Autor Tópico: Brasil decide retaliar Bolívia e cancela benefícios  (Lida 1788 vezes)

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Offline O Grande Capanga

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Brasil decide retaliar Bolívia e cancela benefícios
« Online: 08 de Maio de 2007, 14:55:23 »
Brasil decide retaliar Bolívia e cancela benefícios

O governo brasileiro deflagrou ontem medidas de retaliação em resposta à decisão da Bolívia de expropriar o caixa das refinarias da Petrobras com a publicação de novo decreto supremo. Segundo o jornal <strong>O Estado de S. Paulo</strong> apurou, uma reunião para discutir a concessão de benefícios tarifários à Bolívia para facilitar a entrada de produtos bolivianos no País foi cancelada. A oferta de um crédito para agricultores bolivianos comprarem tratores subsidiados do Brasil também foi cancelada.

O governo brasileiro pode adotar outras medidas em resposta à hostilidade da Bolívia com os negócios da Petrobras. Entre as decisões que correm o risco de ser anuladas está o reajuste do preço de parte do gás importado pelo Brasil. Em fevereiro, o presidente Evo Morales esteve pessoalmente em Brasília para obter uma elevação do preço do combustível.

A Petrobras aceitou na ocasião a criação de um aditivo ao contrato original (chamado de GSA), no qual concordava com o pagamento de um valor maior para as frações nobres do gás natural. A mudança daria à Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) uma renda de US$ 100 milhões a mais por ano. Esses contratos ainda não estão em vigor, porque não foram protocolados pela Bolívia. As informações são do jornal <strong>O Estado de S. Paulo</strong>.

http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentid=4834388

Eriol

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Re: Brasil decide retaliar Bolívia e cancela benefícios
« Resposta #1 Online: 08 de Maio de 2007, 15:11:26 »
retaliar pelo que?

pelo que li, o Brasil vai é vender as tais refinarias
http://abi.bo/i=noticias_texto&j=20070508001052
http://telesurtv.net/secciones/noticias/nota/ckl=11117

Offline Rodion

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Re: Brasil decide retaliar Bolívia e cancela benefícios
« Resposta #2 Online: 08 de Maio de 2007, 15:55:33 »
hm. surpreso com a medida.

rodrigo, não estou acompanhando o caso, mas pelo que me lembro a bolívia até estava disposta a pagar pelas refinarias, mas o "preço justo" (céus, como me dá medo esta expressão).
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Pregador

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Re: Brasil decide retaliar Bolívia e cancela benefícios
« Resposta #3 Online: 08 de Maio de 2007, 16:23:13 »
Estranha esta notícia, duvido que nosso governo bundão faça algo. A questão até onde sei é a seguinte. A Bolívia ofereceu US$ 60 milhões pelas refinarias, e a Petrobras mandou hoje, a última proposta, de US$ 136 milhões, caso contrário irá recorrer a arbitragem internacional.

A Bolívia prometeu responder hoje ainda se aceita ou não.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline Sr. Alguém

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Re: Brasil decide retaliar Bolívia e cancela benefícios
« Resposta #4 Online: 08 de Maio de 2007, 20:06:50 »
 Já estava na hora...
Se você acha que sua crença é baseada na razão, você a defenderá com argumentos e não pela força e renunciará a ela se seus argumentos se mostrarem inválidos. (Bertrand Russell)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Humanismo_secular
http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberalismo_social

Tarcísio

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Re: Brasil decide retaliar Bolívia e cancela benefícios
« Resposta #5 Online: 08 de Maio de 2007, 21:25:50 »
Vai rolar o bolão de apostas pra quem será o próximo "Duque de Caxias"?! Eu voto no Diego.

Offline Spitfire

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Re: Brasil decide retaliar Bolívia e cancela benefícios
« Resposta #6 Online: 08 de Maio de 2007, 22:42:44 »

Viva la integracion del America latina.  :P

Offline Pregador

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Re: Brasil decide retaliar Bolívia e cancela benefícios
« Resposta #7 Online: 09 de Maio de 2007, 08:32:13 »
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Folha de S. Paulo.

Lula barra "negócio novo" com a Bolívia

Presidente congela ainda convênios já assinados com país vizinho para pressionar La Paz a ceder em negociações hoje

Governos divergem sobre valor a ser pago por Bolívia para estatizar 2 refinarias da Petrobras; Lula vê "falta de lógica" nas ações de Morales

VALDO CRUZ
CLAUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que nenhum "negócio novo" será fechado com a Bolívia e que convênios assinados serão congelados até que seja solucionada de forma favorável a questão das refinarias da Petrobras no país.
Lula queixou-se com assessores de que não prevalece a "lógica" nas negociações com o presidente Evo Morales, que apoiou nas eleições, e que sua paciência com o colega boliviano chegou "ao limite".
Lembrou que, depois de uma conversa "dura" com Morales na Venezuela, no mês passado, ele havia prometido mudar seu comportamento. A nova crise, segundo Lula, mostra que de pouco adiantou a política de boa vizinhança brasileira, de um país mais rico tentando ajudar um vizinho mais pobre.
Segundo a Folha apurou, a ordem no Planalto é que não só a Petrobras mas outros órgãos do governo não fechem negócios com a Bolívia até a solução da crise. Foi cancelada, por exemplo, reunião no final do mês para definir produtos bolivianos que o Brasil importaria para ajudar o vizinho.
Desde 2003, Lula assinou 23 acordos de cooperação com a Bolívia, sete na última visita do boliviano a Brasília, em fevereiro. Esses convênios vão ficar congelados até que os dois governos cheguem a um entendimento. Entre outros, será suspenso o convênio que prevê a construção de uma ponte sobre o rio Acre que seria paga com recursos do governo do Acre e assistência do governo federal.
Por enquanto, o governo não definiu se pretende adotar alguma retaliação comercial, como tarifas. Hoje cerca de 90% do comércio com a Bolívia é livre de taxas, já que o país é membro associado do Mercosul e pediu a adesão plena.
O Brasil avalia, porém, que o endurecimento em seu discurso pode levar a uma solução negociada. Está prevista para hoje reunião em La Paz entre representantes da YPFB (estatal boliviana) e da Petrobras.
Ao contrário de outras crises, quando Lula negociava direto com Morales, o brasileiro evita agora contato com o colega para sinalizar sua contrariedade. Ontem, Lula endossou declarações da véspera do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e disse que o Brasil poderá recorrer à Justiça internacional caso não haja acordo sobre o pagamento de duas refinarias da estatal na Bolívia.
"Se não for pago, nós temos que ir à Justiça internacional para rever os direitos da empresa", disse Lula. Segundo ele, a Petrobras quer apenas um "preço justo" pelas refinarias.
A Bolívia quer pagar US$ 70 milhões, mas a Petrobras acha que valem US$ 215 milhões, embora deva aceitar menos.
No final de semana, o governo brasileiro foi surpreendido com um decreto boliviano que retira da Petrobras o direito de exportação do petróleo cru reconstituído e fixa o preço do barril desse produto abaixo do mercado. Na prática, a medida tira a rentabilidade das duas refinarias da Petrobras no país.
O agendamento da reunião de hoje entre Petrobras e YPFB fez o Brasil moderar o tom. O que anteontem mereceu uma reação de "consternação e desapontamento" foi tratado ontem como mera questão comercial. Segundo o ministro Silas Rondeau (Minas e Energia), na reunião será esclarecida a posição da Petrobras em relação à indenização que deverá ser paga pelo governo boliviano para nacionalizar as duas refinarias.

O negócio é pegar uns caças, lançar uns mísseis nas refinarias, destruí-las e pronto. O Brasil não recebe e a Bolívia fica sem refinaria. Vamos ver quem sai perdendo...
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Skorpios

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Re: Brasil decide retaliar Bolívia e cancela benefícios
« Resposta #8 Online: 09 de Maio de 2007, 17:21:12 »
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Reunião entre Petrobras e Bolívia termina sem acordo

 


Foi o primeiro encontro entre representantes da empresa e autoridades do governo do presidente Evo Morales, após seu decreto sobre as duas refinarias da Petrobras, no território boliviano.

"Foi um encontro cordial, muito tranqüilo, onde detalhamos a proposta da Petrobras às autoridades bolivianas", disse o brasileiro José Freitas, presidente da Petrobras Bolívia.

"Agora vamos esperar a resposta do governo boliviano."

O prazo dado pelo presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, recordou Freitas, vence nesta quinta-feira.

O governo boliviano deverá responder se aceita o preço pedido pela Petrobras pela venda total das duas refinarias que comprou nos anos noventa.

'Expropriação'

Com apoio do presidente Lula, Gabrielli, o ministro brasileiro das Minas e Energia, Silas Rondeau, e o Itamaraty reagiram ao decreto de Morales, dizendo tratar-se de uma "expropriação" do fluxo de caixa das refinarias.

A previsão é de que o ministro boliviano de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, entregue a proposta da Petrobras ao presidente Morales ainda nesta quarta-feira.

A empresa brasileira, dona das duas das seis principais refinarias da Bolívia, teria reduzido sua oferta pelas duas unidades de refino, nas últimas horas.

A proposta teria caído dos US$ 136 milhões, informados na semana passada, para US$ 112 milhões, de acordo com os jornais bolivianos La Razón, de La Paz, e El Deber, de Santa Cruz de la Sierra.

Assessores do ministro Villegas afirmaram, logo após a reunião, que a "nova proposta" da Petrobras era esperada, assim como a Bolívia também deverá melhorar seu preço por esta compra (agora de 100% das duas refinarias) nas próximas horas.

Não se descarta que Morales aumente "levemente" a proposta de US$ 60 milhões, com o argumento, para o público boliviano, de que as duas unidades são simbólicas na trajetória da nacionalização dos hidrocarbonetos no país.

As duas refinarias – Gualberto Villaroel, em Cochabamba, e Guillermo Elder, em Santa Cruz – levam nomes de defensores históricos deste processo.

Assessores de Morales recordaram, nesta quarta-feira, que ele é a favor do “diálogo” com o Brasil, como ele mesmo disse na véspera, mas que as refinarias são "muito importantes, em termos estratégicos" para fazer valer o decreto de nacionalização do petróleo e gás, assinado em maio do ano passado.

"Todos nós queremos preço justo pelas refinarias", disse um assessor de Morales, repetindo a palavra "justo" usada pelo presidente Lula ao se referir a esta venda.
 
   


http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/05/070509_bolivia_petrobras_dg.shtml

Offline Diego

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Re: Brasil decide retaliar Bolívia e cancela benefícios
« Resposta #9 Online: 09 de Maio de 2007, 19:07:01 »
Vai rolar o bolão de apostas pra quem será o próximo "Duque de Caxias"?! Eu voto no Diego.

Quem??? eu??

Offline Pregador

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Re: Brasil decide retaliar Bolívia e cancela benefícios
« Resposta #10 Online: 11 de Maio de 2007, 09:39:13 »
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11/05/2007  - 08h35
Bolívia pagará US$ 112 milhões por refinarias

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HUMBERTO MEDINA
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A Petrobras fechou acordo com a Bolívia para a venda de 100% de suas duas refinarias no país. De acordo com o ministro Silas Rondeau (Minas e Energia), a Bolívia pagará US$ 112 milhões pelas instalações, incluindo seus estoques de derivados. A estatal brasileira permanecerá operando as usinas por um período de transição, não definido.

O valor a ser pago pela Bolívia, antecipado pela Folha na última quarta-feira, poderá ser dividido em duas parcelas (uma na assinatura do contrato e outra dois meses depois), e existe a possibilidade de pagamento com gás natural. O Brasil compra aproximadamente 30 milhões de metros cúbicos de gás da Bolívia. "Foi mais uma prova de que o diálogo prevaleceu", disse Rondeau.

Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não interferiu no processo. "O presidente sempre apoiou a posição comercial da Petrobras. O presidente não entrou na questão do preço", disse. Rondeau não avaliar a possibilidade de a Petrobras fazer novos investimentos no país vizinho: "Não sei responder".

Na Bolívia, o presidente Evo Morales anunciou o acordo simultaneamente com o ministro brasileiro e adotou tom cordial. "Somos dois países vizinhos, dois países irmãos, depois desse resultado o companheiro Lula continua sendo um irmão mais velho para mim".

Rondeau disse que a Petrobras sempre defendeu o valor que foi fechado ontem com a YPFB (estatal boliviana). "A Petrobras defendia que fosse pago o valor de mercado das refinarias. O valor de mercado é a capacidade de as refinarias gerarem receita", disse Rondeau.

Morales, no entanto, contradisse o ministro brasileiro anteontem, ao afirmar que a Petrobras havia pedido valores maiores durante a negociação.

Rondeau disse que três auditorias calcularam o valor as instalações da Petrobras.

As refinarias foram compradas pela Petrobras em 1999 por US$ 104 milhões. Desde a compra até a venda, a estatal brasileira investiu US$ 32 milhões para modernização e aumento da capacidade de produção.

O preço pago pela Petrobras ficou bem acima do valor que Morales disse que estava disposto a pagar: entre US$ 60 milhões e US$ 70 milhões. O mercado avaliava que as refinarias valiam até US$ 200 milhões.

"Bom negócio"

Com a venda das refinarias, a Petrobras continua na Bolívia explorando dois campos de produção de gás natural. Independentemente de investimentos adicionais no país, a estatal já informou que fará pelo menos os investimentos indispensáveis para manter os campos operando e enviando gás para o Brasil.

Rondeau avaliou como positivo o período em que a Petrobras esteve no negócio de refino na Bolívia, nas condições anteriores ao decreto. "Enquanto a Petrobras achou que era um bom negócio, ela esteve no negócio. Agora, nessas circunstâncias, ela prefere ficar fora", disse.

Crise

A crise envolvendo as refinarias da Petrobras na Bolívia começou na segunda-feira, quando o governo brasileiro foi surpreendido pelo impacto da regulamentação do decreto de nacionalização dos derivados de petróleo na Bolívia.

A regulamentação estabeleceu que a YPFB teria o monopólio da exportação dos derivados de petróleo produzidos pelas refinarias instaladas no país. Essas empresas, incluindo as refinarias da Petrobras, passariam a receber um valor fixo, menor que o de mercado, pelos derivados produzidos.

Na avaliação da Petrobras, os preços fixados pelo governo boliviano inviabilizaram as refinarias. Em um dos produtos - chamado de "petróleo reconstituído" --o valor fixo pago à Petrobras seria de US$ 30,35 por barril, enquanto que no mercado internacional o valor é de US$ 55 por barril.

Depois da edição do decreto, o governo decidiu vender 100% das refinarias --a proposta anterior era que a Petrobras permanecesse como minoritária- por valor de mercado. Caso não obtivesse sucesso, a estatal brasileira ameaçava ir à Justiça, na Bolívia e na Holanda.

Ontem, no anúncio do acordo, Rondeau foi questionado sobre se a crise com a Bolívia estava solucionada. "Que crise?", respondeu o ministro.


 :nojo: como eu odeio o nosso governo...
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Offline Dr. Manhattan

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Re: Brasil decide retaliar Bolívia e cancela benefícios
« Resposta #11 Online: 11 de Maio de 2007, 10:52:21 »
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As refinarias foram compradas pela Petrobras em 1999 por US$ 104 milhões. Desde a compra até a venda, a estatal brasileira investiu US$ 32 milhões para modernização e aumento da capacidade de produção.

O preço pago pela Petrobras ficou bem acima do valor que Morales disse que estava disposto a pagar: entre US$ 60 milhões e US$ 70 milhões. O mercado avaliava que as refinarias valiam até US$ 200 milhões.
Ou seja, o governo jogou fora no mínimo US$ 24 milhões do contribuinte brasileiro. Provavelmente mais, depois do investimento feito
pela Petrobrás. País irmão é o cacete!  :x
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Alan Watts

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Re: Brasil decide retaliar Bolívia e cancela benefícios
« Resposta #12 Online: 11 de Maio de 2007, 15:04:21 »
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Governo boliviano decreta dia de comemoração por compra de refinarias
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da Folha Online

O governo boliviano decretou um dia de comemoração neste sábado (12) nas cidades de Santa Cruz e Cochabamba pela compra das refinarias de Gualberto Villaroel e Guillermo Elder Bell, que foram adquiridas da Petrobras ontem por US$ 112 milhões.

O diretor nacional de Comunicação do governo boliviano, Gastón Núñez, disse que o presidente do país, Evo Morales, deve visitar as duas refinarias durante a comemoração amanhã.

Segundo o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, o valor foi o apresentado pela estatal brasileira em proposta enviada ao país vizinho na última segunda-feira. A venda vinha sendo negociada desde quarta-feira (9).

Um grupo a ser formado por representantes da Petrobras e da estatal boliviana YPFB irão discutir a transição de comando das refinarias. A Petrobras se comprometeu em dar "apoio total" à Bolívia neste processo, inclusive na transferência de tecnologia, disse Rondeau.

As duas instalações da Petrobras, uma em Cochabamba e a outra em Santa Cruz, foram vendidas pelo Estado boliviano em 1999, numa licitação, por US$ 104 milhões --desde então, a Petrobras investiu mais US$ 30 milhões em modernização.

As unidades são as duas maiores que operam no país vizinho e processam cerca de 40 mil barris de petróleo por dia. Para o Brasil, porém, os negócios por lá representam 0,3% do total.

Entenda

A estatal brasileira decidiu vender 100% das refinarias depois da assinatura de um decreto pelo presidente boliviano, no último domingo, que afetou o fluxo de caixa da Petrobras na atividade de refino na Bolívia. Até então, apesar da nacionalização anunciada por Morales, a empresa ainda cogitava permanecer no país como parceira do governo vizinho.

O decreto concedeu à YPFB o monopólio da exportação do petróleo reconstituído e das gasolinas "brancas" produzidos pelas refinarias do país.

Após muito impasse acerca de qual seria o "preço justo" a ser pago pela Bolívia, a estatal brasileira apresentou, na última segunda-feira, uma proposta final para fechar o negócio.

Na quarta-feira, representantes da Petrobras, do governo boliviano e da YPFB iniciaram as conversas em La Paz para esclarecer os termos do texto, debates que terminaram nesta quinta com a assinatura de um acordo. Caso não houvesse consenso, a Petrobras e o próprio governo brasileiro tinha declarado que recorreria à arbitragem internacional.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u117056.shtml

Offline Diego

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Re: Brasil decide retaliar Bolívia e cancela benefícios
« Resposta #13 Online: 11 de Maio de 2007, 19:11:58 »
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Lucro da Petrobras cai 38% no primeiro trimestre e soma R$ 4,131 bilhões

O lucro da Petrobras ficou em R$ 4,131 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o que representou uma queda de 38% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, quando atingiu R$ 6,675 bilhões.

Na comparação com o quarto trimestre de 2006, quando a companhia lucrou R$ 5,2 bilhões, a redução correspondeu a 21%. O resultado dos três primeiros meses de 2007 ficou abaixo das previsões mais conservadoras dos analistas.

Nos três primeiros meses de 2007, a receita líquida da estatal somou R$ 38,894 bilhões, montante 8% acima do apurado no primeiro trimestre de 2006.

A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) diminuiu 22%, para R$ 10,993 bilhões, frente aos R$ 14,113 bilhões do primeiro trimestre do ano passado.

http://noticias.uol.com.br/economia/ultnot/valor/2007/05/11/ult1913u68944.jhtm

Offline Quasar

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Re: Brasil decide retaliar Bolívia e cancela benefícios
« Resposta #14 Online: 12 de Maio de 2007, 10:16:33 »
O governo resolveu "endurecer" as relações com o Morales muito tarde, agora ele acha que pode tudo.

Se no começo da crise o governo brasileiro tivesse jogado duro o plantador de coca não estaria tão faceiro.
"Assim como são as pessoas, são as criaturas" -  Didi Mocó

Skorpios

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Re: Brasil decide retaliar Bolívia e cancela benefícios
« Resposta #15 Online: 17 de Maio de 2007, 11:26:51 »
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Sem a Petrobras-Bolívia, Brasil vira refém do gás de Evo Morales
Especialistas dizem que dependência vai durar ao menos 4 anos.


A polêmica estatização das duas refinarias da Petrobras pelo governo boliviano de Evo Morales na semana passada marcou o ápice de um processo que vem ocorrendo há quase uma década: o aumento da dependência brasileira do gás produzido pelo país vizinho. Hoje, especialistas já admitem que o maior e mais rico país da América Latina será refém pelos próximos quatro anos -pelo menos- da produção energética do país mais pobre do continente.

Apesar da autosuficiência de petróleo, comemorada meses atrás pelo governo Lula em uma milionária campanha publicitária, o Brasil depende cada vez mais do gás produzido na vizinha Bolívia. Hoje, 52% do gás consumido aqui vem da terra de Morales. Em São Paulo, principal pólo industrial do país, a dependência é ainda mais dramática -o estado importa de lá 70% do gás consumido.

Como a economia brasileira continua crescendo e não há previsão de aumento substancial na produção brasileira de gás pelo menos nos próximos quatro anos, a tendência é aumentar essa dependência da Bolívia. Um problema que se agrava até mesmo com um boa notícia da área ambiental: o uso do gás natural em carros, no lugar da gasolina (mais poluente), vem crescendo muito e o combustível já move hoje quase 5% dos veículos leves que circulam no Brasil.

"O Brasil está refém da Bolívia. Estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina têm a Bolívia como única fonte de gás", afirmou ao G1 o diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), Adriano Pires, que vem acompanhando de perto a questão Brasil-Bolívia.


Essa relação bilateral já tem reflexos no bolso dos brasileiros -e eles são negativos.

Nesta semana, o preço pago pelo gás usado em uma termelétrica de Cuiabá triplicou. Em uma séria histórica, a situação revela-se ainda mais grave: desde julho de 1999, quando foi assinado o acordo do gás entre Brasil e Bolívia, o preço do produto boliviano já sofreu um reajuste de mais de 300%. Tudo devidamente repassado aos consumidores de produtos industrializados. Para comparar: a inflação brasileira neste período ficou em 75%.

 Novas relações

Brasil e Bolívia tiveram por anos uma relação de simbiose, com benefício mútuo. A Petrobrás investia no país vizinho e ele se tornava o principal fornecedor de gás para a indústria e a produção de energia elétrica brasileira. Até dois anos atrás, a participação da brasileira Petrobrás no Produto Interno Bruto (PIB) boliviano chegava a 18%, e a empresa respondia por 24% dos impostos recolhidos em todo o país.

Mas o radicalismo do presidente Evo Morales -amigo pessoal e seguidor das políticas estatizantes do presidente venezuelano, Hugo Chávez- pesou a balança mais para o lado da dependência brasileira. Ao nacionalizar as refinarias da Petrobrás em seu território e impor aumentos no preço do gás comprado pelo Brasil, a Bolívia transformou essa relação simbiótica num cenário pouco satisfatório para o Brasil.

O caso da compra das duas refinarias da Petrobras que operam em Cochabamba e em Santa Cruz de La Sierra é simbólico, ainda que as cifras envolvidas estejam envoltas em mistério.

Ambos os lados dizem ter ficado satisfeitos com o negócio. Mas não era o que parecia indicar a reação de assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ameaçaram levar o caso aos tribunais internacionais. O próprio Lula, que apoiou Morales desde sua posse, em 2006, deu demonstrações de que perdeu a paciência com o amigo e não conversou diretamente com ele durante as negociações. Segundo uma fonte do governo ouvida pelo G1 na época, foi um "sinal de mudança" na postura do governo brasileiro.

Os fatos também indicam que o negócio foi mais vantajoso para o governo boliviano do que para o brasileiro. O Brasil havia comprado essas mesmas refinarias da Bolívia em 1999 por US$ 104 milhões. Investiu, desde então, US$ 30 milhões nas duas unidades. E aceitou a oferta de Morales de apenas US$ 112 milhões -apesar de o preço inicial feito pelos diplomatas brasileiros ter sido de cerca de US$ 200 milhões, segundo informações de pessoas que tiveram acesso à mesa de negociação.

O impasse com a Bolívia nas últimas semanas fez ressurgir na imprensa brasileira o fantasma do apagão energético no país, logo desmentido pelas autoridades. Mas é fato também que o Brasil retomou seus planos de racionalização de gás natural, a fim de diminuir a dependência. "Estamos à mercê do que a Bolívia quiser fazer em relação ao preço do gás. Qualquer interrupção no fornecimento de gás boliviano poderá trazer o caos ao Brasil", diz Adriano Pires, da CBIE.

 Instabilidade política

Para Pires, que também é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o risco a curto prazo é ainda maior pelo fato de a Bolívia ser um dos países mais politicamente instáveis do continente. "A Bolívia está passando por uma situação político-social intranqüila, e a qualquer momento podem haver manifestações sociais ou mesmo movimentos que levem a invasões das instalações da Petrobrás. O movimento boliviano pode se tornar ainda mais radical", acredita o professor.

De fato, no final de 2006 uma invasão de manifestantes fez com que a Petrobrás tivesse que parar a operação de um campo petrolífero em Santa Cruz de la Sierra. A empresa ainda teve mais prejuízos há cerca de um mês, quando parlamentares suspenderam o processo de aprovação de prazos de concessão.

Essa conturbada política boliviana, algumas vezes pouco responsável, é a causa da atual dependência brasileira, afirmou ao G1 David Zylbersztajn, ex-diretor geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo e membro do Comitê Consultivo da União Européia para Projetos de Energia na América Latina. Para ele, tudo acaba mudando a longo prazo na Bolívia.

"O que a Bolívia fez, na realidade, é totalmente inusitado, comparado ao que se faz no mundo. O Brasil não está errado, não é responsável por essa situação de refém. Quem está errada é a Bolívia e ela vai pagar por isso por conta dos rompimentos contratuais. O país apenas criou um problema para si mesmo."

Zylbersztajn acha um exagero afirmar que o Brasil é refém da Bolívia. "Se o Brasil é refém da Bolívia, todo país é refém do seu fornecedor, como se a Europa fosse refém da Rússia, por exemplo. Acho até mesmo que quem fornece é mais refém de que quem compra o gás. A principal fonte de divisas da Bolívia é a exportação de gás para o Brasil. É ingenuidade achar que a Bolívia tem capacidade para simplesmente 'fechar a torneira'".

Para a coordenadora de projetos na área de energia da Fundação Getúlio Vargas, Goret Pereira, é possível até mesmo inverter esse quadro de dependência e colocar a Bolívia como refém do Brasil. "No caso de não acordo com o Brasil, o grande prejudicado é a Bolívia, porque o Brasil tem alternativas no médio prazo, e a Bolívia não tem. E essa dependência mútua é circunstancial. No médio prazo, o Brasil pode sobreviver sem a Bolívia, mas a Bolívia provavelmente não sobrevive sem o Brasil", afirmou ela ao G1.

 Futuro

"No médio prazo, os dois países vão ficar menos dependentes um do outro. O Brasil vai aumentar a oferta doméstica de gás e vai começar a importar o gás liquefeito", disse Pires. Segundo os três entrevistados pelo G1, faltam pelo menos quatro anos para se chegar a este ponto.

Segundo Zylbersztajn, a independência passa por uma mudança de atitude do Brasil, que teve de correr atrás de alternativas para o gás natural. "De um ano para cá, em função das decisões da Bolívia, mudou muito o comportamento brasileiro em relação ao gás. No futuro o Brasil vai ficar menos dependente e vai ter mais alternativas de importação de outros países. Teremos mais margem de manobra. Mas hoje é uma bobagem falar em abrir mão da negociação com a Bolívia, que é um bom fornecimento."

"Quando Morales anunciou a nacionalização, a Petrobrás criou o Programa de Antecipação da Produção de Gás. É um plano bastante razoável e que vai acabar acontecendo", explicou Pires.

O futuro da relação entre Brasil e Bolívia, entretanto, não deve ser de rompimento total de relações comerciais. "Se voltarmos a ter uma racionalidade nas relações entre Brasil e Bolívia, uma relação menos política e mais econômica, continuaremos sendo grandes importadores da Bolívia, pois é uma parceria favorável aos dois países", disse Pires.

 


http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL37645-5602,00.html

Offline Vito

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Re: Brasil decide retaliar Bolívia e cancela benefícios
« Resposta #16 Online: 17 de Maio de 2007, 12:37:29 »
E agora?

Temma

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Re: Brasil decide retaliar Bolívia e cancela benefícios
« Resposta #17 Online: 12 de Julho de 2007, 06:52:40 »
O que acham dessa análise:


Nosso atual Chanceler (Ministro das Relações Exteriores) está no cargo desde o governo Fernando Henrique Cardoso, sendo um ponto positivo para o governo Lula (acredito eu!), sua manutenção no cargo. É um homem habilidoso, patriota e inteligente, como deve ser um ambaixador, que está costurando há bastante tempo uma estratégia de inserção do Brasil nas diversas regiões onde os interesses nacionais se fazem presentes.

Neste contexto, o aparente prejuízo brasileiro na venda das refinarias na Bolívia, mas resolvendo-se a questão sem atritos mais drásticos, foi uma jogada de mestre. Devemos lembrar que se é certo que a PETROBRÁS investiu na construção das refinarias e do gasoduto, também lucrou horrores com a compra de gás a preços inferiores à cotação mundial, com o que os industriais paulistas nunca reclamaram.
Agora, como a maior parte do gasoduto fica em terras brasileiras, os bolivianos terão que pagar por sua utilização, se quiserem vender o gás para São Paulo e Mato Grosso do Sul.
O parque industrial argentino é obsoleto e, em sua maioria, insuscetível de transformação para utilização de gás natural. Some-se isso a uma previsível estagnação econômica argentina na próxima década, veremos que a Bolívia não tem para quem vender o gás a ser produzido. Sem saída para o mar, não há como exportar este gás e, mesmo que tivessem acesso ao oceano Pacífico, não dominam o know how e nem tem o capital necessário para plantas industriais para liquefazê-lo (única maneira de embarcá-lo!). Poderiam fazer uma join venture com o Chile que, entretanto, não tem interesse pois a obra é inviável economicamente (um gasoduto para levar o gás para o Pacífico teria que ultrapassar enormes cadeias de montanhas, com clima frio, de modo que ou você aquece o gasoduto ou usa enorme pressão, de qualquer maneira com excessivo gasto energético!).
O Brasil, assim, deve apenas esperar para ver a solução que os bolivianos darão a seus agora enormes problemas. Eles não terão alternativas que não se submeterem às condições comerciais brasileiras.
Concomitantemente, a PETROBRÁS modificou seu programa de investimentos para os próximos dez anos, de modo a realocar recursos a serem investidos na Bacia de Santos, um razoável campo de gás natural que poderia alimentar a indústria paulista, bem como na modificação das plantas industriais das plataformas da Bacia de Campos, de modo ao aproveitamento (agora uma meta de estratégia nacional!) do gás natural, antes desperdiçado porque não compensatório sob o ponto de vista econômico. O CENPES (Centro de Pesquisa da PETROBRÁS, na Ilha do Fundão-RJ) e a COPPE-UFRJ(Coordenação de Projetos de Pós-Graduação) já estão debruçados na solução dos problemas e, posso dizer, em estágio avançado na redefinição das plataformas fluminenses.
Com a entrada em funcionamento dessas modificações, o gás boliviano enfrentará dentro de 10 anos um excesso de oferta, o que tenderá a baixar o preço, conseqüentemente abaixando o preço de custo na indústria paulista, que se tornará altamente competitiva em termos mundiais.
Portanto, devemos ter calma quando lidarmos com nossos vizinhos do sul, pois eles não tem futuro sem a aliança com o Brasil (e eles sabem disso!).
Quanto a Chavez, em nada nos assusta. O petróleo venezuelano é pesado (alto teor de enxofre!), não podendo ser refinado nas instalações industriais bolivianas e argentinas, próprias apenas para petróleo leve. O petróleo pesado produz quantidade anormal de ácido sulfúrico, de modo que a tecnologia dos materiais empregados nos fornos de destilação fracionada é altamente sensível (dominada pela PETROBRÁS e considerada pelo Conselho de Segurança nacional como estratégica e insuscetível de venda, tal como acontece com a tecnologia de purificação de urânio para combustível de usinas nucleares!). Mesmo que fosse resolvido o problema do refino, o custo energético de transportar petróleo em oleodutos da Venezuela para o cone sul tornaria seu custo final proibitivo, fora da realidade esperada para os próximos 20 anos no preço do petróleo no mundo.
Como vemos, de igual forma, basta esperarmos que os caudilhos de plantão acabem com suas bravatas e se sentem à mesa de negociações. Eles inexoravelmente terão de fazê-lo e em condições aprioristicamente desvantajosas.



esse post foi lamentavelmente esquecido no RéV. fiquei curioso a respeito de outras opiniões

original: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=235962#235962

 

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