Outra notícia absurda...
Fonte:
http://www2.correioweb.com.br/cbonline/pri_bra_290505_211.htmSATANISMO
MPF quer proibir venda de jogo
Laudo sustenta que Vampiro: a Máscara, uma das modalidades de RPG, pode incentivar atos violentos
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Fernanda Odilla, Maria Clara Prates e Telma Gomes
Do Estado de Minas
Laudo da psicóloga Patrícia Mourão Cerqueira Figueiredo, do Ministério Público Federal (MPF), anexado à Ação Civil Pública movida pelo procurador da República em Minas Fernando de Almeida Martins para proibir a modalidade do RPG Vampiro: a Máscara, sustenta que o jogo pode realmente influenciar os participantes a ponto de levá-los a transpor a ficção para a realidade, chegando a cometer um crime. Com o documento, o procurador reforça a tese de que o jogo, que tem suas publicações, DVDs e CDs comercializados pela editora paulista Devir Ltda, deve ser tirado de circulação.
“O trágico episódio de Guarapari irá, com certeza, dar impulso à ação civil pública. O desdobramento do caso da estudante Aline também, já que há indícios fortes de que o crime teve o RPG como pano de fundo”, alega o representante do MPF. O procurador já ingressou com uma petição para atuar como assistente de acusação no processo criminal da estudante Aline Silveira Soares, morta com 17 facadas num cemitério em Ouro Preto, em 2001.
Elaborado com foco especificamente na modalidade Vampiro: a Máscara, o relato da psicóloga Patrícia Figueiredo destaca que no jogo, a pessoa assume um outro personagem. “Provavelmente um vampiro”, indica o documento. Segundo o manual, a ambientação se dá no Mundo das Trevas, onde “existe um elemento muito sombrio, que se alimenta da violência e do desespero que monstros precisam para se abastecer”.
Segundo o laudo, o jogo se assemelha em vários aspectos a um psicodrama, método de intervenção que usa a dramatização, de acordo com os objetivos perseguidos em cada caso. O estudo afirma que o jogo Vampiro: a Máscara se torna perigoso à medida que “impele seu jogador a identificar-se com a personagens onipotentes, oniscientes, invulneráveis em seu poder de destruir, matar, comandar, seduzir e enganar.”
Perfis exóticos
Informações fornecidas por parentes de Camila, prima de Aline, permitem traçar um esboço do perfil psicológico da jogadora. Ela é definida pelo primo Ralph Silveira como uma garota problemática, mas muito inteligente, que ressalta sua participação, na infância, de dois filmes de terror, um deles com o sugestivo nome de Embrião Satânico.
Em Guarapari, Camila e Liliane eram conhecidas como integrantes da “galera do portal”. Um surfista, que pede o anonimato, conta que elas faziam parte de uma turma que se vestia de preto, fumava maconha e cheirava cola de sapateiro enquanto jogava RPG na Praia dos Namorados ou no cemitério velho de Guarapari. “Elas viviam atravessando um portal imaginário”, recorda.
Por sua vez, Cassiano, Maicon e Edson Poloni, também acusados de matar Aline, são definidos por estudantes que conviveram com eles como pessoas que não se relacionavam com os vizinhos da república Sonata, em Ouro Preto. Os três não costumavam sair de casa durante o dia, sendo vistos circulando praticamente somente à noite.
Tímido, introspectivo e dono de uma inteligência acima do normal. Este era o perfil traçado por quem conhecia Tiago Guedes, que morreu com os pais durante uma partida de RPG, em Guarapari. Eles revelam que o estudante tinha poucos amigos e dificuldade para falar olhando nos olhos das pessoas. Jogadores de RPG da cidade contam que, durante as partidas, o estudante se transformava, como se, através do personagem, conseguisse extravasar todas as emoções.
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