A pobreza no mundopor Walter E. Williams em 21 de fevereiro de 2007 © 2007 MidiaSemMascara.org Se você estiver à procura do mapa da pobreza no mundo, dê uma olhada no “
Índice de Liberdade Econômica de 2007”, publicação conjunta da Heritage Foundation e do The Wall Street Journal. Você pode achar o título do documento um pouco estranho para algo que supostamente seja o mapa da pobreza.
A 13ª edição do “Índice de Liberdade Econômica” examina 10 características econômicas de 157 países. Dentre elas constam direitos à propriedade, estabilidade monetária, liberdade com respeito ao governo, restrições ao comércio, regulamentações que afetam os negócios e corrupção governamental. Usando essas medições de liberdade econômica, os países são classificados.
Hong Kong e Singapura são classificados como as duas economias mais livres do mundo, como têm acontecido nos últimos 13 anos, com níveis de 89 e 86 por cento de liberdade. Completando as dez economias mais livres estão a Austrália (83), EUA (82), Nova Zelândia (82), Reino Unido (82), Irlanda (81), Luxemburgo (79), Suíça (79) e Canadá (79).
Na outra ponta da lista estão os países menos livres. No 157º lugar está a Coréia do Norte, com 3 por cento de liberdade, o país menos livre do mundo. No 156º lugar está Cuba, 30 por cento de liberdade, e em ordem crescente estão: Líbia (34), Zimbábue (36), Burma (40), Turkmenistão (42), Congo (43), Irã (43), Angola (43) e Guiné-Bissau (45)*.
O “Índice de Liberdade Econômica de 2007” exibe um mapa colorido mostrando países que são livres, majoritariamente livres, moderadamente livres e os mais repressivos. Adivinhe onde se podem encontrar os países mais miseravelmente pobres do mundo? Se você respondeu que é entre os mais economicamente repressivos, você adivinhou.
Certos indivíduos alegam que alguns países são ricos por causa de recursos naturais abundantes. Isso é um contra-senso. A África e a América do Sul são, provavelmente, as regiões mais ricas em recursos naturais do planeta mas abrigam alguns dos países mais pobres do mundo. Ao contrário, países como a Inglaterra, Japão e Hong Kong são pobres em recursos naturais, mas seus povos estão entre os mais ricos do mundo. Hong Kong importa inclusive sua comida e sua água. Alguns usam ainda a história de colonialismo como uma desculpa para a pobreza. Isso é também um contra-senso. Os EUA foram uma colônia. Também o foram o Canadá, a Austrália, a Nova Zelândia e Hong Kong, mas eles são países ricos.
A razão de alguns países serem ricos, enquanto outros são pobres, é mais bem explicada pela quantidade de liberdade econômica que seus povos desfrutam e a extensão do controle do governo sobre a economia. Não cometa o erro de confundir democracia com liberdade econômica. Afinal, a Índia é politicamente uma democracia, mas economicamente é um dos países mais pobres e repressivos. Há países no índice de liberdade econômica que não têm uma história tão grande de democracia, tal como o Chile, que está em 11º lugar e Taiwan, 26º, e mesmo assim são muito mais ricos que alguns outros que são a sua contraparte democrática. Por quê? Porque suas economias são livres ou substancialmente livres, liberdade esta que não é garantida por um sistema político democrático.
A lição sobre o desenvolvimento econômico é clara: tenha um sistema econômico livre e fique rico. Grande controle governamental, direitos de propriedades frouxos e corrupção governamental são uma garantia quase absoluta de pobreza. A infra-estrutura institucional de um país tem uma importância crítica para seu crescimento econômico e o bem-estar de seus cidadãos. Proteção à propriedade privada, garantia no cumprimento dos contratos e o estado de direito são as coisas mais críticas.
Para ajudar nosso semelhante ao redor do mundo, devemos convencê-lo a criar uma infra-estrutura institucional para a geração da riqueza. Ajuda externa, socorros do FMI e outras esmolas não adiantam. Essas coisas só possibilitam a sobrevivência de uma elite cujas políticas mantêm a nação pobre. Exceto em casos extremos de catástrofes, ajuda externa é provavelmente a pior coisa que o Ocidente pode fazer aos países pobres. Afinal, quanto de ajuda externa será necessário para um país criar as fundações para o crescimento: estado de direito, garantia de cumprimento de contratos e proteção aos direitos de propriedade?
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