Autor Tópico: Embriões no Supremo, hoje  (Lida 3575 vezes)

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Offline LuizJB

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Embriões no Supremo, hoje
« Online: 20 de Abril de 2007, 10:12:47 »
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De certa maneira, será um acontecimento histórico: a primeira audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF), e logo para discutir o sexo dos anjos, quero dizer, quando começa a vida. Mais precisamente, os ministros do STF ouvirão informações e opiniões de pesquisadores sobre a ação direta de inconstitucionalidade (ADI) 3510 movida pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra a Lei de Biossegurança (nº 11.105/05) pelo então procurador-geral Claudio Fontelles, católico praticante.

A ADI ataca o artigo 5º da Lei 11.105, que permitiu o uso de embriões “inviáveis” ou congelados há três anos ou mais para a pesquisa de células-tronco embrionárias humanas. Como esses estudos implicam destruição desses embriões congelados em clínicas de fertilização assistida, quem é adversário do aborto em geral condena esse gênero de pesquisa.

É bom que essa discussão se realize em público, o que não ocorre por exemplo nas sessões da CTNBio sobre transgênicos (o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, defende que seja mesmo em segredo, como as reuniões do Copom que decidem taxas de juros, uma comparação infeliz). A TV Justiça (SKY, canal 95, e DirecTV, canal 209) transmitirão ao vivo as apresentações, das 9h às 19h.  É possível também ouvir pela Rádio Justiça.

A Folha traz hoje um bom material de contextualização sobre o assunto.

Algum tempo atrás suspeitei aqui que só fossem ouvidos pesquisadores favoráveis à pesquisa com embriões. Estava desinformado. Há também vários nomes de contrários, como se pode ver pela relação abaixo, retirada do comunicado do STF publicado na internet

1- Mayana Zatz, geneticista, professora-titular da Universidade de São Paulo e presidente da Associação Brasileira de Distrofia Muscular

2- Lygia da Veiga Pereira, biofísica, professora associada da Universidade de São Paulo, com experiência em genética humana

3- Rosália Mendes Otero, médica pesquisadora, professora-titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro

4- Stevens Rehen, neurocientista, presidente da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento e professor da UFRJ

5- Antonio Carlos Campos de Carvalho, médico, doutor em Ciências Biológicas pela UFRJ. Coordenador de pesquisa do Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras e professor visitante do Albert Einstein College of Medicine, EUA

6- Luiz Eugenio Araújo de Moraes Mello, médico, pró-reitor de Graduação da Unifesp, vice-presidente da Federação das Sociedades de Biologia Experimental.

7- Drauzio Varella, médico, dirige, ao longo do Rio Negro, um projeto de bioprospecção de plantas brasileiras para testar no combate a células tumorais malignas e a bactérias resistentes a antibióticos

8- Oscar Vilhena Vieira, advogado especialista em direitos humanos, professor da Escola de Direito da FGV e da PUC-SP e diretor-executivo da Conectas Direitos Humanos

9- Milena Botelho Pereira Soares, bióloga, ligada à Universidade Estadual de Feira de Santana, à Fiocruz/BA e à Fundação Oswaldo Cruz

10- Ricardo Ribeiro dos Santos, médico, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz e coordenador científico do Hospital São Rafael (BA)

11- Esper Abrão Cavalheiro, pesquisador, ex-presidente do CNPq e da CTNBio, é professor-titular da Universidade Federal de São Paulo; com estudos sobre epilepsia e neurologia experimental

12- Marco Antonio Zago, médico, diretor da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto, professor da USP e membro da Academia Brasileira de Ciências

13- Moisés Goldbaum, médico, professor do departamento de Medicina Preventiva da USP

14- Patrícia Helena Lucas Pranke, farmacêutica, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da PUC-RS, além de presidente do Instituto de Pesquisa com Célula-Tronco

15- Radovan Borojevic, biólogo, professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro

16- Tarcisio Eloy Pessoa de Barros Filho, médico, chefe do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da USP

17- Débora Diniz, antropóloga, diretora-executiva da ONG Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero (Anis) e professora da Universidade de Brasília (UnB)

18 - Júlio César Voltarelli, professor titular do Departamento de Clínica Médica da FMRP-USP, coordenador da Divisão de Imunologia Clínica, do Laboratório de Imunogenética (HLA) e da Unidade de Transplante de Medula Óssea do HCFMREP-USP

Convidados pela PGR:

1- Alice Teixeira Ferreira, professora associada da Unifesp

2- Cláudia Batista, professora da UFRJ

3- Elizabeth Kipman Cerqueira, médica ginecologista, coordenadora do Centro de Bioética do Hospital São Francisco de Jacareí (SP)

4- Lilian Piñero Eça, pesquisadora em biologia molecular, integrante do Instituto de Pesquisa com Células-Tronco (IPCTRON)

5- Herbert Praxedes, professor da Faculdade de Medicina da UFF (RJ)

6- Antonio José Eça, diretor de Recursos Humanos do CAS (Células Tronco Centro de Atualização)

7- Lenise Aparecida Martins Garcia, professora-adjunta do Departamento de Biologia Celular da Universidade de Brasília

8- Marcelo Paulo Vaccari Mazzetti, vice-presidente do Instituto de Pesquisa de Células-Tronco

9- Dalton Luiz de Paula Ramos, livre-docente pela Universidade de São Paulo, Professor de Bioética da USP e membro do Núcleo Interdisciplinar de Biotética da UNIFESP.

10- Dernival da Silva Brandão, especialista em Ginecologia e membro Emérito da Academia Fluminense de Medicina.

11 - Rogério Pazetti, graduado em Biologia pela Universidade MACKENZIE e Doutorado em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP.

Convidado pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB):

1 - Rodolfo Acatauassú Nunes, Mestre e Doutor em cirurgia geral pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Livre docente em cirurgia geral torácica pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Convidados pela presidência da República:

1 - Lucia Braga, presidente e diretora-executiva da Rede Sarah

2 - Móisés Goldbaum, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP

3 - Patrícia Helena Lucas Pranke, diretora presidente do Instituto de Pesquisa com Célula Tronco e Diretora do Banco de Sangue Cordão Umbilical do Ministério da Saúde

4 - Ricardo Ribeiro dos Santos, foi professor titular da FMRP/USP. Atualmente é pesquisador titular da Fundação Oswaldo Cruz
Fonte: http://cienciaemdia.zip.net/

Uma boa aula de células tronco....
"Predadores parecem "projetados" de forma bela para caçar presas, enquanto que as presas parecem igualmente "projetadas" de forma bela para escapar deles. De que lado deus está?"
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Nigh†mare

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Re: Embriões no Supremo, hoje
« Resposta #1 Online: 20 de Abril de 2007, 18:15:02 »
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Algum tempo atrás suspeitei aqui que só fossem ouvidos pesquisadores favoráveis à pesquisa com embriões. Estava desinformado. Há também vários nomes de contrários, como se pode ver pela relação abaixo, retirada do comunicado do STF publicado na internet

1- Mayana Zatz
Qu eu saiba, ela é uma das maiores guerreiras na luta para se conseguir utilizar os embriões em pesquisas.

Offline Herf

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Re: Embriões no Supremo, hoje
« Resposta #2 Online: 20 de Abril de 2007, 18:30:47 »
Será que questões deste tipo não deveriam estar inteiramente a cargo de cientistas e não de políticos leigos nas áreas? Até que ponto um político leigo pode decidir sobre um assunto científico com impacto social?

O que vocês acham?

Raphael

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Re: Embriões no Supremo, hoje
« Resposta #3 Online: 21 de Abril de 2007, 05:32:38 »
Será que questões deste tipo não deveriam estar inteiramente a cargo de cientistas e não de políticos leigos nas áreas? Até que ponto um político leigo pode decidir sobre um assunto científico com impacto social?

O que vocês acham?

Até ponto nenhum, creio que alguns políticos, aqui no Brasil, colocam mais a sua questão de ética para trabalhar do que a questão social. Ou seja, políticos agem de acordo com que eles acham que seriam bom pra eles, sem avaliar outras opiniões. Principalmente as contrárias às deles.

Sobre o tópico. Realmente Luiz, uma excelente aula de células tronco. :ok:

Rhyan

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Julgamento no STF sobre células-tronco ao vivo
« Resposta #4 Online: 29 de Maio de 2008, 15:42:58 »

Offline Diego

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Re: Julgamento no STF sobre células-tronco ao vivo
« Resposta #5 Online: 29 de Maio de 2008, 16:05:47 »
Pela maneira que está correndo irá ser aprovada a pesquisa!

Offline Dbohr

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Re: Julgamento no STF sobre células-tronco ao vivo
« Resposta #6 Online: 29 de Maio de 2008, 16:07:37 »
Aparentemente, estamos indo bem:

STF: placar é suficiente para decisão a favor das pesquisas com células-tronco
Cláudia Andrade
De Brasília


Seis ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram contra a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) que questiona as pesquisas com células-tronco retiradas de embriões descartados em tratamentos de fertilização. Outros três propuseram uma série de restrições às pesquisas.

O placar é suficiente para que o Supremo tome uma decisão a favor da manutenção do que prevê a Lei de Biossegurança, sancionada em 2005, que permite este tipo de pesquisa. A Adin alega que a lei fere o princípio do direito à vida, previsto na Constituição.


Fonte: http://cienciaesaude.uol.com.br/ultnot/2008/05/29/ult4477u685.jhtm

Offline Marcelo

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STF: placar é suficiente para decisão a favor das pesquisas com células-tronco
« Resposta #7 Online: 29 de Maio de 2008, 16:29:12 »
STF: placar é suficiente para decisão a favor das pesquisas com células-tronco
Cláudia Andrade
De Brasília
*Atualizada às 16h06

Seis ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram contra a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) que questiona as pesquisas com células-tronco retiradas de embriões descartados em tratamentos de fertilização. Outros três propuseram uma série de restrições às pesquisas.

O placar é suficiente para que o Supremo tome uma decisão a favor da manutenção do que prevê a Lei de Biossegurança, sancionada em 2005, que permite este tipo de pesquisa. A Adin alega que a lei fere o princípio do direito à vida, previsto na Constituição.

O sexto voto favorável às pesquisas foi do ministro Marco Aurélio Mello. Celso de Mello e o presidente do STF, Gilmar Mendes, ainda vão ler os seus votos. Há uma possibilidade de que algum ministro mude sua posição até o fim do julgamento.



 :biglol:Um viva a racionalidade!!!!! :biglol:
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Offline Marcelo

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desculpe agora vai o sitio que informa noticia....

http://cienciaesaude.uol.com.br/ultnot/2008/05/29/ult4477u685.jhtm
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Offline Pregador

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Offline Unknown

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Re: STF: placar é suficiente para decisão a favor das pesquisas com células-tron
« Resposta #10 Online: 29 de Maio de 2008, 22:14:57 »
Já havia outro tópico com essa notícia: ../forum/topic=16309.0.html

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Offline Unknown

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Re: Julgamento no STF sobre células-tronco ao vivo
« Resposta #11 Online: 29 de Maio de 2008, 22:28:35 »
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Em julgamento histórico, STF aprova pesquisas com células-tronco de embriões

BRASÍLIA - O Supremo Tribunal Federal (STF) liberou nesta quinta-feira, por 6 votos a 5, as pesquisas com células-tronco embrionárias fertilizadas in vitro após três anos de congelamento.

* Veja como foi o julgamento passo a passo

Votaram a favor das pesquisas os ministros Joaquim Barbosa, Carmen Lúcia, Ellen Gracie, Celso de Mello, Marco Aurélio Mello e o relator do processo, ministro Carlos Ayres Britto. Foram considerados votos vencidos os ministros Ricardo Lewandowski, Carlos Alberto Menezes Direito, Eros Grau, Cezar Peluso e o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes. Eles consideram o artigo 5º da Lei de Biossegurança constitucional, mas impuseram ressalvas a forma da aplicação da lei.

O julgamento, considerado histórico pela Corte – foi a primeira vez que o Supremo marcou audiência pública para analisar uma questão –, foi marcado pela confusão criada por um voto duvidoso de um dos magistrados.

Acreditando estar julgando favoravelmente as pesquisas, o ministro Cezar Peluso, assim como Menezes Direito, julgou parcialmente procedente o processo, uma vez que apresentou uma ressalva à lei. Cezar Peluso sugeriu que para compor a composição dos comitês de ética o nome dos técnicos sejam avaliados por um órgão central de Saúde vinculado ao CONEP (Conselho Nacional de Saúde).
 
Reivindicação semelhante apresentou o presidente da Casa, o ministro Gilmar Mendes, para quem a fiscalização é imprescindível e, atualmente, deficiente.
 
O primeiro ministro que apresentou ressalvas para aprovação das pesquisas embrionárias foi Menezes Direito. Ele apresentou uma lista contendo 6 itens, a principal delas é que as células-tronco dos embriões sejam obtidas sem a destruição dos mesmos, o que foi considerado pela ministra Ellen Gracie inviável.
 
Ela argumentou que durante a transferência de embriões nas clínicas nacionais alguns são destruídos inevitavelmente. "Pelo que sei, um único grupo de cientistas no mundo inteiro consegue fazê-lo (sem destruir outros)", argumentou Ellen Gracie.   
 
Bate-boca

Após a leitura do voto final do presidente Gilmar Mendes, o ministro Cezar Peluso tentou convencer os magistrados a votarem imediatamente um novo dispositivo legal vinculando os comitês ao CONEP. A sugestão gerou bate boca no plenário da Casa.
 
O ministro Celso de Mello não quis aceitar que a Corte julgasse as ressalvas levantadas pelos magistrados com voto vencido (Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Menezes Direito).

"Há 6 votos proferidos que julgam improcedente a Ação, sem qualquer apelo. Com isso, já temos maioria; o processo foi julgado improcedente. Somos maioria", anunciou.
 
Alegando não estar contra as pesquisas, Cezar Peluso ainda buscou convencer o colega argumentando que mesmo sem necessidade os magistrados poderiam abrir uma exceção e adicionar o dispositivo.

Os ministros discordaram e o ministro Eros Grau finalizou o conflito. “Presidente, como o mais velho entre os presentes, sugiro que o senhor encerre a sessão”, no que foi atendido imediatamente.
 
Biossegurança

A Lei de Biossegurança foi aprovada pelo Congresso Nacional em 2005, e no mesmo ano foi alvo de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), movida pelo então procurador-geral da República, Cláudio Fonteles.
 
Católico fervoroso, Fonteles defende que a vida humana inicia-se na fecundação e que, portanto, o artigo 5º da lei - que permite os estudos com as células congeladas por mais de três anos e com autorização dos doadores - fere o direito à vida e a dignidade da pessoa humana.
 
O advogado que representa o Congresso, Leonardo Mundim, comemorou decisão tomada pelo plenário do STF. "A decisão do STF recupera a esperança de milhares de pessoas vitimadas com doenças degenerativas, cuja cura depende dos investimentos nas pesquisas com células embrionárias", declarou.
 
Ele acrescentou que as pesquisas, extremamente caras, estavam paradas enquanto a Suprema Corte não decidia sobre a constitucionalidade ou não da Lei de Biossegurança. "Agora, elas serão retomadas a todo vapor", disse.

http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2008/05/29/em_julgamento_historico_stf_aprova_pesquisas_com_celulas_tronco_de_embrioes_1331846.html
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Em nota, CNBB lamenta decisão do STF sobre células-tronco

SÃO PAULO - Em nota oficial divulgada na noite desta quinta-feira, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamentou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que aporvou por 6 votos a 5 as pesuisas com células-tronco embrionárias.

Leia a nota na íntegra:

"A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamenta a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que julgou a validade constitucional do artigo 5º e seus parágrafos da Lei de Biossegurança, n. 11.105/2005, que permite aos pesquisadores usarem, em pesquisas científicas e terapêuticas, os embriões criados a partir da fecundação in vitro e que estão congelados há mais de três anos em clínicas de fertilização.

A decisão do STF revelou uma grande divergência sobre a questão em julgamento, o que mostra que há ministros do Supremo que, nesse caso, têm posições éticas semelhantes à da CNBB. Portanto, não se trata de uma questão religiosa, mas de promoção e defesa da vida humana, desde a fecundação, em qualquer circunstância em que esta se encontra.

Reconhecer que o embrião é um ser humano desde o início do seu ciclo vital significa também constatar a sua extrema vulnerabilidade que exige o empenho nos confrontos de quem é fraco, uma atenção que deve ser garantida pela conduta ética dos cientistas e dos médicos, e de uma oportuna legislação nacional e internacional.

Sendo uma vida humana, segundo asseguram a embriologia e a biologia, o embrião humano tem direito à proteção do Estado. A circunstância de estar in vitro ou no útero materno não diminui e nem aumenta esse direito. É lamentável que o STF não tenha confirmado esse direito cristalino, permitindo que vidas humanas em estado embrionário sejam ceifadas.

No mundo inteiro, não há até hoje nenhum protocolo médico que autorize pesquisas científicas com células-tronco obtidas de embriões humanos em pessoas, por causa do alto risco de rejeição e de geração de teratomas.

Ao contrário do que tem sido veiculado e aceito pela opinião pública, as células-tronco embrionárias não são o remédio para a cura de todos os males. A alternativa mais viável para essas pesquisas científicas é a utilização de células-tronco adultas, retiradas do próprio paciente, que já beneficiam mais de 20 mil pessoas com diversos tipos de tratamento de doenças degenerativas.

Reafirmamos que o simples fato de estar na presença de um ser humano exige o pleno respeito à sua integridade e dignidade: todo comportamento que possa constituir uma ameaça ou uma ofensa aos direitos fundamentais da pessoa humana, primeiro de todos o direito à vida, é considerado gravemente imoral.

A CNBB continuará seu trabalho em favor da vida, desde a concepção até o seu declínio natural.

Brasília, 29 de maio de 2008"


http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2008/05/29/em_nota_cnbb_lamenta_decisao_do_stf_sobre_celulas_tronco_1331844.html
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Brasil perde ao “sacrificar vida no nascedouro”, afirma entidade

BRASÍLIA - Com decisão definida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pela liberação de pesquisas com células-tronco embrionárias, o coordenador do Movimento Brasil sem Aborto, Jaime Ferreira Lopes, lamentou nesta quinta-feira a conclusão do julgamento. Lopes afirmou que o Brasil está perdendo no “momento em que se permite que a vida seja sacrificada em seu nascedouro”.

“Esta decisão já está tomada ainda que contrarie os nossos princípios. A nossa concepção é de que nos embriões existe vida. Portanto, a pesquisa com células-tronco embrionárias constitui sim uma violação da vida no nosso entendimento”, destacou.

O coordenador afirmou ainda que a decisão do Supremo não deverá ser contestada. “Não há o que se discutir em uma decisão do STF. Se o Supremo assim entendeu, é porque tinha as suas razões para entender. Nós continuamos a defender a vida desde a fecundação e não vamos abrir mão desse princípio, ainda que a Corte Suprema do nosso País tenha defendido em sentido contrário”, informou Lopes.

De acordo com Lopes, os movimentos pró-vida no Brasil realizarão uma plenária nacional para discutir estratégias diante da decisão do STF de liberar o uso de embriões em pesquisas científicas. Entre as ações estaria a realização de uma campanha voltada para os “pais” dos embriões congelados em laboratórios de fertilização artificial.

A idéia é incentivar a adoção de embriões que, segundo Lopes, teria como objetivo sensibilizar os progenitores para que, em vez de disponibilizarem o material para pesquisas científicas, eles adotem casais inférteis sem condições de arcar com os custos de uma fertilização in vitro e promovam esta fertilização.

A outra possibilidade, de acordo com ele, é de que seja aprovado pelo Congresso Nacional o PL 1184/03, que trata da reprodução assistida e obriga a transferência “a fresco” de todos os embriões obtidos, não permitindo o seu congelamento.

http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2008/05/29/brasil_perde_ao_sacrificar_vida_no_nascedouro_afirma_entidade_1331832.html
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Pesquisadora diz que agora ciência brasileira vai “correr atrás do tempo perdido”

BRASÍLIA - Logo depois do final do voto do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento da ação direta de inconstitucionalidade que questiona o uso de células-tronco embrionárias em pesquisas científicas, a coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP (Universidade de São Paulo) Mayana Zatz disse que agora é o momento de “correr atrás do tempo perdido”.

Mayana se disse feliz com os seis votos a favor da constitucionalidade das pesquisas, sem restrições, “mas com um senso imenso de responsabilidade”. A pesquisadora ressaltou, porém, que é preciso respeitar o posicionamento dos que são contrários ao uso de células-tronco de embriões. “Eu espero que dentro de alguns anos, quando nós tivermos os resultados, aqueles que votaram contra nos dêem razão”, concluiu.

"Não estamos prometendo cura"

Questionada sobre quanto tempo levaria para se descobrir a cura para doenças degenerativas, a geneticista afirmou que os cientistas não podem definir o prazo. “Não estamos prometendo cura, estamos prometendo pesquisas”, ressaltou Zatz.

Segundo ela, esta pergunta é a mais ouvida pela sociedade científica. “É o que nós mais ouvimos, mas, em pesquisas, nunca podemos definir o tempo, até porque são pesquisas, estudos para se descobrir algo novo”, reforçou.

Nesta quarta-feira, a geneticista chegou a ficar preocupada com o resultado parcial do julgamento, em que votos semelhantes ao proferido pelo ministro Carlos Alberto Menezes Direito colocavam restrições às pesquisas. Para ela, as restrições poderiam inviabilizar as pesquisas com células-tronco embrionárias.

http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2008/05/29/pesquisadora_diz_que_agora_ciencia_brasileira_vai_correr_atras_do_tempo_perdido__1331830.html

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Offline Tupac

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Re: Julgamento no STF sobre células-tronco ao vivo
« Resposta #12 Online: 29 de Maio de 2008, 22:57:24 »
 :biglol: :biglol: :biglol: :biglol: :biglol: :brasil: :1o: :1o: :1o:
Derrubaram a descriminalização do aborto, mas ainda bem que não proibiram as celulas-tronco. Isso é uma vitoria importantissima.


Esses que se dizem contra, quando descobrirem a cura para os tetraplegicos, ou para qualquer doença que tenha as celulas-tronco como materia-prima pra cura, vão recorrer a medicina pra tratar dessas doenças, deveriam ser proibidos de efetuar o tratamento. BANDO DE HIPOCRITAS FDP DU C...
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida."
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Offline Luis Dantas

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Re: Julgamento no STF sobre células-tronco ao vivo
« Resposta #13 Online: 30 de Maio de 2008, 06:17:54 »
Uma decisão a ser comemorada, sem dúvida :)
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Týr

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Re: Julgamento no STF sobre células-tronco ao vivo
« Resposta #14 Online: 30 de Maio de 2008, 07:17:28 »
O Brasil pode se dar bem ainda nessas pesquisas, e daixar para trás países como os Estados Unidos. Tomara que esse tipo de decisão não se restrinja à esta.

Offline Oceanos

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Re: Julgamento no STF sobre células-tronco ao vivo
« Resposta #15 Online: 30 de Maio de 2008, 10:59:11 »
Em nota, CNBB lamenta decisão do STF sobre células-tronco
Xupa!!

Offline Dr. Manhattan

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Re: Julgamento no STF sobre células-tronco ao vivo
« Resposta #16 Online: 30 de Maio de 2008, 11:08:48 »
:monte:

:punk:

E concordo com o Tupac: se os que sofrem de teofilia discordam do uso de células de embriões nessas pesquisas, o mais coerente é
que recusem os tratamentos que surjam delas. Não que eu espere que isso aconteça...
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Alan Watts

Offline Donatello

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Re: Julgamento no STF sobre células-tronco ao vivo
« Resposta #17 Online: 30 de Maio de 2008, 12:02:57 »
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Esses que se dizem contra, quando descobrirem a cura para os tetraplegicos, ou para qualquer doença que tenha as celulas-tronco como materia-prima pra cura, vão recorrer a medicina pra tratar dessas doenças
Mas não sem antes "justificarem" a contradição "explicando" que a ciência vem dEle,porque é Ele quem dá sabedoria e discernimento aos cientistas.  ::)

Depois eles irão aos seus templos e darão testemunho dizendo sobre o quanto Ele é poderoso e os curou.

Offline Herf

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Re: Julgamento no STF sobre células-tronco ao vivo
« Resposta #18 Online: 30 de Maio de 2008, 12:28:28 »
Cartaz de campanha contra as pesquisas com células-tronco, falacioso e apelativo:

http://bp0.blogger.com/_w8NrB9Jg3Kc/SD4BiAIkAWI/AAAAAAAAAUk/OlxCtYciR0Y/s1600-h/ShowLetter.jpg

Offline Nightstalker

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Re: Julgamento no STF sobre células-tronco ao vivo
« Resposta #19 Online: 30 de Maio de 2008, 12:31:28 »
Extremamente falacioso.

Não creio que haja defesa racional da negação do uso de células-tronco em pesquisas.
Conselheiro do Fórum Realidade.

"Sunrise in Sodoma, people wake with the fear in their eyes.
There's no time to run because the Lord is casting fire in the sky.
When you make sin, hope you realize all the sinners gotta die.
Sunrise in Sodoma, all the people see the Truth and Final Light."

Offline Oceanos

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Re: Julgamento no STF sobre células-tronco ao vivo
« Resposta #20 Online: 30 de Maio de 2008, 13:40:12 »
E concordo com o Tupac: se os que sofrem de teofilia discordam do uso de células de embriões nessas pesquisas, o mais coerente é
que recusem os tratamentos que surjam delas. Não que eu espere que isso aconteça...
Isso me faz pensar: supondo que tenha havido algum avanço científico na medicina no holocausto e tal. Vocês também deixariam de usar esses avanços por abominarem a forma que as experiências eram feitas?

Não sei, acho compreensível o pragmatismo nessas horas... Afinal, já está tudo pronto mesmo...

Offline Dr. Manhattan

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Re: Julgamento no STF sobre células-tronco ao vivo
« Resposta #21 Online: 30 de Maio de 2008, 13:43:32 »
E concordo com o Tupac: se os que sofrem de teofilia discordam do uso de células de embriões nessas pesquisas, o mais coerente é
que recusem os tratamentos que surjam delas. Não que eu espere que isso aconteça...
Isso me faz pensar: supondo que tenha havido algum avanço científico na medicina no holocausto e tal. Vocês também deixariam de usar esses avanços por abominarem a forma que as experiências eram feitas?

Não sei, acho compreensível o pragmatismo nessas horas... Afinal, já está tudo pronto mesmo...

Acho que já houve um tópico sobre isso aqui. Se não me engano, o consenso foi "usaria sim".

Aliás, já usamos, como é o caso das pesquisas nazistas sobre a hipotermia.

EDIT: Vi o cartaz. Não só é falacioso. É desonesto mesmo. A começar pela foto.
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Offline Oceanos

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Re: Julgamento no STF sobre células-tronco ao vivo
« Resposta #22 Online: 30 de Maio de 2008, 17:30:52 »
Acho que já houve um tópico sobre isso aqui. Se não me engano, o consenso foi "usaria sim".

Aliás, já usamos, como é o caso das pesquisas nazistas sobre a hipotermia.
E você vê alguma diferença entre esse meu exemplo e esse das células-tronco? Para mim, acaba sendo hipocrisia igual...

Offline Luis Dantas

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Re: Julgamento no STF sobre células-tronco ao vivo
« Resposta #23 Online: 30 de Maio de 2008, 22:17:06 »
É uma hipocrisia até maior, pelo menos quando esses opositores às pesquisas não se opõem também à criação (e destruição) intencional de embriões para tratamentos de fertilidade.

Quanto ao cartaz, realmente é mentiroso e desonesto demais.  Só para começo de conversa, apresenta fetos como se fossem embriões.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Tupac

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Re: Julgamento no STF sobre células-tronco ao vivo
« Resposta #24 Online: 30 de Maio de 2008, 22:55:54 »
E os meliantes militantes contra o uso não percebem a falacia que criaram. O poder de se auto-iludir é realmente monstruoso.
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida."
 - Carl Sagan

"O que é afirmado sem argumentos, pode ser descartado sem argumentos." - Navalha de Hitchens

 

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