Autor Tópico: Morre deputado Enéas Carneiro  (Lida 7161 vezes)

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Offline Vito

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Morre deputado Enéas Carneiro
« Online: 06 de Maio de 2007, 18:44:34 »
Morre deputado Enéas Carneiro, noticia líder do PR
Publicada em 06/05/2007 às 18h16m
Gerson Camarotti, do Globo

BRASÍLIA - O líder do PR  na Câmara, deputado Luciano Castro (PR),  informou que o deputado federal Enéas Carneiro (PR -SP) morreu neste domingo em São Paulo. Aos 68 anos, Enéas tinha câncer.

Segundo Castro, a morte do deputado paulista e fundador do extinto Prona, pelo qual concorreu à presidência da República, deixa uma lacuna na política brasileira:

- Enéas marcou época com seus princípios nacionalistas e sua personalidade forte. Deixa uma lacuna enorme na política brasileira - disse o líder do PR .

Fonte: Globo

 :'(

Danieli

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Re: Morre deputado Enéas Carneiro
« Resposta #1 Online: 06 de Maio de 2007, 18:47:13 »
Gostava das idéias dele, era um intelectual ativo.

Offline Herf

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Re: Morre deputado Enéas Carneiro
« Resposta #2 Online: 06 de Maio de 2007, 18:51:57 »
Gostava das idéias dele, era um intelectual ativo.

Lembra que o Enéas defendeu a produção da bomba atômica?

Danieli

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Re: Morre deputado Enéas Carneiro
« Resposta #3 Online: 06 de Maio de 2007, 18:59:07 »
Gostava das idéias dele, era um intelectual ativo.

Lembra que o Enéas defendeu a produção da bomba atômica?
Lembro sim porque?

Offline Herf

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Re: Morre deputado Enéas Carneiro
« Resposta #4 Online: 06 de Maio de 2007, 19:02:40 »
Quais idéias dele você gostava?

Danieli

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Re: Morre deputado Enéas Carneiro
« Resposta #5 Online: 06 de Maio de 2007, 19:07:12 »
O discurso ultranacionalista, a nacionalização dos recursos minerais...

Offline Alenônimo

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Re: Morre deputado Enéas Carneiro
« Resposta #6 Online: 06 de Maio de 2007, 19:08:24 »
O discurso ultranacionalista
Tá de saca, né?
“A ciência não explica tudo. A religião não explica nada.”

Danieli

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Re: Morre deputado Enéas Carneiro
« Resposta #7 Online: 06 de Maio de 2007, 19:09:17 »

Offline FxF

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Re: Morre deputado Enéas Carneiro
« Resposta #8 Online: 06 de Maio de 2007, 19:09:48 »
Eu gostava da imagem excêntrica, que inclusive foi o que o elegeu. Do jeito que é a política, esse é o meio menos desonesto de se chegar a um cargo.

Offline Herf

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Re: Morre deputado Enéas Carneiro
« Resposta #9 Online: 06 de Maio de 2007, 19:16:11 »
Eu gostava da imagem excêntrica, que inclusive foi o que o elegeu. Do jeito que é a política, esse é o meio menos desonesto de se chegar a um cargo.

Hmmm... É. Pode-se dizer que a única característica desejável nele era a relativa sinceridade com que expunha suas idéias.

E só!

Offline Diego

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Re: Morre deputado Enéas Carneiro
« Resposta #10 Online: 06 de Maio de 2007, 19:18:09 »
Gostava dele!

"meu nome é eneas! 56!"

Offline Vito

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Re: Morre deputado Enéas Carneiro
« Resposta #11 Online: 06 de Maio de 2007, 19:22:37 »
(Valeu a força, Nightstalker)

Personalidade contrastante no folclore brasileiro, Enéas perdeu os pais aos nove anos de idade, sendo obrigado a trabalhar para sustentar seus irmãos. Em 1958 abandonou a vida humilde no estado do Acre para iniciar seus estudos no Rio de Janeiro. Em 1959 formou-se terceiro-sargento auxiliar de anestesia. Em 1965 formou-se em Medicina pela Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, com especialidade em Cardiologia. O livro didático sobre dele sobre eletrocardiograma fez tanto sucesso entre os alunos de medicina que era conhecido como A Bíblia do Enéas. A produção acadêmica de Enéas, entretanto, não se restringe à medicina, e ele é autor de artigos sobre diversos assuntos, desde Cardiologia, até Filosofia, Lógica e Robótica. Em 1980 foi diplomado como médico do Hospital do Câncer do Rio de Janeiro.

Enéas fundou, em 1989, o Prona, lançando-se imediatamente candidato à Presidência nas primeiras eleições diretas do Brasil, após o período da Ditadura Militar. O seu tempo na propaganda eleitoral gratuita era de apenas dezessete segundos. Todavia, sua imagem exótica (um homem pequeno, calvo, com enorme barba cerrada e grandes óculos), aliada a uma fala rápida e discurso inflamado e ultranacionalista (terminado sempre por seu indefectível bordão: "Meu nome é Enéas"), fez com que o então desconhecido político angariasse mais de 360 mil votos, colocando-o em 12º lugar entre 21 candidatos. A propaganda vinha sempre acompanhada pela Quinta sinfonia de Beethoven.

Percebendo a penetração de sua imagem junto ao eleitorado, Enéas voltou a se candidatar em 1994, dispondo então de um minuto e 17 segundos no horário eleitoral. Mesmo sendo o Prona um partido ainda sem expressão, o resultado surpreendeu os especialistas em política. Enéas foi o terceiro mais votado, posicionando-se à frente de políticos consagrados, como o então governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola, do ex-governador de São Paulo Orestes Quércia, e do ex-governador de Santa Catarina, Esperidião Amin, com mais de 4,6 milhões de votos (7%).

Em 1998, com um minuto e 40 segundos disponíveis no horário eleitoral, Enéas expôs seu discurso nacionalista como nunca havia feito antes. Suas ideias, entretanto, como a construção da bomba atômica, a nacionalização dos recursos minerais do subsolo brasileiro e a ampliação do efetivo militar, consideradas polêmicas, passaram a ser usadas como arma política para deter sua crescente popularidade. Nas eleições presidenciais daquele ano, foi o quarto colocado.

 
Enéas, sem sua famosa barba, no horário político de 2006.Em 2000 candidatou-se à prefeitura de São Paulo, sem muito sucesso, embora tenha conseguido reunir votos para a eleição de sua candidata a vereadora Havanir Nimtz. Em 2002 candidatou-se a deputado federal por São Paulo, obtendo a maior votação da história brasileira para aquele cargo. Seu partido obteve votos suficientes para, através do sistema proporcional, eleger mais três deputados federais (mesmo com votações inexpressivas, abaixo dos mil votos). Este episódio ficou marcado pela polêmica de que alguns destes candidatos teriam mudado de colégio eleitoral de forma ilegal apenas para serem eleitos pelo princípio da proporcionalidade, confiando nos votos conferidos ao partido através de Enéas. Enéas também participou ativamente das eleições para prefeitos e vereadores em 2004, ajudando a eleger vereadores em várias capitais, como Rio e São Paulo, e prefeitos em pequenas cidades.

Enéas Carneiro apresentava-se como um político nacionalista e radicalmente contrário ao aborto e à união civil de pessoas do mesmo sexo. Alguns críticos o associavam como um novo ícone do Movimento Integralista. Analistas enxergam Enéas como um fruto da democracia moderna, alegando que sua imagem excêntrica e seu bordão ("Meu nome é Enéas") se sobrepõem ao seu discurso hermético e intelectualizado frente às classes mais pobres da sociedade brasileira. De uma forma ou de outra, é um dos políticos mais populares do Brasil.

No início de 2006, Enéas passou por sérios problemas de saúde, uma pneumonia e uma leucemia, que fizeram com que perdesse sua folclórica barba. Ainda em função de seus problemas de saúde, em junho de 2006 Enéas anunciou que desistira de sua candidatura à Presidência da República e que concorreria novamente à Câmara de Deputados. Na nova campanha, mudou seu bordão para "Com barba ou sem barba, meu nome é Enéas, 5656!". Foi reeleito com a quarta maior votação no estado de São Paulo, atingindo 386.905 votos, cerca de 1,90% dos votos válidos no estado.[1]

Após o primeiro turno das eleições presidenciais de 2006, seu partido, o Prona, se funde com o PL e então é fundado um novo partido, o Partido da República.

Enéas Carneiro faleceu em 6 de maio de 2007, vítima de Leucemia.

Citações de Enéas Carneiro

"Uma palavra só: nacionalista. Nós defendemos a iniciativa privada, queremos dar um empurrão gigantesco na indústria nacional. Precisamos que o nosso industrrial possa sobreviver e não se transformar, pouco a pouco, em revendedor de produto estrangeiro. Quero que o nosso agricultor possa produzir, e não, como agora, a gente tendo de importar feijão. O velho conceito da esquerda está acabado. Mas também o que está aí à direita, que hoje está assimilada ao modelo neoliberal especulativo, não queremos mesmo. Por isso, não há como definir esse novo modelo: somos nacionalistas, defendemos a iniciativa privada, o industrial, a agricultura, todo mundo que quiser produzir."
- Definindo seu perfil ideológico, em entevista ao Jornal Tribuna da Imprensa, no dia 09/02/98.

"A bomba atômica é fundamental. Não para jogar em ninguém, mas para sermos respeitados. É o que em geopolítica se chama dissuasão estratégica. Isto quer dizer, deixem-nos em paz. Quando se tem a bomba atômica senta-se para conversar em condições de igualdade. O mesmo acontece com as Forças Armadas. Se eleito, irei triplicar o seu efetivo. Elas são o braço armado do povo."
- Em entrevista à Revista Isto É, no dia 13/05/98.

"Já me chamaram até de Mussolini. Não me incomodo, apenas me divirto. Não conheço Le Pen, não gosto destas atitudes de agressão ao ser humano e sou contra a pena de morte. Não gosto dos neonazistas, isto é barbarismo. Eu gosto de ordem, de disciplina, de respeito aos valores tradicionais, de respeito à família, à propriedade, ao Estado e à Igreja. Sou contrário à discriminação das drogas. Estas comparações me fazem rir. Elas são feitas por ignorância profunda ou por má-fé explícita. Não quero que me amem ou me odeiem. Quero que saibam exatamente o que eu penso. Na televisão, eu desmoralizo todo mundo. Em um minuto ou meio segundo, eu sacudo a população quando falo. Reduzo meus adversários a pó."
- Em entrevista à Revista Isto É, no dia 13/05/98.

"Se, depois de tomar posse na Presidência da República, passado o período de seis meses, ainda existirem crianças nas ruas, abandonadas, sem escola, mendigando, eu e todos os meus companheiros de equipe renunciaremos às nossas funções".

"Quero que quem disse que eu sou o novo "macaco Tião" venha a minha frente que eu o reduzirei a sub-nitrato."
- Quando perguntado se o elevado número de votos que recebeu nas eleições presidenciais não teria sido um protesto bem-humorado da população assim como milhares de eleitores do Rio de Janeiro fizeram ao votar em um chimpanzé nas eleições para prefeito.

"Sou um homem normal, que come, gosta de mulher e usa o vaso sanitário."

"Miasmas pútridos emanam no Congresso em Brasília, contaminando o ar da metrópole. Mas o meu nome não exala odor mefítico, porque não chafurda no pântano da ignomínia"
- Em sua campanha a Câmara dos Deputados, em 2006"

"Com barba ou sem barba, meu nome é Enéas!! 5656!!"
- Em campanha em 2006


Offline Vito

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Re: Morre deputado Enéas Carneiro
« Resposta #12 Online: 06 de Maio de 2007, 19:23:08 »


Nove anos e duas tentativas frustradas de conquistar a Presidência da República não arrefeceram o ânimo do cardiologista Enéas Ferreira Carneiro, fundador do Partido de Reedificação da Ordem Nacional (Prona). Pelo contrário. Aos 60 anos, o acreano está mais raivoso do que nunca. Nesta entrevista a ISTOÉ, ele afirma que não há nada que lhe cause mais náusea e repugnância do que a classe política atual e seu "sórdido jogo de interesses". Garante que não precisa fazer alianças para chegar à Presidência, trinca os dentes de ódio quando fala sobre o presidente Fernando Henrique Cardoso, diz que Lula é um semi-analfabeto e promete ainda triplicar o efetivo das Forças Armadas caso seja eleito. Foi com um discurso semelhante, enérgico, defendendo a moralidade e a ordem pública, que o caricato Enéas amealhou mais de 4,6 milhões de votos em 1994, ficando em terceiro lugar. Desde 1989, quando se lançou na política, Enéas vem alimentando o rótulo, ou o epíteto, como prefere, de um político outsider. Com voz estridente, enormes óculos e barba idem, Enéas ataca todos os adversários e coloca-se como a única alternativa capaz de salvar o País. O autor do bordão "Meu nome é Enéas" garante que não está brincando de fazer política e que entrou na disputa para ganhar. Nos anos 60, um rinoceronte manso chamado Cacareco foi muito bem votado. Era uma brincadeira dos cariocas. O bicho agora é mais perigoso.

ISTOÉ – Qual a diferença entre o Enéas de 1989 e o de agora?
Enéas Carneiro – A única diferença entre 1989 e agora é que eu estou infinitamente mais preparado. Naquela época, tinha apenas 15 segundos na televisão. Em 1994, com um pouco mais de um minuto, fiquei em terceiro lugar, na frente do senador Esperidião Amin e dos ex-governadores Leonel Brizola e Orestes Quércia. Em mim votaram 4,6 milhões de eleitores. Estes adversários tiveram votações ridículas de dois a três milhões de votos. Eu não estou brincando, não entrei nesta disputa para levar Fernando Henrique para o segundo turno. Entrei na eleição para ganhar. E vou ganhar.

ISTOÉ – O Prona pretende fazer alianças com outros partidos para ter mais tempo na tevê?
Enéas – O tempo total de exposição na televisão é em torno de 25 minutos. Se este tempo fosse dividido igualitariamente, a ISTOÉ já estaria falando com o próximo presidente. Até porque os meus concorrentes são extremamente mal dotados pela natureza. Só que estes 25 minutos são divididos em três terços e apenas um terço é dividido por igual. Se houver quatro candidatos, terei então dois minutos.

ISTOÉ – Como pretende governar o País estando à frente de um partido sem expressão nacional e sem representação no Congresso?
Enéas – O presidente da República tem um poder monocrático. A representação parlamentar não tem a menor importância. Não existe a menor dificuldade de governar sem partido. Até porque existe um recurso chamado Medida Provisória, que o presidente Fernando Henrique Cardoso, mesmo à frente de um partido forte, usa à vontade. Por que então eu não poderia lançar mão do mesmo recurso? Quando Fernando Collor de Mello foi eleito, ele tinha um partido que era muito mais inexpressivo que o Prona. Ele tomou atitudes inconstitucionais e o Congresso e até o Judiciário foram obrigados a se curvar.

ISTOÉ – O sr. fecharia o Congresso se julgasse necessário?
Enéas – Não, até porque o Congresso Nacional é por excelência um fórum inepto. Ele está aí porque tem que estar, porque faz parte dos Três Poderes. Assim como uma orquestra funciona bem ou mal na dependência do maestro, assim também o Congresso adaptar-se-á a um comando sério voltado para os interesses nacionais. Se o presidente quiser fazer mudanças radicais, ele pode fazer. E para isso não precisa fechar o Congresso.

ISTOÉ – Por que o sr. é candidato?
Enéas – Porque acredito que exista uma saída: romper completamente com o sistema financeiro internacional que movimenta diariamente cerca de US$ 3 trilhões. Diante deste cassino mundial, a globalização é apenas uma palavra bonita que encobre um processo de pirataria, de rapinagem explícita. Ao defender este projeto nacional, o presidente Fernando Henrique Cardoso é igual ao ex-presidente Fernando Collor de Mello. FHC e Collor são iguais, a única diferença entre eles é que o primeiro é infinitamente mais preparado. Eles estão vendendo todas as nossas riquezas com o argumento de que precisamos pagar nossos compromissos. Isto tudo é uma mentira. A dívida mobiliária, a parte mais importante da dívida interna brasileira, por exemplo, estava em torno de US$ 50 bilhões antes de FHC assumir e, hoje, ultrapassa os US$ 200 bilhões.

ISTOÉ – Que remédio o sr. daria para estancar esta sangria?
Enéas – Anular todas as privatizações. Elas foram inconstitucionais e é possível provar. A privatização da Vale do Rio Doce, por exemplo, foi uma imundície. Todas as empresas que foram vendidas vão voltar para seus antigos donos – os brasileiros. Gastamos cerca de US$ 5 bilhões por mês para pagar juros da dívida externa e não temos dinheiro para resolver o problema da seca no Nordeste. Tudo isso é de um cinismo despudorado.

ISTOÉ – O sr. acha a esquerda burra?
Enéas – Estes conceitos de direita e esquerda estão ultrapassados. Afinal de contas, o que é a esquerda? O candidato Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, por exemplo, é um boneco semi-analfabeto. A discussão para mim não é mais entre esquerda e direita. É, de um lado, a globalização; de outro, o Estado nacional soberano. A globalização é como se se colocasse um raposa solta num quintal cheio de pintinhos. No final, não vai sobrar nada.

ISTOÉ – A filiação do pastor Paulo Velasco ao Prona é uma prova de que a Igreja Universal do Reino de Deus está abençoando sua candidatura?
Enéas – Em 1994, o Prona precisava desesperadamente ter um deputado. Caso contrário, eu não poderia lançar minha candidatura à Presidência. Não temos nenhuma forma de preconceito. Quando ele nos perguntou se o Prona tinha algum problema em relação ao apoio da Igreja, a resposta foi clara: não. Não temos nenhum compromisso com a Igreja. Isto não significa que, caso o bispo Edir Macedo queira fazer uma doação, eu não vá aceitar. Qualquer um que queira me ajudar, será bem-vindo.

ISTOÉ – Em diversas ocasiões o sr. defendeu a necessidade de o Brasil desenvolver a bomba atômica. Por quê?
Enéas – A bomba atômica é fundamental. Não para jogar em ninguém, mas para sermos respeitados. É o que em geopolítica se chama dissuasão estratégica. Isto quer dizer, deixem-nos em paz. Quando se tem a bomba atômica senta-se para conversar em condições de igualdade. O mesmo acontece com as Forças Armadas. Se eleito, irei triplicar o seu efetivo. Elas são o braço armado do povo.

ISTOÉ – O sr. é frequentemente comparado a líderes de direita, como o francês Jean-Marie Le Pen. Incomoda-o ser apontado como o Le Pen dos trópicos?
Enéas – Já me chamaram até de Mussolini. Não me incomodo, apenas me divirto. Não conheço Le Pen, não gosto destas atitudes de agressão ao ser humano e sou contra a pena de morte. Não gosto dos neonazistas, isto é barbarismo. Eu gosto de ordem, de disciplina, de respeito aos valores tradicionais, de respeito à família, à propriedade, ao Estado e à Igreja. Sou contrário à discriminação das drogas. Estas comparações me fazem rir. Elas são feitas por ignorância profunda ou por má-fé explícita. Não quero que me amem ou me odeiem. Quero que saibam exatamente o que eu penso. Na televisão, eu desmoralizo todo mundo. Em um minuto ou meio segundo, eu sacudo a população quando falo. Reduzo meus adversários a pó.

Fonte: IstoÉ

Offline Worf

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Re: Morre deputado Enéas Carneiro
« Resposta #13 Online: 06 de Maio de 2007, 21:04:15 »
Lutou tanto pra ter um mandato, e acabou morrendo durante o segundo.
Diferentemente de muitos por aí, amantes do pensamento mágico, ele tinha bons argumentos pragmáticos, apesar de não concordar com muitos deles, como sua fé absoluta no Estado.

Rhyan

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Re: Morre deputado Enéas Carneiro
« Resposta #14 Online: 06 de Maio de 2007, 21:07:24 »
Nossa, vi agora isso... não sabia que ele tava mal.

Tarcísio

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Re: Morre deputado Enéas Carneiro
« Resposta #15 Online: 06 de Maio de 2007, 22:03:45 »
Melhor entrevista feita com o Enéas, magnífica.


Eu gostava da imagem excêntrica, que inclusive foi o que o elegeu. Do jeito que é a política, esse é o meio menos desonesto de se chegar a um cargo.

Hmmm… É. Pode-se dizer que a única característica desejável nele era a relativa sinceridade com que expunha suas idéias.

E só!

Se palavras de maldição tivessem força, você estaria com reto cheio de carocinhos.
« Última modificação: 06 de Maio de 2007, 22:09:28 por Tarcísio »

Offline Daniboy

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Re: Morre deputado Enéas Carneiro
« Resposta #16 Online: 07 de Maio de 2007, 01:09:52 »
Melhor entrevista feita com o Enéas, magnífica.


Eu gostava da imagem excêntrica, que inclusive foi o que o elegeu. Do jeito que é a política, esse é o meio menos desonesto de se chegar a um cargo.

Hmmm… É. Pode-se dizer que a única característica desejável nele era a relativa sinceridade com que expunha suas idéias.

E só!

Se palavras de maldição tivessem força, você estaria com reto cheio de carocinhos.
Nossa, vídeos interessantíssimos, concordei com a maioria dos pontos que ele citou, um deles que não concordei foi sobre o aborto, usou idéias paranóicas…caducas.

Mas eu desejo e desejo muito que algum presidente com idéias semelhantes às dele seja eleito, com toda certeza ele iria mudar o Brasil, e do jeito que está qualquer mudança vai bem, piorar fica difícil.

Ele é meio enérgico sobre nacionalização, mas o que ele disse é verdade, estão nos furtando às escuras, quando percebermos, será tarde demais e não haverá mais minerais nem riquezas que fazem nosso país tão rico, aliás a natureza é a única coisa que temos de nos orgulhar.
« Última modificação: 07 de Maio de 2007, 01:21:02 por Daniboy »
"Afirmar que "Deus fez isso" não é nada mais do que uma admissão de ignorância vestida enganadoramente como uma explicação."
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Offline Pregador

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Morre o Deputado Federal Enéas Carneiro.
« Resposta #17 Online: 07 de Maio de 2007, 11:02:09 »
Citar
7/05/2007  - 08h00
Corpo de Enéas Carneiro é velado no cemitério do Caju no Rio
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da Folha Online

O corpo do deputado federal Enéas Carneiro (PR, ex-Prona), 68, será velado nesta segunda-feira no Memorial do Carmo no cemitério do Caju, na zona nortte do Rio, a partir das 9h.

O deputado morreu na tarde de domingo (6), no Rio, em decorrência de uma leucemia-- tipo de câncer que atinge o sangue e caracteriza-se pela proliferação descontrolada dos glóbulos brancos.

O corpo de Enéas deve ser cremado em uma cerimônia prevista para o final da tarde desta segunda-feira no próprio cemitério.

Enéas estava em casa havia uma semana por recomendações médicas, de acordo com deputado Luciano Castro (PR-RR), líder do partido na Câmara.


Segundo Castro, Enéas estava na casa de uma filha no Rio de Janeiro. Ele se elegeu deputado pelo Estado de São Paulo.

"A luta contra a leucemia era muito grande, mas a quimioterapia o deixava muito debilitado. Até ontem [sábado], ele estava lúcido, conversando. A perda é muito grande", afirmou Castro.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), decretou luto oficial por um dia pela morte do deputado federal.

Na abertura da sessão deliberativa de hoje, os deputados que desejarem poderão prestar uma homenagem a Enéas, na seqüência, a sessão será suspensa conforme prevê o regimento interno da Câmara.

Biografia

Deputado pelo PR, Enéas Ferreira Carneiro nasceu em novembro de 1938, em Rio Branco (AC). Fundador do extinto Partido de Reedificação da Ordem Nacional (Prona), em 2002 foi eleito Deputado Federal com o maior número de votos na história do país (1,74 milhão de votos). Em 2006, Enéas foi reeleito (desta vez com 387 mil votos) para o cargo em que permaneceria até 2010.

Formado em medicina em 1965 pela Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, Enéas gostava de repetir que foi o melhor aluno em todas as séries do primário ao ginásio ou que passou em primeiro na faculdade. Enéas seguiu seus estudos e fez mestrado em cardiologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Em sua primeira tentativa de chegar à presidência (em 1989), ainda desconhecido, com 360 mil votos, tornou famoso o bordão "Meu nome é Enéas", que encerrava seus 15 segundos no programa eleitoral.




Na segunda (1994), deixou para trás pesos-pesados da política, como Leonel Brizola (PDT) e Orestes Quércia (PMDB), chegando em terceiro lugar. Em 2000, Enéas concorreu à Prefeitura de São Paulo, obtendo apenas 3% dos votos válidos.

Um levantamento do Datafolha de 1998 revelou que Enéas era visto como alguém "inteligente e brilhante". "Não é um atributo pelo qual eu tenha mérito nenhum. Foi Deus quem me deu. É como beleza física. Ninguém tem mérito por ser bonito", afirmou ele, que tinha na leitura seu maior prazer.

Enéas contabilizava "milhares" de livros lidos e "dezenas de milhares" de trabalhos científicos publicados em áreas que vão de estruturalismo, geopolítica e macroeconomia à lógica, epistemologia e cibernética, passando por filosofia, paleantropologia e astrofísica --e medicina, claro.

Os eleitores o classificavam como um político folclórico e cômico. "Acho perfeitamente normal e compreensível", disse, afirmando que isso acontece toda vez que surge alguém contrário a um sistema estabelecido.

Lá se vai o único representante do que mais se aproximaria com a extrema direita no Brasil.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline Vito

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Re: Morre o Deputado Federal Enéas Carneiro.
« Resposta #18 Online: 07 de Maio de 2007, 11:07:01 »
Unir tópico Amon.
../forum/topic=11388.0.html

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Re: Morre o Deputado Federal Enéas Carneiro.
« Resposta #19 Online: 07 de Maio de 2007, 11:25:46 »
Pô..eu procurei, procurei e não achei...to ficando velho rs...
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Re: Morre deputado Enéas Carneiro
« Resposta #20 Online: 07 de Maio de 2007, 11:26:42 »
Tópicos unidos.
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Offline Spitfire

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Re: Morre deputado Enéas Carneiro
« Resposta #21 Online: 07 de Maio de 2007, 11:44:19 »
 Mesmo não concordasse com algumas de suas idéias, não conseguia vê-lo como uma pessoa má intencionada. Gostava dele...

Offline Herf

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Re: Morre deputado Enéas Carneiro
« Resposta #22 Online: 07 de Maio de 2007, 13:25:40 »
Se palavras de maldição tivessem força, você estaria com reto cheio de carocinhos.

Hein?

Offline Oceanos

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Re: Morre deputado Enéas Carneiro
« Resposta #23 Online: 07 de Maio de 2007, 13:39:29 »
Eu lembro de uma dele, era algo como: "Vossa excelência não tem o mínimo de arrumação intracromossomial específica para governar o país". hehe

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Re: Morre deputado Enéas Carneiro
« Resposta #24 Online: 07 de Maio de 2007, 14:24:13 »
Eu lembro de uma dele, era algo como: "Vossa excelência não tem o mínimo de arrumação intracromossomial específica para governar o país". hehe

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/63/RobertoJefferson0804_cpmim_eneas.ogg

 :hihi:

5:10
"[Sua excelência, o presidente Lula] não tem o mínimo de arrumação intracromossomial específica pra dirigir o país."


Deviam escrever isso na lápide dele.

 

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