Autor Tópico: O preço de uma vida  (Lida 442 vezes)

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Offline Vito

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O preço de uma vida
« Online: 21 de Maio de 2007, 17:24:27 »
O preço de uma vida

No dia em que fazia aniversário, uma brasileira morreu por um motivo inacreditável: um corte de energia na casa dela. É que a mulher dependia de um aparelho elétrico para respirar.

Quando a luz foi cortada numa casa simples de Fortaleza por falta de pagamento uma vida também se apagou. Hoje a energia elétrica já voltou, mas o quarto onde a dona de casa Maria Luiza Bezerra passou os últimos dias de vida está vazio. Ela morreu por causa de R$203, o valor da conta de luz em atraso e isso aconteceu no dia 4 de maio, o dia do aniversário de Maria Luiza.

O tratamento em casa foi indicado pelos médicos depois de seis meses de internação por causa de um derrame. Um dos aparelhos que mantinham Maria Luiza viva foi emprestado pelo próprio hospital, mas a conta de luz aumentou muito e a dívida em dois meses passou dos R$ 200.

Quando a equipe que faz o corte de energia elétrica chegou pela primeira vez, a filha de Maria Luiza mostrou para o funcionário que a mãe estava de cama e dependia de aparelhos.

”Entreguei o atestado a ele e disse: ‘Minha mãe precisa desses aparelhos’. Na hora ele falou: ‘Tudo bem, só quero pedir um prazo a você até segunda-feira’. E colocou na observação o atestado. ‘Não vamos cortar’", conta Ana Cristina da Silva, filha de Maria Luiza.

O atestado entregue diz que a paciente depende de cuidados especiais em domicílio por tempo indeterminado. Mesmo assim no dia seguinte outra equipe da empresa foi até a casa e dessa vez Cristina não estava.

”Eu perguntei se ele não podia esperar minha mãe e ele disse que teria que fazer o trabalho dele”, alega Andressa Crislaine Souza, filha de Ana Cristina.

Quando voltou da rua, Cristina telefonou várias vezes para a concessionária de energia pedindo para religar a luz.

”Sempre falavam a mesma coisa. ‘Só se pagar os R$ 204 que vamos mandar religar’. Eu falava pelo amor de Deus, que minha mãe vai morrer. Ela começou a ficar sem fôlego”, conta Ana Cristina.

À noite, depois de seis horas de agonia, a família esperou que a vizinha chegasse do trabalho e puxou uma extensão da energia elétrica da casa ao lado até o quarto de dona Maria. Uma ambulância chegou a ser chamada, os enfermeiros prestaram socorro, mas não acharam necessário levá-la ao hospital. Vinte minutos depois, Dona Maria morreu no quarto.

O órgão de defesa do consumidor abriu um processo contra a concessionária de energia, que pode ser multada em até R$ 6 milhões.

”Nesse caso específico, por se tratar de defesa da saúde, deve sempre prevalecer em primeiro plano a dignidade da pessoa humana”, afirma Antônio Carlos Costa, do Programa de Proteção ao Consumidor.

A concessionária de energia afirma que não tinha conhecimento do caso de dona Maria Luiza.

”Nós mantemos o fornecimento e damos toda a prioridade em caso de atendimento emergenciais por desligamentos imprevisíveis. Nesse cadastro, infelizmente, dona Maria não havia se inscrito. Entre essas pessoas cadastradas, como eu frisei, há pessoas que têm débitos de anos, e nós, em absoluto, fazemos suspensão de fornecimento”, argumenta José Nunes de Almeida Neto, da Companhia Energética do Ceará / Coelce.

O caso também foi parar na polícia.

”Estamos apurando os fatos e verificando se há possível homicídio culposo”, diz a delegada de polícia Marília Fernandes.

Homicídio culposo é aquele que não existe intenção de matar.

”Você se sente tão inútil. Eu espero só justiça”, diz Ana Cristina.

Fonte: Globo

Offline Oceanos

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Re: O preço de uma vida
« Resposta #1 Online: 21 de Maio de 2007, 23:50:26 »
Que o FDP que foi lá cortar a luz viva e morra sabendo que foi culpado de uma morte, apenas por "fazer o seu trabalho".

Offline FxF

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Re: O preço de uma vida
« Resposta #2 Online: 22 de Maio de 2007, 02:59:45 »
Se tratando do Brasil, provavelmente o processo vai ficar trancado na justiça...
Já em países onde a justiça é série, condenariam desde os atendentes e operários que fizeram o corte até os donos da empresa a mais de 10 anos…

 

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