Eu observo os jornais, as revistas e a TV. Atualmente, não dá para viver um dia sequer, sem saber por eles que alguém morreu assassinado, de forma "brutal". E a mídia faz questão de destacar o "brutal" da morte, mais do que o próprio efeito que a morte nos representa.
Eu seria duramente criticado, se eu risse ironicamente diante da TV, com as notícias de caos e medo que são apresentadas. Como pode um indivíduo rir diante de um apocalipse implacável diante de seus próprios olhos?
As pessoas, por acaso, sabem a hora de rir e de chorar? Esta frase é apenas uma alusão à um ditado popular: "O que os olhos não vêem, o coração não sente".
Tomemos agora este ditado e pensemos: O que seria mais pesaroso? Uma mulher morta depois de estupro, queimada viva ou um nobre político desviando 20 milhões do SUS que seriam aplicados no combate e prevenção de doenças? Quantitativamente, se a vida é o critério de aferição, quantas vidas se perderiam com isso?
Observem que vemos os criminosos que estupram mulheres e as matam ou mesmo os pedófilos serem linchados por populares, mas quando se noticia uma corrupção, normalmente não se tem o mesmo senso de indignação.
Creio que as pessoas procuram pelo caos no lugar e na hora errada. Temer o efeito de algo é mais inútil e sem sentido do que temer as causas que se passa diante dos nossos olhos todos os dias (Nem é preciso que a TV mostre), e que nos tornamos indolentes para com elas. O horror de um efeito de um acidente de trânsito não pesa mais do que ver o sujeito beber e sair com seu carro.
Enquanto isso, eu estou completamente indiferente a estes casos macabros de TV e vendo o mundo como sempre vi: Nada tão caótico que este planeta não tenha experimentado desde o início da humanidade.