Autor Tópico: Kardecismo - O Trabalho segundo a óptica Espírita  (Lida 933 vezes)

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Offline O ENCOSTO

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Kardecismo - O Trabalho segundo a óptica Espírita
« Online: 30 de Abril de 2007, 11:23:18 »
"...os trabalhos mais árduos, mais simples ou rudimentares têm muito valor individual e social, eis que são uma forma de resgatar erros pretéritos..."




O Trabalho segundo a óptica Espírita

A crença em Deus é algo muito natural na espécie humana e as provas científicas acerca da existência Dele são incontestáveis. Deus é para nós a inteligência suprema, a causa primeira de tudo o que há, é O Pai Misericordioso, Soberanamente Justo e Bom. Logo, na qualidade de Pai de todos os seres, Ele não age por capricho, caso contrário não seria “Deus”, tornando-se forçoso verificarmos que não existem fatalidades e que não estamos no mundo a passeio, pois a existência de cada pessoa tem por finalidade a evolução intelectual e moral, além da função de colaborarmos com o Criador em sua incessante obra de edificação da paz e do amor em todo o mundo.



Aproxima-se o “dia do trabalho” e para os espíritas “toda ocupação útil é trabalho”, porquanto o trabalho não serve tão somente para a aquisição de bens materiais. Todavia, sabemos que não são poucas as pessoas que enxergam o trabalho como um fardo, um peso, um castigo. Isso decorre de nossa imperfeição moral, tanto que basta perguntarmos a algumas pessoas que vivem ao nosso derredor: qual é o pior dia da semana? Constataremos que, para a maioria delas, é a segunda-feira, ou seja, o dia de retornar ao trabalho após o descanso do fim de semana. Este modo de ver o trabalho como um castigo advém, dentre outros motivos, da simbólica história bíblica de Adão e Eva, que foram expulsos do paraíso, tendo Deus condenado o casal ao trabalho, sentenciando: “ganharas o pão com o suor de seu rosto”.



É imperioso encararmos o trabalho como uma forma de evolução, de sermos úteis a nós mesmos, ao próximo e às causas nobres, cientes os reencarnacionistas de que os trabalhos mais árduos, mais simples ou rudimentares têm muito valor individual e social, eis que são uma forma de resgatar erros pretéritos e de limitar a ação de Espíritos reincidentes no erro, a fim de que, em próximas oportunidades existenciais possam voltar a gozar de maior liberdade de ação e de trabalhos menos rudes, por uma conquista pessoal.



Para crescermos! Por isso, trabalhamos.



Sem o trabalho as pessoas permaneceriam num estado de infância moral e intelectual, razão pela qual dependemos do labor para galgarmos melhores condições de vida, para conseguirmos o alimento, o vestuário, a segurança, conscientes de que somente a educação poderá transmutar os falsos e perniciosos conceitos de trabalho, demonstrando sua verdadeira e mais profunda importância.



Apesar de vermos tanta violência sendo disseminada pelos meios de comunicação, pelos noticiários, pelas telenovelas, filmes e videogames, é cediço que nunca se trabalhou tanto na humanidade, principalmente no Brasil que é a maior nação cristã do globo, pela paz, pela fraternidade, pela vida em todas as suas formas. Como trabalho é toda ocupação útil, insta salientarmos que o trabalho voluntário tem alto significado nas esferas superiores da vida, tanto que vemos o Terceiro Setor se organizando cada vez mais para colaborar com os entes estatais na mais diversas áreas, como a defesa do meio ambiente, dos direitos de crianças, idosos, entre outras. Da mesma forma, não há como deixarmos de considerar como um admirável e importante trabalho o tempo e o suor investidos na arte, no esporte, na cultura e na religião, tendo em vista que geralmente nessas atividades não se busca, como móvel primordial, auferir valores financeiros.



Infelizmente, sabemos que existem ainda muitas pessoas que equivocadamente abusam do trabalho pessoal para tirar proveito indevido, seja nas instituições públicas, nas quais tantos seres corrompem ou são corrompidos, ou no mercado, onde inescrupulosamente criaturas enriquecem-se às custas do abusivo trabalho alheio, ou mesmo, se autoconsiderando “super-espertos”, sempre vendem produtos por preços maiores do que realmente valem, fazem propaganda enganosa, não respeitam os direitos dos consumidores das mais diversas maneiras. Não imaginam como será difícil resgatar e devolver, cada centavo que tenham ganhado ilícita ou injustamente, pois a lei da natureza é de causa e efeito, motivando a dor reparadora a tantas pessoas que, aparentemente, sofrem inexplicavelmente, muitas vezes desde o berço.



Cada profissão tem seu valor na Terra e faz-se salutar para cada um de nós aceitarmos tal circunstância, assim como aquele faxineiro da NASA – Agência Espacial Norte-americana que, inquirido acerca de sua função dentro da companhia respondeu que estava construindo espaçonaves. O entrevistador se espantou, porque há alguns segundos seu colega de faxina havia respondido, grosseiramente: “não está vendo que estou limpando o chão... e saia da frente, porque já está me atrapalhando e quero sair logo daqui”.



Diante daquela situação o pesquisador voltou a questionar nosso personagem principal sobre a discrepância entre sua resposta e a de seu colega de função, obtendo como esclarecimento, mais ou menos, o seguinte: “eu sei da minha importância dentro da NASA, sei que faço parte de um contexto maior, sem meu trabalho tudo aqui não funcionaria, porque cada setor deve estar perfeitamente higienizado, logo, estou construindo aeronaves e explorando o Universo”.



Onde quer que estejamos, na profissão, na religião e, sobretudo, na família, aproveitemos as oportunidades de sermos úteis, de deixar marcas positivas e luminosas, indicando o caminho mais seguro para aqueles que virão em seguida, recordando que Jesus disse “Vós sois deuses”. Podemos fazer muitas coisas se tivermos fé. Deus trabalha sempre e conta conosco, bastando que cada um faça a sua parte na construção do Bem, da não-violência, do Amor universal, a partir da reforma íntima, porquanto estamos aqui para evoluir.

http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=283921
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Onde houver fé, levarei a dúvida.

Offline Mr."A"

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Re: Kardecismo - O Trabalho segundo a óptica Espírita
« Resposta #1 Online: 30 de Abril de 2007, 16:20:09 »
Meu único ponto de discordância é que, ao que parece, o autor não leva em consideração que o que faz tantas pessoas "odiarem a segunda-feira" não é apenas o trabalho em si, a função que ele desempenha, mas sim uma confluência dessa função com uma série de outros fatores que muitas vezes a acompanham: ter que acordar cedo pela manhã, engolir desaforo do chefe - ou dos clientes, se for o caso - calado, ser obrigado a comer correndo, dedicar o dia inteiro ao trabalho sem tempo para curtir a família, os amigos, para o lazer etc, ser mal remunerado...

No mais, o texto dispõe de concórdia total de minha parte, excetuando-se as palavras que envolvem a crença - aliás, diga-se de passagem, nem creio que sejam todas as correntes espíritas que concordam com essa conversa de que o trabalho árduo é uma maneira de "resgatar erros pretéritos", pelo menos na visão de alguns que eu conheço funciona assim: se o seu trabalho te faz infeliz, abandone-o na primeira oportunidade.
8-)

Atheist

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Re: Kardecismo - O Trabalho segundo a óptica Espírita
« Resposta #2 Online: 30 de Abril de 2007, 21:01:37 »
Citar
"…os trabalhos mais árduos, mais simples ou rudimentares têm muito valor individual e social, eis que são uma forma de resgatar erros pretéritos…"

Lindo isso!

 

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