Quando olho um cristão de perto sinto que ele não acredita de verdade, apenas, talvez por medo ou preguiça, segue uma convenção social. Ontem, sexta-feira "maior", teve procissão e ela passou em frente à minha casa. A devoção ali foi mínima. De repente entendi o objetivo de cristo - fazer o povo caminhar, para qualquer lado, qualquer lugar, de qualquer maneira. Caminhando dá-se à massa um objetivo. O que seria das massas sem um horizonte? Catolicismo não é coisa de cérebro, é de músculos - seu fundador, quem quer que tenha sido, entendeu bem a questão.
Depois houve a encenação da paixão. Missa já é ruim, mas acompanhada de teatro amador fica muito pior. Ainda bem que alguém cuida dos sentimentos das massas; abandonada aos próprios caprichos sabe deus o que faria. Pensando bem, a massa nunca ficará desprotegida. Se o cristianismo mingua o islã cresce e as mulheres vestem ávidas a burka. Jesus tinha o mesmo objetivo de Buda, Maomé, entre tantos: dar às massas o que precisavam: controle.
Por isso repressão, dor e penitência. Que sabem da alegria da liberdade? Que sabem da responsabilidade? Outro dia li na Veja um bispo que maldizia a liberdade. Fiquei chocado. Agora, percebo que ele estava certo. Liberdade não é para qualquer um. Muito menos para as massas. Religião nelas.