Autor Tópico: Sobre a função e necessidade devida do estado  (Lida 1444 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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Sobre a função e necessidade devida do estado
« Online: 09 de Maio de 2007, 10:49:13 »
Acredito que um ideal utópico seria um mundo anarco-liberalista que pudesse transcorrer sem problemas ou injustiças diversas.

Como isso não é possível, teoricamente, se pode derivar praticamente todos os direitos humanos a partir do direito à propriedade privada, se considerar-se por exemplo que a vida do próprio indivíduo é de certa forma,  sua propriedade privada. Assim se asseguraria algo melhor que o anarquismo com a existência de um estado cuja função básica seria a proteção à propriedade privada e diversas decorrências lógicas.

Isso por sua vez apenas é justo a partir do momento em que se considera que todas as propriedades privadas foram obtidas de forma totalmente justa, meritocrática, o que não é o que se pode averiguar quando se olha para a história.

Questionar a meritocracia seria indiretamente ou quase diretamente questionar as bases disso tudo. Se mérito da obtenção dos bens materiais não importam, por que seria importante protegê-los?

Assim, esse estado mínimo, mais viável e desejável, ainda tem então os seus problemas se pensamos numa implementação "atual" de forma universal, generalizada, mais ou menos análogos à uma partida de futebol que tivesse começado sem regras, em que um time tivesse feito 50 gols por ter achado a bola e uns dois caras terem ficado tocando a bola de dentro para fora da linha do gol 50 vezes, enquanto os outros 9 protegiam violentemanete a bola dos indivíduos do outro time, ferindo alguns deles gravemente; apenas após esses 50 gols, com 22 jogadores num time e 7 não feridos no outro, começam então a valer as regras sem que seja zerado o placar.

Não é tão análogo no sentido de que os bens materiais e a estrutura que eles representam não são algo tão trivial como uma mera pontuação, e também a analogia despreza algum mérito que as pessoas que possuem coisas tem em possuí-las, por mais que voltando atrás no tempo a origem desses bens materiais tenha sido indébita.

Acredito que isso faça que não seja considerável como justo o extremo oposto do que considerei como ideal anteriormente, um comunismo que tomasse a propriedade de todos igualmente e redistribuísse tudo dentro de uma "média".

Um grau de meio termo mais razoável nessa questão, mais funcional em outras, e mais justo quanto a meritocracia seria um estado que não visasse a proteção tão "fundamentalista" à propriedade privada, mas que através de impostos adicionais a esses que já teriam que ser cobrados de qualquer forma para a proteção a propriedade privada, visasse propiciar algo próximo de igualdade de oportunidades para todos, ou um mínimo de oportunidades.



Eu abomino a idéia duma sociedade na qual não se tem liberdade para nada*, em que todos sejam considerados exatamente iguais a despeito do que façam, etc, então vou simplesmente pular essa alternativa e perguntar:

Suponhamos que por algum motivo qualquer, você fosse ter sua mente transferida aleatoriamente para qualquer outro indivíduo de uma sociedade, ou que fosse simplesmente obrigado, inevitavelmente, a ter que trocar de "papel" aleatoriamente com qualquer um, e ficar com todos bens dele, e dar os seus bens à ele.

Diante dessa perspectiva, em que tipo de estado preferiria que vivesse? Num que protege mais "fundamentalisticamente", na falta de uma palavra melhor, o direito a propriedade privada, ou em uma que adicionalmente a isso intervisse através de impostos visando algo próximo a uma igualdade de oportunidades ou uma "oportunidade mínima", a partir da qual você podesse crescer livremente, por seus méritos?

Acredito que a maioria das pessoas escolheriam a segunda. Ainda mais lembrando que, de modo geral, há mais pobres do que ricos; assim a chance maior é de que você seria pobre. E tanto maior, quanto mais rico você for.

Poderia se objetar dizendo que essa situação é surreal e injusta, mas de certa forma é essencialmente isso que ocorre a todo nascimento. A cada nascimento, uma pessoa nasce sem mérito algum numa posição que pode ser privilegiada ou um flagelo. Para agravar a situação, há mais pessoas pobres para ter filhos, e os pobres tem maiores taxas de natalidade, fazendo com que nasçam mais pessoas aleatoriamente na situação de pobreza.

O exercício serve para que possamos nos ver de forma realmente isenta em qual tipo de estado se preferia ter nascido.

Poderiam colocar que, as pessoas não tem também culpa de terem nascido podres de ricas, da mesma forma que não tem culpa de terem nascido mais bonitas, por exemplo, e que não é justo um estado que fizesse "desfigurações" econômicas nas pessoas para que as outras ficassem proporcionalmente mais bonitas.

Eu acredito que a analogia falha em diversas razões, a primeira e mais importante pelos bens materiais poderem ser, ao mesmo tempo, mas em diferentes situações, extremamente fundamentais, básicos, ou comparativamente supérfluos. E isso é relativo a quanto já se tem. Para quem tem pouco ou nada, um pouco é "muito" e para quem tem muito, o que é para ele pode ser irrisório pode ser muito para outro. Com coisas como beleza a coisa não é tão fundamental assim, ainda que se possa argumentar que é um julgamento arbitrário de valores.

E até que é. Mas acredito que as pessoas tem muito mais preocupação, e muito mais razoável, sobre sua condição financeira do que na estética; que "reencarnar" dentro de um ponto estatísticamente aleatório no espectro da variação total de beleza, é bem menos preocupante que "reencarnar" aleatoriamente em qualquer das "vagas" possíveis de situação financeira. Até porque, se for realmente desprivilegiado estéticamente, há o recurso da plástica que depende da situação financeira.

Fora isso, enquanto a herança genética/estética é algo bem mais surreal e inviável de ser controlado de forma consensual e justa, acredito que com a herança econômica a coisa seja substancialmente diferente, muito mais viável de se chegar mais próximo de unanimidade ou consenso.





*- apesar de ter escrito isso pensando imediatamente em comunismo, é algo válido também para capitalismo, se não se tiver a sorte de ter garantida alguma oportunidade por herança.
 


Bem, é isso aí. Uma tentativa de por em ordem da forma mais concisa que pude, os meus pensamentos relacionados sobre a questão que surgiu em outro fórum.

O que acham? Com o que concordam ou discordam?

Offline Herf

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Re: Sobre a função e necessidade devida do estado
« Resposta #1 Online: 09 de Maio de 2007, 16:07:14 »
Citar
Eu abomino a idéia duma sociedade na qual não se tem liberdade para nada* [...]

*- apesar de ter escrito isso pensando imediatamente em comunismo, é algo válido também para capitalismo, se não se tiver a sorte de ter garantida alguma oportunidade por herança.

Também acho.

Acontece que, por outro lado, também penso que atacar a idéia de herança (um dos pontos que os comunistas mais gostam de atacar) é ainda mais complicado.

Defendo a idéia de que o estado é, na melhor das hipóteses, um mal necessário. Mas ao contrário de muitos liberais, penso que o estado de uma sociedade liberal ideal não deve atuar só na defesa da propriedade privada e da liberdade individual, também deve atuar fornecendo um mínimo de oportunidades para as pessoas de berço menos privilegiado. Em outras palavras, por meio de serviços básicos (como educação e saúde), o estado deve dar às pessoas menos favorecidas as "ferramentas básicas" para que elas possam lutar por si próprias. E apenas isso. Nada de paternalismo estatal.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Sobre a função e necessidade devida do estado
« Resposta #2 Online: 09 de Maio de 2007, 18:10:04 »
É o que eu penso também. O "bolsa trabalho" ou qualquer coisa, proposto pelo Cristovam Buarque em vez dos "bolsa-pobre". Ainda que esses não necessariamente tenham que ser totalmente varridos de existência, mas teriam que ser algo mais emergencial em vez duma "mesada".

Mas quanto a herança, acho que poderia ser em parte uma boa fonte de recursos para esse tipo de coisa (que tem que vir de algum lugar de qualquer forma), juntamente com e/ou aliviando os impostos em algum grau. Jared Diamond coloca de certa forma a herança como maior causa da desigualdade de desenvolvimento em nível macro, não diferenças de capacidade individual, genes, ou injustiças cometidas pelos cruéis detentores dos meios de produção:

POR QUE A HISTÓRIA HUMANA SE DESENVOLVEU DE MANEIRA DIFERENTE EM DIFERENTES CONTINENTES NOS ÚLTIMOS 13.000 ANOS? - Jared Diamond.

Offline Herf

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Re: Sobre a função e necessidade devida do estado
« Resposta #3 Online: 09 de Maio de 2007, 20:23:24 »
Só concluíndo, com relação à questão da herança.

Muitos costumam ligar a idéia de herança material à injustiça, alegando que é "injusto" uma pessoa nascer com mais do que outra, e até mesmo dizendo que isso viola a idéia da meritocracia, fundamental ao liberalismo, o que não é verdade. Meritocracia e herança não se opõem de maneira alguma. A idéia de herança não é um postulado do liberalismo, é apenas conseqüência de outro, o da propriedade privada. O indivíduo pode fazer o que desejar (com as restrições que todos sabemos) com aquilo que é seu, e isso inclui passar tudo para os filhos. Por que usar a palavra "injustiça" para definir isso eu não sei.

Sobre as conseqüências disso na acumulação dos meios de produção, consideremos um estado hipotético cuja única finalidade seja apenas a defesa irrestrita da propriedade privada. Isso seria perigoso por vários motivos, mas o principal é que não seria difícil uma pessoa/grupo de pessoas tomar posse de todos os meios de produção físicos[1] disponíveis na sociedade. É por isso que na minha sociedade liberal ideal, o estado também atua fornecendo educação (e outros serviços básicos, apenas os básicos) às pessoas menos favorecidas. Isso não se trata de paternalismo, é, como eu disse, fornecer as "ferramentas básicas" para que cada um possa lutar por si próprio. É um modo de garantir a liberdade individual do cidadão, fazendo com que o verdadeiro meio de produção, que é a capacidade intelectual, a verdadeira fonte de riqueza, esteja "nas mãos" de cada indivíduo. O verdadeiro meio de produção, a mente, não pode ser possuído como uma máquina. Não é, portanto, passível de acumulação.

[1] - É importante fazer esta distinção entre "meios de produção físicos" e "meios de produção intelectual". Marxistas retrógrados entendem por "meios de produção" apenas coisas físicas como enxadas, foices, martelos, máquinas, etc, esquecendo que grande parte das riquezas é gerada pela capacidade intelectual, e não só pelos meios físicos.

POR QUE A HISTÓRIA HUMANA SE DESENVOLVEU DE MANEIRA DIFERENTE EM DIFERENTES CONTINENTES NOS ÚLTIMOS 13.000 ANOS? - Jared Diamond.

É um excelente texto.

Offline Rodion

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Re: Sobre a função e necessidade devida do estado
« Resposta #4 Online: 10 de Maio de 2007, 02:29:33 »
Citar
Muitos costumam ligar a idéia de herança material à injustiça, alegando que é "injusto" uma pessoa nascer com mais do que outra, e até mesmo dizendo que isso viola a idéia da meritocracia, fundamental ao liberalismo, o que não é verdade. Meritocracia e herança não se opõem de maneira alguma. A idéia de herança não é um postulado do liberalismo, é apenas conseqüência de outro, o da propriedade privada. O indivíduo pode fazer o que desejar (com as restrições que todos sabemos) com aquilo que é seu, e isso inclui passar tudo para os filhos. Por que usar a palavra "injustiça" para definir isso eu não sei.
a injustiça apontada reside no fato de um votorantim nascer milionário e o washington nascer da parteira. se por um lado se pode dizer que os dois não terão as mesmas oportunidades, por outro também se pode dizer que não é a riqueza do votorantim que causou a falta de condições do washington.
como já disse no forum, eu sou a favor da regulamentação do imposto sobre grandes fortunas, tal como é nos eua. digamos que seja de 30% sobre o patrimônio herdado e que se aplique somente sobre fortunas de mais de 6 milhões de reais. 4 milhões de reais continua sendo muita coisa e o estado ganha 2 mi pra, com muita sorte, gastar bem.
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Herf

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Re: Sobre a função e necessidade devida do estado
« Resposta #5 Online: 11 de Maio de 2007, 13:32:11 »
a injustiça apontada reside no fato de um votorantim nascer milionário e o washington nascer da parteira. se por um lado se pode dizer que os dois não terão as mesmas oportunidades, por outro também se pode dizer que não é a riqueza do votorantim que causou a falta de condições do washington.
como já disse no forum, eu sou a favor da regulamentação do imposto sobre grandes fortunas, tal como é nos eua. digamos que seja de 30% sobre o patrimônio herdado e que se aplique somente sobre fortunas de mais de 6 milhões de reais. 4 milhões de reais continua sendo muita coisa e o estado ganha 2 mi pra, com muita sorte, gastar bem.

É discutível a validade do imposto sobre heranças.

E como funciona exatamente nos EUA? Como a lei é adaptada para evitar tentativas de burlá-la? Por exemplo, um pai quer passar todas as suas propriedades de 10 milhões para o filho, mas quer evitar que ele perca o dinheiro do imposto. Para isso, ele vende tudo para o filho pelo preço de 1 dólar. Neste caso não estaria caracterizada uma aquisição de bens por herança, e sim por compra.

Offline Rodion

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Re: Sobre a função e necessidade devida do estado
« Resposta #6 Online: 11 de Maio de 2007, 13:35:54 »
a injustiça apontada reside no fato de um votorantim nascer milionário e o washington nascer da parteira. se por um lado se pode dizer que os dois não terão as mesmas oportunidades, por outro também se pode dizer que não é a riqueza do votorantim que causou a falta de condições do washington.
como já disse no forum, eu sou a favor da regulamentação do imposto sobre grandes fortunas, tal como é nos eua. digamos que seja de 30% sobre o patrimônio herdado e que se aplique somente sobre fortunas de mais de 6 milhões de reais. 4 milhões de reais continua sendo muita coisa e o estado ganha 2 mi pra, com muita sorte, gastar bem.

É discutível a validade do imposto sobre heranças.

E como funciona exatamente nos EUA? Como a lei é adaptada para evitar tentativas de burlá-la? Por exemplo, um pai quer passar todas as suas propriedades de 10 milhões para o filho, mas quer evitar que ele perca o dinheiro do imposto. Para isso, ele vende tudo para o filho pelo preço de 1 dólar. Neste caso não estaria caracterizada uma aquisição de bens por herança, e sim por compra.

acho que deve dar fraude...
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Offline Herf

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Re: Sobre a função e necessidade devida do estado
« Resposta #7 Online: 11 de Maio de 2007, 13:40:48 »
Mas é uma venda... Digo, desde que é aceita a idéia de que cada um pode colocar o preço que quiser em seu bem, não seria uma fraude.

São critérios subjetivos que o estado toma para dizer o que é uma fraude? A não ser que o estado também se encarregue de taxar os bens das pessoas e de dizer para elas por quanto devem ser vendidos. E isso me parece dar poder demais ao estado...

Offline Rodion

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Re: Sobre a função e necessidade devida do estado
« Resposta #8 Online: 11 de Maio de 2007, 14:02:07 »
não precisaria vender por um dólar, bastaria doar. mesmo assim.. não sei bem como é que fazem, mas a justiça não é tão boba assim.
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Re: Sobre a função e necessidade devida do estado
« Resposta #9 Online: 11 de Maio de 2007, 15:20:10 »
Então é permitido ao indivíduo doar o quanto quiser para quem quiser, exceto para o próprio filho?  :|
« Última modificação: 11 de Maio de 2007, 15:23:48 por Ricardo M »

Offline Rodion

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Re: Sobre a função e necessidade devida do estado
« Resposta #10 Online: 11 de Maio de 2007, 15:29:18 »
Então é permitido ao indivíduo doar o quanto quiser para quem quiser, exceto para o próprio filho?  :|

não sei. olha, no brasil há coisa parecida. por exemplo, passar as coisas pro nome de outra pessoa pra se livrar de ter de dividi-las no divórcio, ou fazer a mesma coisa quando houver desconsideração da pessoa jurídica no caso de irregularidades.. eu não sei exatamente como é o processo, sei que a justiça não é boba e deve dar um jeito... pelo menos em alguns casos.
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Offline Herf

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Re: Sobre a função e necessidade devida do estado
« Resposta #11 Online: 12 de Maio de 2007, 17:49:43 »
Mas nem é uma questão de ser boba. É uma questão de ser uma lei ineficiente, na maioria dos casos (senão em todos) a da arrecadação estatal sobre herança. Sempre haverá um jeito de fazer com que, por meios absolutamente legais, uma pessoa passe os bens à outra sem pagar parcela alguma, como no exemplo do patrimônio do pai sendo vendido ao filho por um dólar.

No final das contas acabaria sendo por critérios bastante subjetivos a decisão de em que caso é ou não uma fraude. E fazer justiça por meio de critérios subjetivos não é nada bom. A lei deve ser rigorosamente bem definida, apontando em que casos exatamente seria caracterizada uma violação.

E mais, por que arrecadar apenas parcelas de heranças acima de um determinado valor? Se a idéia é reduzir ao máximo as riquezas que uma pessoa adquire sem o seu mérito, então seria mais plausível cobrar a mesma porcentagem de todas as heranças.

Mas a minha discórdia com relação a isso sobre herança vai além do utilitarismo. Penso que não é o mais correto simplesmente confiscar uma porcentagem de uma herança milionária simplesmente alegando que "fulano já vai herdar bastante, não vai perder nada dando uma parcela para o estado".

Mas quanto a herança, acho que poderia ser em parte uma boa fonte de recursos para esse tipo de coisa (que tem que vir de algum lugar de qualquer forma), juntamente com e/ou aliviando os impostos em algum grau.

Por que além dos impostos deve haver arrecadação por confisco de parcela da herança? O imposto serve justamente para resolver tais problemas. Se bem aplicado, claro.

 

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