Será que um povo que sacrificava animais como "pagamento à divindade" tinha as mesmas noções de produtividade que temos hoje?
Certamente que não. Esse é o ponto; se Moisés não dissesse nada sobre restrições de dieta, eventualmente poderiam chegar a muitas das mesmas conclusões.
... Eventualmente poderiam "aprimorar" as noções de "produtividade" que tinham, passando a sacrificar a vigésima parte da produção... ou sacrificando um filho... ou sacrificando filhos de escravos... Seria desse tipo o aprimoramento que aquele povo adotaria...
Há quem dê a Moisés o crédito de ser um bom sanitarista, por exemplo, mas não é por motivos religiosos que se desenvolveram princípios de sanitarismo na maioria das culturas.
Se ele foi um grande sanitarista, foi por coincidência, não por mérito. Não?
Aliás, um argumento similar pode ser feito para temas como Direito e Serviço Social, que frequentemente são apresentados como sendo algum tipo de dádiva de origem religiosa apesar de não haver tanta evidência de que a religião tenha um papel importante no seu desenvolvimento.
Acho que Kant, falando de "imperativos categóricos", desmistificou isso há tempos, mudando todos os paradigmas de Moral.
Direito não é uma dádiva religiosa, é um consenso.