Tópico: "Pérolas antes do café da manhã"

[Buckaroo Banzai]

Quarta-feira, Maio 23, 2007

Pearls Before Breakfast

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Numa experiência inédita, Joshua Bell, um dos mais famosos violinistas do Mundo, tocou incógnito durante 45 minutos, numa estação de metro de Washington, de manhã, em hora de ponta, despertando pouca ou nenhuma atenção. A iniciativa foi do jornal "Washington Post", com a ideia de lançar um debate sobre arte, beleza e contextos.

Ninguém reparou também que o violinista tocava com um Stradivarius de 1713 - que vale 3,5 milhões de dólares! Três dias antes, Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam 100 dólares.

Ali na estação de metro foi ostensivamente ignorado pela maioria, à excepção das crianças, que, inevitavelmente paravam para escutar Bell... Segundo o jornal, isto é um sinal de que todos nascemos com poesia e esta é depois, lentamente, sufocada dentro de todos nós.

"Foi estranho ser ignorado" Bell, que é uma espécie de 'sex symbol' da clássica, vestido de jeans, t-shirt e boné de basebol, interpretou "Chaconne", de Bach, que é, na sua opinião, "uma das maiores peças musicais de sempre, mas também um dos grandes sucessos da história". Executou ainda "Ave Maria", de Schubert, e "Estrellita", de Manuel Ponce - mas a indiferença foi quase total. Esse facto, aparentemente, não impressionou os utentes do metro."Foi uma sensação muito estranha ver que as pessoas me ignoravam", disse Bell, habituado ao aplauso. "Num concerto, fico irritado se alguém tosse ou se um telemóvel toca. Mas no metro as minhas expectativas diminuíram. Fiquei agradecido pelo mínimo reconhecimento, mesmo um simples olhar", acrescentou.

O sucedido motiva o debate foi este um caso de "pérolas a porcos"? É a beleza um facto objectivo que se pode medir ou tão-só uma opinião? Mark Leitahuse, director da Galeria Nacional de Arte, não sesurpreende: "A arte tem de estar em contexto". E dá um exemplo: "Se tirarmos uma pintura famosa de um museu e a colocarmos num restaurante, ninguém a notará".Para outros, como o escritor John Lane, a experiência indica a "perda da capacidade de se apreciar a beleza". O escritor disse ao "Washington Post" que isto não significa que "as pessoas não tenham a capacidade de compreender a beleza, mas sim que ela deixou de ser relevante".

É triste.

http://incontinentesverbais.blogspot.com/2007/05/pearls-before-breakfast.html

[Buckaroo Banzai]

Acho que a maior parte dos freqüentadores do metro talvez não seja exatamente apreciador do estilo, e a reação seria diferente diante duma canja dum astro do rap ou de rock.

[uiliníli]

E se tivessem colocado o violinista para tocar no fim da tarde? De manhã naturalmente está todo mundo com pressa, preocupado em não se atrasar para o trabalho. Mais à tarde, com as pessoas voltando para casa, talvez mais gente tivesse dado atenção ao violinista.

[Südenbauer]

Não é tão surpreendente. Ele toca em um lugar de "transição". Quem passa por ali está indo a algum lugar. E tem horários. Se vai esperar o trem não esperar ali. A única mulher que parou para escutar tinha muito tempo ou nada a fazer.

E, assim como o Gabriel disse, se tivesse tocado à tarde o resultado com certeza seria bem diferente.

[rizk]

Não é tão surpreendente. Ele toca em um lugar de "transição". Quem passa por ali está indo a algum lugar. E tem horários. Se vai esperar o trem não esperar ali. A única mulher que parou para escutar tinha muito tempo ou nada a fazer.

E, assim como o Gabriel disse, se tivesse tocado à tarde o resultado com certeza seria bem diferente.

Mas você pára pra ver a gostosa, não? Manhã, tarde, madrugada, tanto faz. A gente ainda tem sensibilidade(?) pra bunda.

[Rodion]

achar um violinista consagrado no metrô seria como achar um papai noel na chaminé de casa. assim, evidências de que há um papai noel na chaminé (como um chapéu de papai noel jogado do lado da lareira) não serviriam pra fazer alguém acreditar que de fato há um papai noel preso na chaminé.

[FZapp]

Acho que a maior parte dos freqüentadores do metro talvez não seja exatamente apreciador do estilo, e a reação seria diferente diante duma canja dum astro do rap ou de rock.

Vale lembrar que se vc está atrasado é diferente da atitude de sentar a ouvir música (que aliás, pagou caro).

Acusar as pessoas de 'esquecer da poesia' é um pouco idiota, mas enfim,...

[Oceanos]

Vocês parariam para ouvir se vissem um cara qualquer tocando violino e vocês pudessem perder uns 5 minutos ali?

[rizk]

Vocês parariam para ouvir se vissem um cara qualquer tocando violino e vocês pudessem perder uns 5 minutos ali?

Claro. Já topei com um menino que tocava violão flamenco no metrô masp, da hora

[Rodion]

idem. toda vez que passo pela bovespa e tem alguém tocando algo de que goste, fico pelo menos 1 ou 2 min. não fico mais pra não ter de dar dinheiro (sovina!).

[uiliníli]

Vocês parariam para ouvir se vissem um cara qualquer tocando violino e vocês pudessem perder uns 5 minutos ali?

No meu caso isso não se aplica, afinal não pego nem ônibus - quem mora em cidade pequena tem o privilégio de poder depender exclusivamente dos próprios pés. Mas voltando da faculdade à noite algumas vezes já parei para ouvir alguns ensaios da orquestra da universidade - só que nesses casos eu não tinha horário para cumprir.

[Südenbauer]

Não é tão surpreendente. Ele toca em um lugar de "transição". Quem passa por ali está indo a algum lugar. E tem horários. Se vai esperar o trem não esperar ali. A única mulher que parou para escutar tinha muito tempo ou nada a fazer.

E, assim como o Gabriel disse, se tivesse tocado à tarde o resultado com certeza seria bem diferente.

Mas você pára pra ver a gostosa, não? Manhã, tarde, madrugada, tanto faz. A gente ainda tem sensibilidade(?) pra bunda.

Não precisa parar para fazer isso. Um giro de pescoço serve.

[Barata Tenno]

Não é tão surpreendente. Ele toca em um lugar de "transição". Quem passa por ali está indo a algum lugar. E tem horários. Se vai esperar o trem não esperar ali. A única mulher que parou para escutar tinha muito tempo ou nada a fazer.

E, assim como o Gabriel disse, se tivesse tocado à tarde o resultado com certeza seria bem diferente.

Mas você pára pra ver a gostosa, não? Manhã, tarde, madrugada, tanto faz. A gente ainda tem sensibilidade(?) pra bunda.

Não precisa parar para fazer isso. Um giro de pescoço serve.

Depende da gostosa ...........

[Arcanjo Lúcifer]

Não é tão surpreendente. Ele toca em um lugar de "transição". Quem passa por ali está indo a algum lugar. E tem horários. Se vai esperar o trem não esperar ali. A única mulher que parou para escutar tinha muito tempo ou nada a fazer.

E, assim como o Gabriel disse, se tivesse tocado à tarde o resultado com certeza seria bem diferente.

Mas você pára pra ver a gostosa, não? Manhã, tarde, madrugada, tanto faz. A gente ainda tem sensibilidade(?) pra bunda.

Bunda é a preferencia nacional,é só virar o pescoço, é grátis,olhar  não tira pedaço ...

Uma vez eu estava dirigindo, olhei para uma  loiraça bunduda que estava passando na rua vindo pelo sentido contrário.Quando olhei para frente o transito estava parado e quase me ferrei.

Mas valeu a pena.

[uiliníli]

Bunda é a preferencia nacional,é só virar o pescoço, é grátis,olhar  não tira pedaço …

Uma vez eu estava dirigindo, olhei para uma  loiraça bunduda que estava passando na rua vindo pelo sentido contrário.Quando olhei para frente o transito estava parado e quase me ferrei.

Mas valeu a pena.

Bunda é mesmo um perigo! Devia haver algum tipo de sinalização, sei lá, uma placa de advertência do tipo "Perigo, gostosa a 500 m"…

[bisk8]

Bunda é a preferencia nacional,é só virar o pescoço, é grátis,olhar  não tira pedaço …

Uma vez eu estava dirigindo, olhei para uma  loiraça bunduda que estava passando na rua vindo pelo sentido contrário.Quando olhei para frente o transito estava parado e quase me ferrei.

Mas valeu a pena.

Bunda é mesmo um perigo! Devia haver algum tipo de sinalização, sei lá, uma placa de advertência do tipo "Perigo, gostosa a 500 m"…

 

[FZapp]

O sucedido motiva o debate foi este um caso de "pérolas a porcos"?

Sim, são pérolas aos porcos.

Porcos não são sujos por natureza, só se contentam com pouco espaço. Em tese, se criar um porquinho, como um cachorrinho ou gatinho também, e o acustomar a fazer suas necessidades biológicas numa caixa ou um lugar como um banheiro, ele aprende. E aprende a tomar baho, e fica cheiroso, e é tão carinhoso quanto poderia ser um cachorro ou gato, salvando as diferenças de expressar carinho e recebê-lo, é claro.

Os humanos que os criam os criavam (hoje não é mais assim tão freqüente) num lugar onde jogavam a comida, que era o mesmo lugar onde os porcos defecavam e urinavam. Então o chiqueiro é sinônimo de barro, caca e comida juntas. O porco não veria beleza numa pérola porque, estatisticamente, nenhum criador de porcos desse tipo jogaria uma. Com certeza ele acharia ser comida, e estatisticamente estaria certo.

No Metrô, ainda de manhã, a mesma coisa. Qual é a probabilidade de alguém ser um violinista famoso e tocar com um instrumento tão valioso. Os frequentadores do metrô é que estão certos. ALém disso, como já foi dito, de manhã todos estamos sempre atrasados, então por mais que seja bonito, vc vai ouvindo enquanto vai como vacas na fila do matadouro...

Este antropocentrismo todo está me dando náuseas...

[Diegojaf]

Por que eu "tenho" que gostar de música clássica pra ser um apreciador de poesia?