Seria tomar muito ao pé da letra a idéia da moralidade genética querer encontrar genes específicos para tais comportamentos.
Todos sabemos que há padrões de comportamento que se repetem em muitas culturas, por mais distantes e sem contato que sejam elas. Coisas da natureza humana, que independem da sociedade. O problema é que não há só os genes envolvidos, também os memes, como falou o Galthaar. Mas a ação dos memes está, de modo geral, restrita a aquilo que os genes "permitem". Por exemplo, uma moral (memes) que afirmasse que "é moralmente certo casar-se e ter filhos com parentes próximos" não teria muito sucesso, já que há um sentimento natural de repugnância pelo ato sexual com pessoas que consideramos da nossa família. Não sei se ficou claro o que quis dizer...
Os casos que você citou, Buckaroo Banzai, são um pouco mais complicados mas nem por isso não-explicáveis pela moralidade genética, acredito eu. Eu ainda não li sobre estes indígenas, você até poderia me passar um link depois, mas posso apostar que não se trata de uma questão "moral" este infanticídio. Quer dizer, acho que é engano afirmar que estes índios acham "eticamente correto" matar bebês gêmeos. Está mais para um ritual, um costume de caráter religioso. E a religiosidade parece ser uma característica genética, inata do ser humano. Seria este um caso em que o efeito de um grupo de genes ("os genes da religiosidade") se sobrepõe, por questões culturais, ao efeito de outro grupo de genes, aqueles que determinam que é "ruim matar crianças" (por óbvios motivos evolutivos).
O mesmo poderia ser aplicado ao canibalismo. Tribos que o praticam certamente o fazem por questões religiosas e não por acharem moralmente correto alimentar-se de humanos.