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Casal dos EUA tem gêmeos "quase idênticos"Em caso raro, um único óvulo da mãe foi fecundado por dois espermatozóides do pai. Uma das crianças acabou hermafrodita; identidade dos irmãos não foi revelada.Geneticistas americanos descobriram um par de gêmeos entre idênticos e não-idênticos, um caso inédito no mundo, noticiou nesta segunda-feira (26) a revista científica britânica "Nature" em sua edição na internet. Segundo o artigo, o único caso conhecido de gêmeos "quase idênticos" se originou, quase certamente, de dois espermatozóides que se fundiram com um único óvulo, uma forma até hoje desconhecida de formação de gêmeos, segundo a equipe que fez a descoberta. Os gêmeos são quimeras, já que suas células não são geneticamente uniformes, e cada espermatozóide contribuiu para a carga genética de cada embrião. Uma das crianças é um hermafrodita, o que significa que tem a genitália masculina e feminina, enquanto o outro é um menino, cujos órgãos sexuais se desenvolveram normalmente. "Sua similaridade está em algum lugar entre gêmeos idênticos e fraternais", disse Vivienne Souter, do Centro Médico Banner Good Samaritan, de Phoenix, Arizona, principal autora do estudo que foi anteriormente publicado na revista britânica "Journal of Human Genetics". As crianças, que hoje têm entre um e três anos e quase não têm chances de sobreviver, nasceram nos Estados Unidos, mas sua localização e identidade não foram reveladas. Os gêmeos não-idênticos ou fraternais se formam quando dois óvulos são fecundados por dois espermatozóides no útero. Cada um é fertilizado de forma independente e se dá origem, individualmente, a um embrião. No caso dos gêmeos idênticos, um ovo é fertilizado por um único espermatozóide e o embrião se divide em algum estágio de seu desenvolvimento para dar origem a dois seres humanos distintos, mas geneticamente equivalentes. Há duas explicações para o caso reportado nesta segunda-feira, disse Souter. A primeira possibilidade é que o óvulo teria começado a se dividir, sem se separar, e cada parte foi, então, fertilizada por um único espermatozóide. Os genes podem, então, ter se misturado antes de o ovo se dividir totalmente em dois. No entanto, é mais provável que dois espermatozóides tenham se fundido com um único óvulo, criando um embrião com três pares de cromossomos, ao invés de dois. Neste caso, teria havido uma mistura de genes dentro do ovo duplamente fertilizado. Ele, então, teria se dividido em duas células e cada uma teria abrigado um par extra de cromossomos. Como resultado, as crianças teriam genes idênticos pelo lado da mãe, mas dividiriam apenas metade de seus genes com o pai. A dupla fertilização de um único óvulo não é desconhecida, mas até agora não havia registro da sobrevivência dos bebês. "Embora haja valor em entender que isto pode acontecer, é extremamente improvável que vejamos um outro caso", disse Charles Boklage, um especialista em gêmeos da Eastern Carolina University, em Greenville, Carolina do Norte. Segundo Souter, o caso deu origem a questionamentos intrigantes sobre como se formam os gêmeos. O caso "me faz pensar se a classificação atual de gêmeos não seria uma excessiva simplificação", disse a cientista.