, atinge também os homens, e vice-versa. Atinge os ateus que não têm nada a ver com isso! E quem é mulher e atéia, então, só se fode.

E, ui, esqueci de passar o chavão: o dia da mulher não é dia de flor, não é dia de festa, mas é dia de reflexão, é dia de luta! 15% das brasileiras sofrem violência doméstica! 20% das mulheres sofreram abuso sexual antes dos 15 anos! Um milhão de brasileiras morrem em consequência de aborto anualmente!

(E, até onde eu sei, são estes números há pelo menos 3 anos. É isso que dá no saco, a gente quer vomitar estatísticas em quem dá parabéns, mas todo ano é o mesmo número: nunca dá pra celebrar "oh, este ano foram só trezentas mil" e tal.)

(E, digo mais, esses cartõezinhos sobre a luz da mulher, a graça, a dádiva têm é que ir tomar no cu. Quem escreve essas porcarias, digo. Luz, graça, é coisa que diz quem não me conhece :lol:)

Offline Rodion

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Re: Igreja pode liberar camisinha no casamento, dizem especialistas
« Resposta #7 Online: 09 de Março de 2007, 00:35:51 »
e quantos maridos brasileiros não sofrem violência doméstica, ainda que não necessariamente física? quantos bravos varões não são diariamente constrangidos em todos os sentidos por mulheres?

você não sabe. e nem eu. porque o DIEESE não faz estudos sobre isso.
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Raphael

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Re: Igreja pode liberar camisinha no casamento, dizem especialistas
« Resposta #8 Online: 09 de Março de 2007, 01:30:05 »
e quantos maridos brasileiros não sofrem violência doméstica, ainda que não necessariamente física? quantos bravos varões não são diariamente constrangidos em todos os sentidos por mulheres?

você não sabe. e nem eu. porque o DIEESE não faz estudos sobre isso.

Isso muda em alguma coisa? Divulgar dados sobre violência muda em alguma coisa?. Não seria melhor trabalharmos em conjunto para que a violência não mais exista e as pessoas vivam em paz?

Offline LuizJB

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Re: Igreja pode liberar camisinha no casamento, dizem especialistas
« Resposta #9 Online: 15 de Março de 2007, 15:54:28 »
Legal mesmo foi ontem a ministra, em rede nacional, em horário nobre, falando sobre o programa da AIDS e dizendo "sempre usem camisinha". Cadê a CNBB pra nos proteger dessa imoralidade, hein?

Cada dia mais, penso que a CNBB é a total inimiga da mulher moderna.

Você "pediu" e a igreja católica reagiu...

Artigo do Cardeal Dom Eugenio de Araújo Sales )Arcebispo Emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro) publicado nos principais jornais do Rio de Janeiro no sábado passado:
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A falsa educação sexual

A informação sobre o preservativo é uma resposta simplista ao que a juventude requer
 

Há poucos dias, chegou às minhas mãos um documento da Pastoral Social da Conferência Episcopal da Nicarágua, assinado por Dom Bernardo Hombach, sob o título: “Lucro exagerado com medicamentos contra AIDS é imoral”.

Ultimamente, no Brasil, tem sido largamente anunciado o uso do preservativo. O pretexto é evitar o contágio da AIDS e o engravidamento de alunas nas escolas públicas. Essa iniciativa tem o apoio de autoridades civis, e, inclusive, de progenitores. Ao contrário, a educação sexual, se autêntica, tem por objetivo levar a juventude, desde o desabrochar do instinto sexual, ao reto cumprimento de sua missão procriadora. Cabe aos pais, e depois aos educadores, transmitir as normas bastante precisas e evitar que a educação sexual se transforme em propaganda do sexo; deve, ao contrário, formar para o autocontrole dentro das normas de moral e de bom senso.

Sei do clima erótico que impera em toda a parte, inclusive em novelas e outros programas de TV. É exatamente pela decadência dos costumes que se faz mister dizer a verdade, não fechar os olhos e não promover exatamente o que deveria ser evitado. Assim, nas escolas públicas é oferecido o preservativo para que não haja gravidez e sejam evitadas doenças sexualmente transmissíveis.

O resultado é o que, infelizmente, vemos o desvio de comportamento na juventude e o fracasso de casamentos. E os filhos são as primeiras vítimas da dissolução dos lares.

O documento a que fiz referência no início, com data de 24 de janeiro último, afirma que “a pandemia do HIV é uma das crises mais graves da saúde, da vida social, econômica, de segurança e de desenvolvimento humano que o planeta enfrenta. Mata milhões de adultos em sua maior plenitude”. A preservação dessa epidemia não está na promoção do sexo.
O mesmo se diga do engravidamento precoce. Também afirma o documento: “É importante enfatizar o valor da fidelidade no matrimônio e do compromisso conjugal como fatores fundamentais na contenção da pandemia da AIDS”. Recorda a importância da educação nos valores “para proteger a nossa juventude” e afirma que, “como Igreja, temos de anunciar, contra uma forte pressão da opinião pública, que a verdadeira felicidade não consiste na libertinagem e no hedonismo, mas em uma vida levada segundo a vontade de Deus, segundo a qual a abstinência e o sacrifício são sinais de liberdade interior que conduzem à verdadeira felicidade. Ser livre exige libertar-nos de toda escravidão que nos limita”.


Segundo Dom Hombach, “a informação sobre o preservativo é uma resposta simplista ao que a juventude requer. Não converte a imaturidade em maturidade. A formação, – não somente a informação –, é do que se precisa. Mais que falar sobre o preservativo, será muito mais efetivo preparar e equipar os pais e educadores com os apropriados conhecimentos para educar seus filhos e alunos no valor da sexualidade, relação humana profunda, diálogo de pessoas e não só de corpos, ainda que também se expresse na corporeidade. Banalizou-se a exigência do amor e da ternura, reduzindo-o à pura genitalidade, ao meramente biológico”.

Sobre essa matéria, trago trechos do artigo do Cardeal Alfonso Lopez Trujillo sob o título: “Valores da Família e o assim chamado ‘Sexo Seguro’”, com data de dezembro de 2003. Quatro agências governamentais dos Estados Unidos, responsáveis pela pesquisa sobre preservativos, patrocinaram, juntas, um “Workshop” para “avaliar a evidência divulgada, afirmando a eficiência dos preservativos de látex para a prevenção HIV/AIDS e outras DSTs” (Doenças Sexualmente Transmissíveis). O resultado foi publicado no dia 20 de julho de 2001. “O Workshop Summary” revelou que o preservativo reduz o perigo de contaminação de AIDS/HIV em 85%. Isto significa que há um risco de 15%. Este dado não deve permanecer desconhecido, pois muitos usuários, inclusive jovens, pensam que o preservativo garante segurança total.

De fato, há estudos que demonstram o aumento de casos HIV/AIDS na medida da maior distribuição dos preservativos. O comportamento humano é fator importante na transmissão de AIDS. Sem uma adequada educação, visando o abandono de certas atitudes sexuais, corre-se o risco de perpetuar as conseqüências desastrosas da pandemia.
O “Condom with AIDS in Africa” (13 de dezembro de 2002) divulgou o seguinte: “Enquanto a AIDS se difunde pela África, Uganda é um sucesso isolado. Milhões de ugandenses adotaram uma moral sexual tradicional, inclusive a abstinência sexual fora do matrimônio e de fidelidade no matrimônio, para assim evitar a infecção. Mas a Organização Mundial para a AIDS tem relutado em promover tal estratégia noutro lugar, continuando, ao contrário, a confiar no preservativo”.

Existem relatórios que mostram o êxito da abstinência sexual antes do matrimônio e o da fidelidade dos esposos. No citado exemplo de Uganda, que optou por este programa, a incidência de HIV/AIDS tem sido mais controlada que em outros países.

Comentando algumas dessas informações, Jokin de Irala, professor de epidemiologia na Universidade de Navarra, Espanha, afirmou: “É simplesmente irresponsável o que está sendo feito em muitos países. É um erro que, no final das contas, custará muito caro, confiar cegamente no preservativo e nada mais na luta preventiva, quando já está claro que tal método não tem sido suficiente para frear a epidemia em grupos que, a priori, são grandemente de risco, como os homossexuais. O povo poderia exigir das autoridades mais seriedade e mais originalidade, quando se trata de resolver esses problemas”.

São do Papa Bento XVI as seguintes palavras dirigidas aos participantes da Plenária da Pontifícia Comissão para a América Latina: “Os freqüentes fenômenos de exploração e injustiça, de corrupção e violência, são uma chamada urgente a que os cristãos vivam a sua fé, com coerência, e se esforcem por receber uma sólida formação doutrinal e espiritual, contribuindo assim para a construção de uma sociedade mais justa, mais humana e cristã”.

Não devemos e nem podemos ser parceiros na difusão de algo que afetará a vida de milhões de irmãos nossos e, de modo particular, da juventude, “futuro da humanidade”.
Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=5041

Abaixo, a resposta do Ministério da Saúde ao artigo:
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Nota de Esclarecimento
  10/03/07
 

Em relação ao artigo “A falsa educação sexual”, de Dom Eugenio Sales, arcebispo emérito do Rio de Janeiro, publicado neste sábado, 10 de março, nos jornais O Globo e Jornal do Brasil, o Programa Nacional de DST e Aids esclarece que:

1 – A função do Ministério da Saúde na condução de políticas públicas é promover a saúde e a prevenção de doenças, de acordo com princípios científicos estabelecidos. A política de prevenção do Ministério da Saúde às DST e aids não é “promoção de sexo”. O uso do preservativo não é “pretexto para evitar o contágio da aids”. Isso é um fato científico. A camisinha é atualmente a forma mais segura e eficiente para evitar a disseminação sexual não só do HIV, como de outras doenças sexualmente transmissíveis para as pessoas com vida sexual ativa. Uma série de pesquisas comprovam exaustivamente ser a camisinha a melhor barreira para a transmissão sexual do vírus. Isso não apenas é o consenso científico mundial, como também é referendado por vários instituições internacionais, inclusive do sistema das Nações Unidas.

2 – É papel da Igreja  "enfatizar os valores da fidelidade do matrimônio e do compromisso conjugal” e construir para os católicos uma idéia de educação sexual baseada nestes princípios, mas o Estado não pode basear uma política de saúde pública em princípios morais e religiosos. O Estado brasileiro é laico e a prática de abstinência e de “autocontrole” não são prerrogativas do Estado, mas questões de foro íntimo de cada pessoa, e de nenhuma forma podem servir de base na construção de políticas públicas.

3 - Ao contrário do que afirma Dom Eugênio Sales em relação ao sucesso de Uganda na política de abstinência e “ moral sexual tradicional”, estudos em todo o mundo vêm demonstrando o baixo impacto da estratégia de abstinência na luta mundial contra a aids, inclusive na própria Uganda. Segundo um desses estudos, da universidade norte-americana de Yale, divulgado em 2005, a promoção isolada da abstinência é não só ineficaz, como pode ser prejudicial, uma vez que o estudo constatou que os jovens norte-americanos que participaram de programas de promoção da abstinência apresentaram maiores taxas de infecções de transmissão sexual ao iniciarem a sua vida sexual.

4 - Lamentamos ainda que no artigo sejam citadas fontes, como o Professor Jokin de Irala, da Universidade de Navarra, que ainda utilizam inadequadamente conceitos ultrapassados como o de “grupo de risco”, que tendem a induzir que a aids é um problema de grupos específicos dentro da sociedade, aumentando o estigma e discriminação. A vulnerabilidade à aids atinge jovens, mulheres, pessoas na terceira idade, enfim, é hoje um problema de toda a sociedade brasileira.

5 - A promoção do uso do preservativo para as pessoas que optam por manter vida sexual ativa é e continuará a ser um dos pilares da política brasileira de prevenção às DST e aids, por ser cientificamente o método mais eficaz disponível. Todos nós queremos e trabalhamos arduamente para que no futuro possamos ter uma geração sem aids. Por isso adotamos essa política que, aliada ao acesso universal ao tratamento, tem permitido ao país o reconhecimento internacional no combate à epidemia.

Mariângela Simão
Diretora do Programa Nacional de DST e Aids




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rizk

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Re: Igreja pode liberar camisinha no casamento, dizem especialistas
« Resposta #10 Online: 15 de Março de 2007, 22:39:07 »
Ah Bruno, dá licença, mas você não PRETENDE comparar a situação das mulheres que sofrem violência doméstica com isso aí. É uma pena, rapaz, mas em MUITAS vezes a mulher não tem pra onde ir. Pelo mero fato de o dinheiro não ser dela, e de ela ter crianças pra sustentar. O homem pode levantar e sair a qualquer tempo, e muitas vezes consegue até direito de visita. Nem OUSE comparar com um marido que sofre abuso moral ou sei lá.

Às vezes falta bom-senso, sabe. Muito Greenpeace isso, vindo de um menino tão culto e estudado.

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Luiz, tardou mas veio. Parabéns à D. Mariângela, que deu um chute no saco desses indivíduos. Naturalmente, os sacos dos ditos-cujos já atrofiaram e eles vão seguir resmungando, mas é a vida, não.

 

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