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WASHINGTON - O telescópio espacial XMM-Newton, da Agência Espacial Européia (ESA) encontrou evidências da existência de uma categoria controversa de corpo celeste, os buracos negros de massa intermediária (IMBH, na sigla em inglês). Cientistas usaram uma nova técnica para avaliar o "peso" dos buracos negros.Os pesquisadores Nikolai Shaposhnikov e Lev Titarchuk, do Centro de Vôo Espacial Goddard, da Nasa, usaram a técnica para medir a massa do buraco negro Cygnus X-1, localizado na constelação do Cisne, a cerca de 10.000 anos-luz da Terra.O novo método mostra que Cygnus X-1, parte de um sistema binário, tem 8,7 massas solares. Esse astro foi um dos primeiros fortes candidatos à identificação como buraco negro a serem descobertos nos anos 70. O sistema [e compsoto por uma estrela gigante e por um companheiro invisível.Técnicas alternativas já sugeriam que o objeto invisível seria um buraco negro de cerca de 10 massas solares. "Essa concordância nos dá muita confiança de que nosso metodo funciona", disse Shaposhnikov. "Ele pode determinar a massa do buraco negro quando as técnicas alternativas falham", acrescenta Titarchuk.Aplicando a técnica de Shaposhnikov e Titarchuk a dados levantados pelo telescópio XMM, outros pesquisadores, incluindo Tod Strohmayer e Richard Mushotzky, encontraram um IMBH, objeto cuja existência ainda é controversa, na teoria.Eles estimaram que a fonte de raios-X ultraluminosa encontrada na galáxia NGC 5408 inclui um buraco negro de cerca de 2.000 massas solares.A existência de IMBHs é polêmica porque não há nenhum mecanismo amplamente aceito para explicar como poderiam se formar. Mas eles preencheriam um vazio entre os buracos negros "comuns", como Cygnus X-1, e os "monstros" que habitam os núcleos de galáxias, e que têm milhões de massas solares.O método de Titarchuk se vale de uma relação entre o buraco negro e o disco que se forma ao redor do objeto, composto por material que é tragado pelo abismo espacial. Quando a taxa em que o material cai no buraco negro atinge um certo nível, as partículas se acumulam numa região de alta temperatura, que o cientista compara a um congestionamento de trânsito. Titarchuk demonstrou que a distância entre o buraco negro e a área congestionada está ligada diretamente à massa do buraco negro: quanto maior o buraco, maior a distância em que o engarrafamento começa.As descobertas das duas equipes serão publicadas em artigos do Astrophysical Journal.