Hohoho, Spit! Miss you no RV!
Há vários trechos que valem a pena comentar no livro até agora, mas por motivos de organização, vamos às nove objeções básicas contra a astrologia e as respostas de John Anthony West.
1 - A ASTROLOGIA REQUER A EXISTÊNCIA DE MECANISMOS DE FORÇA E DE AÇÃO TOTALMENTE INIMAGINÁVEIS.
- Pra entender a resposta a isso, é preciso explanar brevemente a noção de sistema que West coloca no livro. Um sistema seria inconcebível sem uma inteligência diretora, segundo ele, e quanto mais complexo o sistema, mais sutis as distribuições de força e mais inevitável e misterioso o elemento volitivo. Num sistema basicamente físico, o elemento consciente é oculto, num sistema basicamente consciente, o elemento físico é oculto.
Exemplo: prego na madeira, que mesmo simples é metafísico, já que a decisão que motiva o gesto e pregar o prego não tem propriedades físicas mensuráveis, mas o cálculo de seus fatores físicos dominantes é objetivo por causa de sua simplicidade, o prego enfiado na madeira é efeito do martelo no prego, fim. Mas mover uma tonelada de aço com uma xícara de gasolina não é eficaz de se a gasolina é queimada sobre o aço, sendo necessário que o metal seja organizado em forma de um carro pra que essa mesma gasolina possa arremetê-lo de 0 a 100km/h, e nesse caso o elemento consciente é muito mais evidente, muito embora no sistema do carro em si ele tenha ficado pra trás, na fábrica, o que não lhe diminui a importância na gênese desse sistema complexo.
Pra fazer uma analogia com a astrologia, West propõe o sistema do auditório que escuta uma orquestra tocando Mozart, e aponta que aqui, como na astrologia, não há "explicação plausível" que justifique o efeito da música no público. Os instrumentos são o meio de transmisão da mensagem e não a explicação física plausível da música, cuja causa é metafísica (o gênio de Mozart). Eles, em si mesmos, são pedaços de madeira e latão e não exercem força mensurável, apenas agem à distância criando perturbações na atmosfera, analogamente ao modo de agir dos planetas, á distância. Como num auditório bem projetado a distância do espectador do palco não importa, no caso da ação dos planetas, também não. Como há PESSOAS envolvidas no evento musical e na astrologia, o modelo físico martelo-prego não é adequado, e os efeitos dos planetas não dependem de grandes magnitudes de força gravitacional assim como os efeitos de Mozart independem de quartas sonoras (não sei o que é isso). Assim, se as pessoas exercem papéis no mundo real, a importância da explicação física plausível decai e tudo depende da ordem de consciência dominante do sistema avaliado.
O sistema solar é um sistema, claro, e a astrologia é o estudo do nosso papel nesse sistema. Deu pra entender? Hehehehe.
Prosseguindo, West afirma que, não sendo a personalidade e consciência humanas quantifícáveis ou explicáveis cientificamente, a astrologia também não precisa ser, ela apenas precisa de um modelo plausível pra transmissão de SIGNIFICADO.
2 - O HELIOCENTRISMO COPERNICANO DESTRIU A ASTROLOGIA.
- Essa objeção afetaria a prática, não a premissa astrológica de que há correspondências entre eventos celestes e eventos terrenos. De qualquer modo, a astrologia estudaria as influências dos planetas de suas posições em relação à Terra, e o heliocentrismo não influiria nisso, sendo que, embora os astrólogos europeus medievais possam ter ficado irritados por isso, os antigos egípcios, pitagóricos, hindus, chineses, construtores de Stonehenge e outros sabiam que o Sol não girava em torno da Terra coisíssima nenhuma, e todos praticaram a astrologia.
Por enquanto é só, depois posto mais.