É o que eu vivo dizendo quando alguém inventa passeata contra o Serra por culpa de aumento nas tarifas.
Pra você ter uma noção: perueiros recebem cerca de 96¢ por cada passagem, que custa R$ 2,30 e é estabelecida pelo governo. Volta e meia as empresas exigem aumento, mas a melhora do serviço não acompanha esse aumento (imagino que os impostos também sejam altos, no caso delas). Comparado ao serviço prestado pelos perueiros, que concorrem minimamente entre si dentro das linhas, a situação é ruim. Já as empresas, operam por área… É uma espécie de monopólio.
Sem contar, é claro, as cooperativas de perueiros, que também roubam um pedaço desse dinheiro. Todo perueiro é obrigado a fazer parte de uma, pois elas recebem a concessão para cuidar das áreas da cidade. Se você quiser mudar de cooperativa, você precisa se mudar de bairro, comprar outra casa, levar sua família…
É o Coletivismo em ação… Um dado interessante é o seguinte: é muito raro haver greve de perueiros. Houve uma greve ontem em 2 regiões da cidade que acabou no mesmo dia, pacificamente. Imagino o motivo: são donos do próprio negócio, ganham mal, mas são obrigados a cuidar do seu patrimônio. Em contrapartida, motoristas de ônibus fazem greve freqüentemente.
Bruno, não são todos os perueiros que fazem parte do PCC. Muito pelo contrário, algumas cooperativas, dizem por aí, que são parceiras do PCC. E não pense que, por ter o nome de cooperativa, elas são boaszinhas com o trabalhador; são é monopolistas, quase uma gangue com existência legitimada pelo Estado. É normal você ouvir casos de perueiros que precisam pagar pedágio semanal para o PCC. Se não pagam, acabam sendo roubados. A polícia, naturalmente, não faz nada a respeito. Nem o Ministério Público.