Autor Tópico: Quanto custa do bolso público o cinema nacional  (Lida 2521 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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Quanto custa do bolso público o cinema nacional
« Online: 09 de Abril de 2007, 01:44:37 »
O império contra-ataca

por Felipe Atxa em 04 de abril de 2007

Resumo: Em se tratando de Cinema Brasileiro, continua valendo a máxima de esperar para não ver – e pagar, mesmo sem jamais ter visto. Com um agravante: a ANCINE quer dificultar o acesso a essa informação.

© 2007 MidiaSemMascara.org

Após a publicação pelo Mídia Sem Máscara do artigo "Comiseracine – os filmes que o brasileiro paga para não ver", no dia 21 de março de 2007, quem acessou o site da Ancine – Agência Nacional do Cinema, na tentativa de se informar a respeito de quanto em renúncia fiscal tem sido aplicado em cada filme brasileiro produzido nos últimos anos, teve uma curiosa surpresa: o serviço, que sempre esteve claramente disponibilizado no site, agora aparece escondido em seu conteúdo.

Até a publicação do artigo, era possível digitar www.ancine.gov.br e, depois, clicar em Espaço do Usuário e escolher Consulta de Projetos para acessar diretamente o sistema e descobrir quanto cada produtora ou filme recebeu em dinheiro público. Veja como eram as opções do usuário:


 Ancine antes

Agora, não existe mais essa opção. O link que permite acessar os dados dos projetos e, conseqüentemente, qualquer cidadão descobrir quanto em verbas públicas foi destinado a cada filme especificamente (e não ao setor como um todo), foi ocultado no site, embora continue existindo. Veja como ficou agora:


Ancine depois

E o menu principal do site:


Menu principal Ancine
 

É interessante observar uma pequena diferença entre as opções de acesso oferecidas na opção Espaço do Usuário e aquelas existentes no Mapa do Site. Veja:

Opções constantes agora no menu em Espaço do Usuário:

Ouvidoria

Fale Conosco

Passo a Passo Projetos - SDI

Perguntas Freqüentes

Consulta Pública

Manual Filmar no Brasil

Manual do Produtor

Manual de Solicitação de CPB

Manual Glossário

CPB

Agora, compare com as opções correspondentes no Mapa do Site:

Ouvidoria

Fale Conosco

Passo a Passo Projetos - SDI

Perguntas Freqüentes

Consulta Pública

Manual Filmar no Brasil

Manual do Produtor

Manual de Solicitação de CPB

Manual Glossário

CPB

Consulta de Projetos

Como se pode ver, apenas o link que leva ao banco de dados dos projetos não está presente na barra de acesso direto.

Apesar da modificação no site da Ancine, ainda é possível acessar o sistema que permite visualizar as informações financeiras de cada projeto, ou seja, quanto cada um foi habilitado a captar em dinheiro público, quanto já efetivamente captou e quanto ainda poderá captar. Basta digitar http://app1.ancine.gov.br/ancine/sistema/exec/proj_audio1.cfm e iniciar a pesquisa. Um exemplo: é acessando esse sistema que descobrimos que a produção "Estorvo", baseada no romance de Chico Buarque de Holanda, custou aos cofres públicos a bagatela de R$ 3.731.760,07, tendo rendido depois nas salas de cinema apenas R$ 62.787,20, segundo o SEDCMRJ. Da mesma forma, ficamos informados de que "Cafundó", a superprodução dirigida por Paulo Betti, custou aos bolsos do contribuinte inacreditáveis R$ 3.920.568,00, tendo faturado nos cinemas apenas R$ 152.583,00. Mas nada se compara ao estranho caso dos filmes baseados em livros do roqueiro e escritor Tony Belloto, egresso da aparentemente finada banda Titãs. A primeira produção baseada em seu romance homônimo "Bellini e a Esfinge" obteve em renúncia fiscal R$ 1.939.531,59, mas foi um fracasso nas bilheterias, tendo arrecadado somente R$ 360.378,00 em 2002. A despeito disso e, contrariando qualquer sistema lógico conhecido, os mesmos produtores foram habilitados a captar outros 4 milhões de reais para uma nova adaptação de um livro de Tony Belloto, intitulado "Bellini e o Demônio". Desse total, já foram integralizados mais de 1 milhão de reais. Um resumo da situação, para quem ainda não entendeu exatamente o que se passa: uma produtora adaptou um livro de Tony Belloto para o cinema; a adaptação foi um fracasso de público (e não se pode dizer que "Bellini e a Esfinge" tenha exatamente contribuído para a evolução da linguagem cinematográfica). Ainda assim, essa mesma empresa foi habilitada pelo governo a fazer uma nova produção, adaptando um outro livro de mesma autoria, potencialmente ainda mais cara que a primeira. Todas as somas envolvidas são recursos públicos oriundos de renúncia fiscal – uma espécie de "continuação" de um fracasso cinematográfico, fato pitoresco dentro da História do Cinema. E enquanto tudo isso se passa, debaixo de nossos narizes, o chamado "jornalismo especializado" prefere patrulhar o que Mel Gibson faz com seu próprio dinheiro.

É de se temer, todavia, que novas alterações no site da Ancine possam tornar ainda mais complicado o acesso a essas informações que são do interesse de todo contribuinte brasileiro. Convêm lembrar, ainda, aos leitores e demais interessados, que a Constituição da República Federativa do Brasil assim determina, em seu artigo 5º, inciso XXXIII:

"Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestados no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado".

Em se tratando de Cinema Brasileiro, continua valendo a máxima de esperar para não ver – e pagar, mesmo sem jamais ter visto.

http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=5686&language=pt

Offline FxF

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Re: Quanto custa do bolso público o cinema nacional
« Resposta #1 Online: 09 de Abril de 2007, 05:24:00 »
Caixa dois?

Eriol

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Re: Quanto custa do bolso público o cinema nacional
« Resposta #2 Online: 09 de Abril de 2007, 06:20:03 »
tem mais é que esquecer o cinema nacional, afinal Hollywood é ótimo.

E sim. Arte e cultura são empreendimentos. Se não há lucro não há objetivo neles.

Merda sem mosca e seus grandes articulistas.

Offline Luis Dantas

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Re: Quanto custa do bolso público o cinema nacional
« Resposta #3 Online: 09 de Abril de 2007, 08:52:26 »
Com a facilidade que é fazer vídeos caseiros digitais hoje em dia a um custo irrisório realmente é o caso até de se perguntar se faz algum sentido subsidiar a produção de filmes com dinheiro do governo.
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Pregador

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Re: Quanto custa do bolso público o cinema nacional
« Resposta #4 Online: 09 de Abril de 2007, 09:40:10 »
Com a facilidade que é fazer vídeos caseiros digitais hoje em dia a um custo irrisório realmente é o caso até de se perguntar se faz algum sentido subsidiar a produção de filmes com dinheiro do governo.

Não faz sentido. Isso deveria ser financiado com capital privado. A não ser claro que o Brasil estivesse nadando em dinheiro e prosperidade, daí poderíamos subsidiar filmes sem o intuito de lucro. Dava para construir boas escolas e hospitais com este dinheiro. Escola é muito mais cultura que filmes (por sinal mal feitos em grande parte).
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Offline Fabi

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Re: Quanto custa do bolso público o cinema nacional
« Resposta #5 Online: 10 de Abril de 2007, 13:24:47 »
É a maneira mais fácil de desviar verbas públicas.... e ainda omitindo os gastos.... a partir do momento que o brasileiro começar a perceber o quanto paga de imposto, e quanto recebe pouco do governo em comparação ao que paga, aí quem sabe comecem a lutar pra diminuir o número de desvios de verbas publicas, e aí a gente comece a ter melhor qualidade em saúde, educação, segurança e etc... gastar em cinema em quanto tem gente morrendo em fila de hospital é burrice...
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Offline Rodion

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Re: Quanto custa do bolso público o cinema nacional
« Resposta #6 Online: 10 de Abril de 2007, 17:32:48 »
tem mais é que esquecer o cinema nacional, afinal Hollywood é ótimo.

E sim. Arte e cultura são empreendimentos. Se não há lucro não há objetivo neles.

Merda sem mosca e seus grandes articulistas.

arte tem que custar milhões pra ser produzida? por que o rockeiro bellini merece 3 milhões de reais pra fazer uma obra de arte(quando os americanos fazem arte do mesmo nível e ainda lucram) e eu não recebo nem 50 reais pra fazer um mictório e chamar de fonte?


edit:
olha, rodrigo. eu concordo com você. arte não tem que dar lucro (se bem que os casos citados no artigo estão mais pra entretenimento ruim do que arte). eu prefiro a arte como um fim em si mesma, uma mistura de técnica, instrospecção, espontaneidade e o último elemento que não sei bem como descrever, mas é algo como arte como fruto de necessidade íntima. todos elementos de certa forma subjetivos, e não é só neles que penso a arte se basear. há também os objetivos; arte tem de ser digna de contemplação e/ou compreensão.
viu que nessa equação não coube nenhuma espécie de função social, não? pode-se fazer uma bela música com um intento semi-declarado de justificar um governo aqui ou um sistema acolá, e pode ser algo até contemplado, mas arte não é, é simples expressão em compassos.
aliás, sobre isso há uma entrevista com a clarice lispector no youtube que eu achei fenomenal. por umas 4 vezes o entrevistador, que parece burro pois não se contenta com três respostas em contrário e continua perguntando a mesma coisa em termos diferentes, quis arrancar dela um 'papel' do artista ou uma 'intenção' em algumas obras. e nas 4 vezes clarice foi inflexível e ficou naquela; 'eu escrevi porque eu precisava, não pretendia nada com isso, o rótulo escritora é pérfido(bom, nessa eu exagerei hehe)'. aquilo, sim, me deixou empolgado. e acho que só faltou à clarice dizer, "ô, seu burro, não adianta, não vai arrancar de mim declarações de pseudo-artista, para de perguntar."

os filmes em questão não me parecem, em vários sentidos, arte. parecem mais um jeito de saciar vaidades e ganhar um dinheirinho.
« Última modificação: 10 de Abril de 2007, 17:41:05 por Bruno »
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Offline Rodion

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Re: Quanto custa do bolso público o cinema nacional
« Resposta #7 Online: 10 de Abril de 2007, 17:45:26 »
..
acabei me esquecendo. tudo isso pra chegar ao seguinte; se assumimos que a arte não tem função e não deve ter, não faz sentindo o financiamento público da arte. estou na academia de letras da faculdade (talvez porque goste do sofá de lá), e vivo dizendo; esta academia não tem razão de existir, como não tem razão de existir academia de letras alguma. como recebemos um repasse generoso do c.a mensalmente e a academia é praticamente inativa, sempre alguém cobra. "ô, temos de justificar o repasse, vamos fazer alguma coisa, uma récita aqui, uns poemas lá."
e isso não tem razão de ser! arte não pode ser institucionalizada.
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Offline Quereu

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Re: Quanto custa do bolso público o cinema nacional
« Resposta #8 Online: 10 de Abril de 2007, 18:26:45 »
Nunca vi coisa mais distante de arte do que o povo. O povo não somente não entende o que seja arte, ele a odeia. Qualquer forma de expressão que saia do nível rasteiro do populacho passa a ter o ódio público. Fazer arte para o povo é realmente uma pretensão ridícula. Por isso o dinheiro do governo gasto em financiamentos "artísticos" tem gosto muito duvidoso.
A Irlanda é uma porca gorda que come toda a sua cria - James Joyce em O Retrato do Artista Quando Jovem

Offline Frango

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Re: Quanto custa do bolso público o cinema nacional
« Resposta #9 Online: 10 de Abril de 2007, 22:48:31 »
Deixa eu só explicar uma coisa antes dessa discussão interminável continuar: o governo não dá dinheiro diretamente pra fazer filme (fazia isso na década de 70, hoje não mais). O dinheiro pra fazer filmes no Brasil é de renúncia fiscal das empresas, que podem abater uma pequena porcentagem do imposto de renda para financiar projetos culturais (lei Rouanet).
Dito isso, podem continuar a discutir.
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Offline Rodion

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Re: Quanto custa do bolso público o cinema nacional
« Resposta #10 Online: 10 de Abril de 2007, 23:00:08 »
Deixa eu só explicar uma coisa antes dessa discussão interminável continuar: o governo não dá dinheiro diretamente pra fazer filme (fazia isso na década de 70, hoje não mais). O dinheiro pra fazer filmes no Brasil é de renúncia fiscal das empresas, que podem abater uma pequena porcentagem do imposto de renda para financiar projetos culturais (lei Rouanet).
Dito isso, podem continuar a discutir.

sabemos. e é a mesma coisa.
qual é a diferença entre coletar o imposto de renda de uma empresa e doar parte dele a um cineasta e pegar parte dele e dar direto? é sim dinheiro público. é, afinal, com a escusa de dever ser a parcela em questão pública que esta é extorquida do contribuinte.
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Offline Frango

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Re: Quanto custa do bolso público o cinema nacional
« Resposta #11 Online: 11 de Abril de 2007, 00:49:31 »

sabemos. e é a mesma coisa.
qual é a diferença entre coletar o imposto de renda de uma empresa e doar parte dele a um cineasta e pegar parte dele e dar direto? é sim dinheiro público.
Em parte, sim. Mas o dinheiro para os filmes não é deduzido integralmente do imposto de renda. Então uma parte ainda é capital privado (tanto que até tem o nome das empresas patrocinadoras no começo dos filmes).

Ah, outra coisa: no artigo que tá no início do tópico, citam o quanto os filmes faturaram nas salas de cinema, mas não citam o quanto faturaram com vendas de DVD e exibições na televisão. (Se bem que acho que nem assim os filmes deixaram de dar prejuízo...hehe... mas pelo menos é um prejuízo menor).

Mas em todo o caso, acho que não consigo entrar numa discussão se os filmes devem ou não ser financiados pelo governo.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Quanto custa do bolso público o cinema nacional
« Resposta #12 Online: 11 de Abril de 2007, 07:13:29 »

sabemos. e é a mesma coisa.
qual é a diferença entre coletar o imposto de renda de uma empresa e doar parte dele a um cineasta e pegar parte dele e dar direto? é sim dinheiro público.
Em parte, sim. Mas o dinheiro para os filmes não é deduzido integralmente do imposto de renda. Então uma parte ainda é capital privado (tanto que até tem o nome das empresas patrocinadoras no começo dos filmes).
Não é deduzido integralmente não? Sei lá... tem aquela lei.... muito freqüentemente elogiada... cujo nome não me lembro agora... é o nome de alguém que bolou a lei, acho. Enfim, se bem me lembro postei algo aqui que dizia que essa lei deduzia tudo do imposto de renda ou mais, ou seja, meio como se fosse um investimento em que vocÊ ganha mesmo se o investimento der mal. Mas não estou bem certo.

Quanto a ter o nome das empresas, isso não me diz simplesmente nada...

Noutro fórum argumentaram qualquer coisa no sentido disso ser um investimento inicial necessário, que ainda há poucas casas de cinema, que o cinema americano é distribuido pelas mesmas distribuidoras e coloca-se o cinema nacional estrategiamente posicionado para não apanhar, e que mesmo o cinema americano não se pagaria com as entradas de cinema brasileiro (o que não acho inesperado). Mas acho desnecessário, uma vaidade inútil. Meio como se o governo americano ou o japonês investissem o mesmo para ter uma seleção de futebol campeã da copa do mundo. Não tem tradição, contentem-se, não se tente investir fortunas fabricando uma tradição artificial num estalar de dedos.

Eu acho que esse tipo de lei seria mais bem vinda se fosse para investimentos mais rentáveis, não necessariamente dentro de "arte" (que é algo bem discutível, "amplo", com o modernismo e etc). Ou com menor risco de prejuizo. Talvez em fomentação da literatura por exemplo, para algo que poderia abranger "arte". Literatura é mais low-tech mas somos um país de terceiro mundo ainda, e não acho que a vaidade dum cinema nacional que não se agüenta nas próprias pernas valha tudo isso.


Citar
Ah, outra coisa: no artigo que tá no início do tópico, citam o quanto os filmes faturaram nas salas de cinema, mas não citam o quanto faturaram com vendas de DVD e exibições na televisão. (Se bem que acho que nem assim os filmes deixaram de dar prejuízo...hehe... mas pelo menos é um prejuízo menor).

Tomara que a TV digital venha rápido.

Acho que o melhor modo do "cinema" nacional vingar talvez fosse com mais canais - segundo ouvi, cada emissora, ao se tornar digital, terá a concessão de 4 canais de programação - e filmes para tv. Provavelmente bem mais barato que as mega-produções chiquéééérrimas dos playboyzinhos que só gostam de "play" com o dinheiro dos outros. Alguns poderiam fazer o rumo inverso: começam ganhando por anúncios na tv, sem esse absurdo dos abatimentos de imposto, lucram mais em locadoras/vendas, e quiçá, dependendo do sucesso, vão ter exibição em cinema, e se forem mesmo promissores, talvez versões ou continuações feitas para cinema mesmo. E sem precisar de "andador".


Offline Pregador

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Re: Quanto custa do bolso público o cinema nacional
« Resposta #13 Online: 11 de Abril de 2007, 09:31:09 »
Não é por nada, mas que invistam então em um ilme que presta e com o objetivo de lucro. Um filme que dê lucro pode possibilitar muitas outras produções. Filme é bem mais entretenimento que cultura (bons filmes mesclam ambos). Invistam em teatro então que é bem mais barato e mais cultural, embora eu odeie.

Outras estas leis de dedução de imposto de renda são um inferno para a contabilidade. O governo questiona até as últimas conseqüências como foi esta doação e embaça o tempo todo. Se você não quer dor de cabeça e uma certidão negativa quando precisar é melhor não doar porcaria nenhuma. Distribui o lucro entre sócios e acionistas no fim do exercício fiscal que é melhor e não paga tanto imposto. 
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Offline Fabi

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Re: Quanto custa do bolso público o cinema nacional
« Resposta #14 Online: 11 de Abril de 2007, 13:23:40 »
A lei de incentivo fiscal funciona como? A empresa faz a doação para o governo, e o governo repassa os recurssos para os artistas...mas nessa de repassar dinheiro aos artistas já tem muita gente sendo processada (gente da prefeitura) por pegar dinheiro da lei de incentivo, que era pra ir para os artistas mas muitas vezes esse dinheiro não vai...e isso não deixa de ser corrupção, desviar verbas públicas, já que o dinheiro que era pra ser imposto é doado e dá na mesma...

(http://www.cultura.gov.br/apoio_a_projetos/lei_rouanet/)
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Offline Herf

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Re: Quanto custa do bolso público o cinema nacional
« Resposta #15 Online: 11 de Abril de 2007, 18:37:01 »
A lei de incentivo fiscal funciona como? A empresa faz a doação para o governo, e o governo repassa os recurssos para os artistas…mas nessa de repassar dinheiro aos artistas já tem muita gente sendo processada (gente da prefeitura) por pegar dinheiro da lei de incentivo, que era pra ir para os artistas mas muitas vezes esse dinheiro não vai…e isso não deixa de ser corrupção, desviar verbas públicas, já que o dinheiro que era pra ser imposto é doado e dá na mesma…

Leis deste tipo não seriam o governo assumindo a sua incompetência em lidar com as verbas públicas?

A empresa X banca o projeto do artista que defeca num frasco e expõe ao público, assim, ela fica privada de alguns impostos. Impostos que, em teoria, seriam usados para, entre outras coisas, bancar a tal mostra...

A princípio era para ser a mema coisa, não?

Offline Fabi

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Re: Quanto custa do bolso público o cinema nacional
« Resposta #16 Online: 12 de Abril de 2007, 20:32:10 »
A lei de incentivo fiscal funciona como? A empresa faz a doação para o governo, e o governo repassa os recurssos para os artistas…mas nessa de repassar dinheiro aos artistas já tem muita gente sendo processada (gente da prefeitura) por pegar dinheiro da lei de incentivo, que era pra ir para os artistas mas muitas vezes esse dinheiro não vai…e isso não deixa de ser corrupção, desviar verbas públicas, já que o dinheiro que era pra ser imposto é doado e dá na mesma…

Leis deste tipo não seriam o governo assumindo a sua incompetência em lidar com as verbas públicas?

A empresa X banca o projeto do artista que defeca num frasco e expõe ao público, assim, ela fica privada de alguns impostos. Impostos que, em teoria, seriam usados para, entre outras coisas, bancar a tal mostra…

A princípio era para ser a mema coisa, não?
Em principio parece que daria certo, a empresa bancando o artista, mas isso deixaria aberto a muitas fraudes, por exemplo, a empresa declara que fez tal doação mas é tudo documento frio o imposto é descontado, mas na verdade era fraude, e você sabe que hoje muitas empresas tentam sonegar (ou sonegam mesmo) imposto, isso só facilitaria as coisas.
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Offline FxF

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Re: Quanto custa do bolso público o cinema nacional
« Resposta #17 Online: 13 de Abril de 2007, 19:28:24 »
É a maneira mais fácil de desviar verbas públicas… e ainda omitindo os gastos… a partir do momento que o brasileiro começar a perceber o quanto paga de imposto, e quanto recebe pouco do governo em comparação ao que paga, aí quem sabe comecem a lutar pra diminuir o número de desvios de verbas publicas, e aí a gente comece a ter melhor qualidade em saúde, educação, segurança e etc… gastar em cinema em quanto tem gente morrendo em fila de hospital é burrice
Mas esse é o mesmo brasileiro que acredita que o Lula passou necessidade...

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Quanto custa do bolso público o cinema nacional
« Resposta #18 Online: 28 de Janeiro de 2011, 13:38:59 »
Citar
http://www.midiasemmascara.org/artigos/economia/11796-a-cultura-dos-chatos-com-o-dinheiro-do-outros.html

A cultura dos chatos com o dinheiro do outros...



Leonardo Bruno | 27 Janeiro 2011
Artigos - Economia

Quem quiser assumir o risco de sustentar o elefante branco, faça-o do próprio bolso e não obrigue outras pessoas, na figura do Estado, do contribuinte ou do proprietário do imóvel a pagarem a conta.

Certo dia passeava por uma avenida conhecida, próxima de minha casa, quando notei algo estranho em sua esquina: a pizzaria, que até então existia ali, foi substituída por um salão de beleza. De fato, entendi a razão de sumir daquela lanchonete. Na última vez que comprei pizza por lá, o preço era tão caro e a comida tão ruim, que provavelmente as pessoas se recusaram a pagar por aquele serviço. E o dono do lugar, percebendo que não sabia fazer ou vender pizzas, acabou por fechá-lo, dando espaço para outros que sabiam vender o seu produto. O livre mercado cumpre o seu papel, depurando e eliminando os maus serviços, através do julgamento e do voto do consumidor.

No entanto, tal regra não conta no caso muito específico que ocorreu em São Paulo. O dono de um imóvel recusou-se a renovar o contrato de aluguel e ameaçou fechar as portas de um cinema antigo, velho, cuja bilheteria não rendia (salvo para alguns gatos pingados metidos a cults) e onde o público era ínfimo. Ou na melhor das hipóteses, resolveu alugar o seu imóvel para alguém que oferecesse uma proposta mais rentável. Nada mais lógico, dentro dos direitos de propriedade, que alguém disponha de seu bem ao bel prazer. E tenha lucros e dividendos com isso. Por outro lado, criar uma loja no imóvel pode ser a perspectiva mais inteligente de um empresário, que capta a necessidade dos consumidores. Até o dado momento, ninguém dava a mínima para o cinema ali, cujo prédio estava envelhecido e o grosso do público não desembolsava um tostão pelos filmes passados ali. Na verdade, o Cinema Belas Artes, localizado na Rua da Consolação e criado em 1943, já andava mal das pernas e vivia às custas do patrocínio do Banco HSBC, uma vez que os rendimentos de bilheteria não compensavam os custos do recinto. Em março do ano passado, os patrocinadores retiraram suas verbas sobre o elefante branco e o cinema começou a sentir o abalo da falta de financiamento.

A ameaça do encerramento do cinema atingiu algumas figuras da esquerda festiva, que contrariadas, fizeram áridas objeções, junto com o coro dos funcionários, que não queriam perder o emprego. E a quem eles foram apelar para "salvar" o cinema? Aos novos patrocinadores privados? Não, ao papai Estado! Embora o imóvel não tenha nenhum valor histórico palpável, a pedidos dos manifestantes, o pomposo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) interditou o cinema com vistas de tombá-lo e impediu que o seu proprietário alugasse o imóvel para uma outra loja. Pior, o dono foi impedido de tocar no seu prédio, reformá-lo , derrubá-lo ou alugá-lo para outro por três meses. No final das contas, o dono acabou por virar refém dos ativistas e do Estado. A propriedade privada não é mais sua, salvo, é claro, no prejuízo de não alugar novamente a casa por um preço maior e um inquilino mais generoso.

O assunto desencadeou afirmações apaixonadas. O cineasta Fernando Meirelles entrou na história, dando seus pitacos: "Infelizmente não há nada parecido com o Belas na cidade. O pior de tudo foi saber que o cinema vai sair dali para dar lugar a mais uma lojinha. Caramba, São Paulo já tem tanta lojinha. Não entendo esta compulsão por compras. Acho que nasci na época errada!". Outro funcionário, o projetista do cinema, declara: "Isso é mais do que perder o emprego. É perder um pouco da minha história". O mais grotesco é que o Estado foi chamado, justamente como um possível patrocinador das sessões cinematográficas dos intelectuais de botequim. Um sociólogo simpático ao cinema cult, Carlos Dória, não escondeu o viés estatizante: "Por que os governos não se propuseram a ajudar no pagamento de um aluguel mais alto?". Não vão tombar o prédio, mas o próprio cartaz do cinema! Neste interim, houve até conjecturas de desapropriar o imóvel. Claro que isso vai custar dinheiro público. Tudo para preservar os gostos particulares de alguns poucos frequentadores, numa cidade de 11 milhões de habitantes! Em miúdos, 11 milhões de paulistanos vão pagar do seu bolso o cinema que alguns poucos iluminados cinéfilos são incapazes de desembolsar. . .

É no mínimo estranho que o sociólogo, o cineasta e demais outros admiradores dos espaços cults de cinema defendam a permanência do Belas Artes sem dar um mínimo de patrocínio de seus respectivos bolsos. Claro, quem deve pagar é o Estado, é o contribuinte, é o dono do imóvel, tudo para o belíssimo e sacrossanto gosto deles. O funcionário do cinema tem lá suas razões para defender o seu emprego e o seu bolso. Ele pode se desesperar na extinção de seu oficio de projetista, tal como o cocheiro do começo do século XX ficaria desesperado com os automóveis movidos a combustível. Mas por que o direito de resguardar o dinheiro não é garantido aos milhões de paulistanos que não desembolsam um tostão para o cinema? Por que esse privilégio só diz respeito aos cinéfilos do Belas Artes? Os gostos particulares cults e a nostalgia dos cinéfilos custam muito caro ao contribuinte.

Por outro lado, há um lado perverso revelado nessa história. No Brasil, a cultura intelectual não vive sem o Estado. Desde que surgiram Embrafilme, Ministério da Cultura ou secretarias estaduais para o mesmo fim e meia dúzia de políticos e burocratas rasteiros, o artista, o intelectual, o cineasta, não consegue viver mais sem verbas estatais. O governo subsidia tudo e enfraquece o mercado privado de cultura. Em nome de justificativas das mais espúrias, como a "defesa da cultura nacional" ou o "combate a cultura de massa", meia dúzia de intelectuais, artistas e cineastas amigos do rei Estado recebem gordos subsídios governamentais para fazer filmes que só eles mesmos e sua turma cult vêem. Filmes chatíssimos, sem pé nem cabeça e que só são idolatrados por críticos de arte em jornais, por conta de um conchavo ideológico grosseiro de intelectuais esquerdistas. E que geram prejuízos escandalosos ao contribuinte.
Eu não tiro o direito de alguém defender a permanência do Cinema Belas Artes. Acredito, inclusive, que é triste que a época nostálgica dos espetáculos dos cinemas tenha um fim tão melancólico e não empolgue as novas gerações. A televisão, o DVD, as TVs a cabo, a internet, enfim, acabaram com o privilégio e glamour dos cinemas. Deve haver muitas razões culturais elevadas para que esses manifestantes queiram a manutenção dos cartazes dos filmes. Contudo, quem quiser assumir o risco de sustentar o elefante branco, faça-o do próprio bolso e não obrigue outras pessoas, na figura do Estado, do contribuinte ou do proprietário do imóvel a pagarem a conta. O Cinema Belas Artes é tão relevante para a cidade de São Paulo quanto era pizzaria da esquina do meu bairro. Até um salão de beleza seria mais útil. Não tem a menor importância histórica, mas tão somente para àqueles que pagam para assistir seus filmes. A manifestação dos seus frequentadores é puro fetichismo e nada mais. Com o dinheiro dos outros...

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Quanto custa do bolso público o cinema nacional
« Resposta #19 Online: 28 de Janeiro de 2011, 13:41:33 »
Citar
Ah, outra coisa: no artigo que tá no início do tópico, citam o quanto os filmes faturaram nas salas de cinema, mas não citam o quanto faturaram com vendas de DVD e exibições na televisão. (Se bem que acho que nem assim os filmes deixaram de dar prejuízo...hehe... mas pelo menos é um prejuízo menor).

Tomara que a TV digital venha rápido.

Acho que o melhor modo do "cinema" nacional vingar talvez fosse com mais canais - segundo ouvi, cada emissora, ao se tornar digital, terá a concessão de 4 canais de programação - e filmes para tv. Provavelmente bem mais barato que as mega-produções chiquéééérrimas dos playboyzinhos que só gostam de "play" com o dinheiro dos outros. Alguns poderiam fazer o rumo inverso: começam ganhando por anúncios na tv, sem esse absurdo dos abatimentos de imposto, lucram mais em locadoras/vendas, e quiçá, dependendo do sucesso, vão ter exibição em cinema, e se forem mesmo promissores, talvez versões ou continuações feitas para cinema mesmo. E sem precisar de "andador".



No Brasil não haverá isso, parece. As empresas/redes deram a desculpa de que não teriam como produzir tanto conteúdo ou algo assim, e quem quer que regule isso no estado anuiu fielmente.

Offline Geotecton

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Re: Quanto custa do bolso público o cinema nacional
« Resposta #20 Online: 05 de Fevereiro de 2011, 13:18:42 »
A cultura dos chatos com o dinheiro do outros...
Leonardo Bruno | 27 Janeiro 2011
Artigos - Economia
[...]
Por outro lado, há um lado perverso revelado nessa história. No Brasil, a cultura intelectual não vive sem o Estado. Desde que surgiram Embrafilme, Ministério da Cultura ou secretarias estaduais para o mesmo fim e meia dúzia de políticos e burocratas rasteiros, o artista, o intelectual, o cineasta, não consegue viver mais sem verbas estatais. O governo subsidia tudo e enfraquece o mercado privado de cultura. Em nome de justificativas das mais espúrias, como a "defesa da cultura nacional" ou o "combate a cultura de massa", meia dúzia de intelectuais, artistas e cineastas amigos do rei Estado recebem gordos subsídios governamentais para fazer filmes que só eles mesmos e sua turma cult vêem. Filmes chatíssimos, sem pé nem cabeça e que só são idolatrados por críticos de arte em jornais, por conta de um conchavo ideológico grosseiro de intelectuais esquerdistas. E que geram prejuízos escandalosos ao contribuinte.
[...]

Certo.

Então que sejam deixados de lado a Cultura e a Erudição e que prevaleça apenas o "mercado privado de cultura", seja lá o que for que significa isto.

Que os cinemas só mostrem obras-primas como os "Os Mercenários" e que nas televisões só passem programas como o Big Brother.
Foto USGS

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Quanto custa do bolso público o cinema nacional
« Resposta #21 Online: 05 de Fevereiro de 2011, 15:25:51 »
Eu não concordo 100% com isso, mas fico meio em cima do muro pela incerteza dos critérios que se terá para decidir algo superior ao BBB ou filmes de ação de Hollywood para ser preservado ou produzido. Uma pequena ironia é que vi esse texto sendo postado por um defensor do regime militar, também não exatamente desafeito a uma intervenção estatal na produção cultural -- algo que poderia servir de contra-exemplo a qualquer um que não tenha qualquer desconfiança sobre os padrões de cultura que o estado/governo possa estar querendo fomentar.

Offline Dbohr

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Re: Quanto custa do bolso público o cinema nacional
« Resposta #22 Online: 05 de Fevereiro de 2011, 19:01:24 »
Bom, a galera do metier já decretou o fim da Retomada do cinema brasileiro. Agora estamos entrando na era do cinema comercial -- o que ainda pode demorar um pouco para se estabelecer de fato.

O que isso me parece é mimimi de gente ultra-liberal que não quer ver gasto dinheiro de imposto que não seja em infra-estrutura -- e olhe lá.

Offline DDV

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Re: Quanto custa do bolso público o cinema nacional
« Resposta #23 Online: 05 de Fevereiro de 2011, 19:22:51 »
. Agora estamos entrando na era do cinema comercial --.


Para alguma produção não ser "comercial", ela necessariamente será:

1- Uma produção com custos bancados por algum amante da arte, sendo disponibilizada gratuitamente;

2- Uma produção bancada pelo governo.


O que não se encaixar nessas definições acima, será necessariamente uma "produção custeada por quem gosta e quer assistir", ou seja, uma produção "comercial".

Os textos postados apenas questionam o financiamento com o dinheiro de todos para produções que apenas alguns gatos pingados acham o máximo, e os critérios disso.
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

 

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