Autor Tópico: Você confia em cursos a distância?  (Lida 1257 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline Nyx

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 7.758
  • Sexo: Feminino
  • nyx
Você confia em cursos a distância?
« Online: 06 de Junho de 2007, 20:52:59 »
Citar
É necessário ser disciplinado, afirma estudante de pedagogia


Ricardo Santana, 24, auxiliar-administrativo de uma rede de TV em Ribeirão Preto, bem que tentou fazer uma faculdade de administração convencional. Mas só faltava às aulas. Trabalhando o dia todo, não conseguia conciliar os horários.

Em agosto, ele resolveu se matricular em um curso de pedagogia a distância, no Instituto de Ensino Superior COC. "Escolhi o curso porque é da área que gosto, posso fazer quando tenho tempo e ainda é mais barato que o presencial", diz. "Mas a gente tem de ser muito disciplinado para acompanhar. As aulas são puxadas."

Sem tempo fixo para estudar e sem exercer a profissão para a qual se formou há 12 anos, a biomédica Kátia Jaqueline Mizusaki, 35, dois filhos, também optou por um curso de graduação a distância. Em 2005, entrou na turma de computação no Centro Universitário Claretiano, de Batatais, e pretende se formar no próximo ano.

Ela conta que os filhos lhe tomam muito tempo e seria inviável freqüentar aulas. "Sendo a distância, posso estudar de madrugada, no almoço ou quando sobra um tempinho." Kátia estuda por um material impresso feito pela universidade e tira dúvidas via internet.

Tudo o que faz fica num arquivo virtual, acessado na página da universidade. É lá que os tutores deixam as atividades, obrigatórias para a avaliação. "Me sinto preparada porque a gente acaba tendo que estudar mais do que nos cursos tradicionais. Meu medo é não conseguir emprego por causa do preconceito com os cursos a distância."

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u19154.shtml



Opiniões por favor:

 :hihi: Esses cursos são confiáveis?

Há preconceito em relação a formandos?

Será que o rendimento é comparável?

Offline Nyx

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 7.758
  • Sexo: Feminino
  • nyx
Re: Você confia em cursos a distância?
« Resposta #1 Online: 06 de Junho de 2007, 20:54:31 »
 |( E antes que alguém pergunte:

1. Isso NÃO é um trabalho de escola.

2. Não pretendo fazer curso a distância.



 :hihi: É um tema interessante mesmo.  :P Ao menos em minha opinião.

Offline Rodion

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 9.872
Re: Você confia em cursos a distância?
« Resposta #2 Online: 06 de Junho de 2007, 20:55:41 »
hm. eu não boto fé.
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Nina

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.805
  • Sexo: Feminino
    • Biociência.org
Re: Você confia em cursos a distância?
« Resposta #3 Online: 06 de Junho de 2007, 20:56:18 »
É interessante mesmo, Lela...

Eu nunca tinha pensado em relação a cursos de graduação, apenas cursos de extensão. Neste último caso, acho que não haveria problemas. Quanto ao primeiro, não sei ainda...

 ::)
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Offline Adriano

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.672
  • Sexo: Masculino
  • Ativismo quântico
    • Filosofia ateísta
Re: Você confia em cursos a distância?
« Resposta #4 Online: 06 de Junho de 2007, 21:23:06 »
Eu vejo que é uma tendência mundial e a universidade de Stanford já oferece cursos com a mesma qualidade que os presenciais. O diferencial do curso presencial fica por conta do ambiente acadêmico mas o currículo é o mesmo.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Oceanos

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.924
  • Sexo: Masculino
Re: Você confia em cursos a distância?
« Resposta #5 Online: 06 de Junho de 2007, 21:39:38 »
Sei não. Estando lá, dependendo da faculdade, você pode conversar com seus colegas de sala e aprender muito. Tal como provavelmente vai fazer amizade com seus professores, criar contatos, amigos, etc. Acho que isso deve ficar afetado com a comunicação só pela internet...

Deve ser ótimo é para quem quer ter um diploma...

Offline Adriano

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.672
  • Sexo: Masculino
  • Ativismo quântico
    • Filosofia ateísta
Re: Você confia em cursos a distância?
« Resposta #6 Online: 06 de Junho de 2007, 21:47:30 »
É o que eu quis dizer com ambiente acadêmico, e não só o diploma mas também a distância, e provavelmente os custos.

Curioso na reportagem que vi, que alguns alunos não iam nos aulas de manhã e assistiam de seus dormitórios, pois a aula é transmitiva por tv.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Pregador

  • Conselheiros
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.056
  • Sexo: Masculino
  • "Veritas vos Liberabit".
Re: Você confia em cursos a distância?
« Resposta #7 Online: 07 de Junho de 2007, 14:05:41 »
Do jeito como ela descreveu eu não sei. Depende do tipo de matéria. matérias humanas e teóricas são possíveis sim. Com fóruns na internet sobre as aulas e os alunos participando a qualidade do curso pode ser a mesma de um presencial.

Eu faço pos graduação a distancia também, mas é diferente. E tudo igual a uma aula presencial, a diferença é que ao inves de professor há um telão com a transmissão que é ao vivo. Você pode interagir com o professor mandando perguntas pelo PC que ele recebe na hora e em tempo real. Uma hora inteira da aula é dedicada a responder todas as perguntas enviadas.

Acho que isso é o futuro. Pois a universidade dá aulas em um único ambiente e alunos de todo o Brasil podem assistí-la. Não precisa contratar 500 professores.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline Rodion

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 9.872
Re: Você confia em cursos a distância?
« Resposta #8 Online: 07 de Junho de 2007, 16:20:37 »
mas eu não sei, e quanto à disciplina? um sujeito pode muito bem se formar com outro fazendo as provas por ele, por exemplo.
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Pregador

  • Conselheiros
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.056
  • Sexo: Masculino
  • "Veritas vos Liberabit".
Re: Você confia em cursos a distância?
« Resposta #9 Online: 07 de Junho de 2007, 21:28:03 »
mas eu não sei, e quanto à disciplina? um sujeito pode muito bem se formar com outro fazendo as provas por ele, por exemplo.

Isso sim. No caso do curso que faço não tem como. As provas são normais. Tem uma pessoa que monitora as provas. Depois de feitas elas são mandadas por correio para correção na central.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline n/a

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 6.699
Re: Você confia em cursos a distância?
« Resposta #10 Online: 07 de Junho de 2007, 21:28:38 »
Ele pode ir só para fazer as provas. Diria que muitos alunos brilhantes das faculdades brasileiras não gostam de freqüentar as aulas. Na verdade, o que realmente importa é conseguir aprender e estar capaz para demonstrar domínio do conteúdo. Se o indivíduo aprendeu freqüentando as aulas, lendo livros sozinho ou de qualquer outra maneira não interessa. Listas de presença, na minha opinião, são uma bobagem muito grande desprovida de sentido. Se a pessoa faltar em todas as aulas e conseguir ser aprovado nas provas, qual o problema?

Aliás, isso é só um pequeno pedaço de uma grande discussão sobre o peso do paternalismo no ensino brasileiro. Muita gente nestas terras que Cabral descobriu acredita que quanto maior o número de aulas, maior o aprendizado. A quantidade de horas em sala de aula nos cursos superiores por aqui é grande demais. O grosso do aprendizado deveria ser feito pelo próprio aluno, com os professores apenas orientando os estudos. Não deveriamos esperar de nenhum professor que mastigasse o conteúdo para os alunos. Espera-se que eles, ao menos, saibam ler sozinhos.

O problema é que, atualmente, a maioria das pessoas que fazem cursos a distância, especialmente de graduação, não são lá muito preparadas. Eu disse que se espera que um aluno ao menos saiba ler (e interpretar textos relativamente complexos!), mas talvez nem isso essas pessoas consigam direito. Daí, se as dificuldades já seriam grandes num curso presencial, provavelmente elas serão maiores ainda. Mas isso é um problema relacionado ao ensino básico que, infelizmente, está muito longe de ser resolvido. Como diz o professor Daniel Tausk, do IME/USP, alunos bons no Brasil são pouquíssimos, mesmo numa universidade seletiva como a USP. Imagine nas caça-níqueis. A educação brasileira, tanto a pública quanto a privada [1], está em desgraça há muito tempo e não há muitas esperanças.

[1] Falo das escolas privadas porque boa parte delas (especialmente aquelas ligadas aos grandes sistemas didático como o Objetivo, o Anglo, COC, Etapa, etc) se tornaram especializadas em criar máquinas de resolver questões de vestibular fantasiadas de aluno, acabando com qualquer pretensão de educar de verdade os estudantes. Parece ser mais fácil fazer o aluno decorar milhares de fórmulas e questões recorrentes nos vestibulares do que tentar criar uma mentalidade crítica fornecendo conhecimento real para os alunos. Mas, de qualquer forma, essas escolas oferecem aquilo que os pais desejam: ver os seus filhos nas melhores faculdades. Adquirir conhecimento para a vida não importa muito, parece.

Offline Rodion

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 9.872
Re: Você confia em cursos a distância?
« Resposta #11 Online: 08 de Junho de 2007, 11:56:57 »
de fato, mioto. o esquema do direito na universidade de munique, pra se ter uma idéia, é mais ou menos o de umas 3 horas diárias em aula. o resto é leitura, leitura, se faz em casa.
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Hugo

  • Nível 31
  • *
  • Mensagens: 1.917
Re: Você confia em cursos a distância?
« Resposta #12 Online: 08 de Junho de 2007, 21:53:47 »

[1] Falo das escolas privadas porque boa parte delas (especialmente aquelas ligadas aos grandes sistemas didático como o Objetivo, o Anglo, COC, Etapa, etc) se tornaram especializadas em criar máquinas de resolver questões de vestibular fantasiadas de aluno, acabando com qualquer pretensão de educar de verdade os estudantes. Parece ser mais fácil fazer o aluno decorar milhares de fórmulas e questões recorrentes nos vestibulares do que tentar criar uma mentalidade crítica fornecendo conhecimento real para os alunos. Mas, de qualquer forma, essas escolas oferecem aquilo que os pais desejam: ver os seus filhos nas melhores faculdades. Adquirir conhecimento para a vida não importa muito, parece.

Concordo plenamente. As escolas não preparam os alunos para viver, isto e´, para enfrentar a vida e serem cidadãos.
"O medo de coisas invisíveis é a semente natural daquilo que todo mundo, em seu íntimo, chama de religião". (Thomas Hobbes, Leviatã)

Offline Rodion

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 9.872
Re: Você confia em cursos a distância?
« Resposta #13 Online: 09 de Junho de 2007, 00:14:36 »

[1] Falo das escolas privadas porque boa parte delas (especialmente aquelas ligadas aos grandes sistemas didático como o Objetivo, o Anglo, COC, Etapa, etc) se tornaram especializadas em criar máquinas de resolver questões de vestibular fantasiadas de aluno, acabando com qualquer pretensão de educar de verdade os estudantes. Parece ser mais fácil fazer o aluno decorar milhares de fórmulas e questões recorrentes nos vestibulares do que tentar criar uma mentalidade crítica fornecendo conhecimento real para os alunos. Mas, de qualquer forma, essas escolas oferecem aquilo que os pais desejam: ver os seus filhos nas melhores faculdades. Adquirir conhecimento para a vida não importa muito, parece.

Concordo plenamente. As escolas não preparam os alunos para viver, isto e´, para enfrentar a vida e serem cidadãos.

não que não haja tentativa.
de qualquer forma, o formato dos cursinhos tem como culpado o próprio sistema de ingresso nas universidades.
culpa também do prestígio que a universidade tem no país.
aliás, recomendo "a universidade", de lima barreto.
« Última modificação: 09 de Junho de 2007, 00:16:53 por Bruno »
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Rodion

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 9.872
Re: Você confia em cursos a distância?
« Resposta #14 Online: 09 de Junho de 2007, 00:17:52 »
táqui. quando ainda se discutia a criação da usp:

Citar
Lima Barreto

A universidade

 

Voltam os jornais a falar que é tenção do atual governo criar nesta cidade uma universidade. Não se sabe bem por quê e a que ordem de necessidades vem atender semelhante criação. Não é novo o propósito e de quando em quando, ele surge nas folhas, sem que nada o justifique. e sem que venha remediar o mal profundo do nosso chamado ensino superior.

Recordação da Idade Média, a universidade só pode ser compreendida naquele tempo de reduzida atividade técnica e científica, a ponto de, nos cursos de suas vetustas instituições de ensino, entrar no estudo de música e creio mesmo a simples aritmética.

Não é possível, hoje, aqui no Brasil, que essa tradição universitária chegou tão diluída, criar semelhante coisa que não obedece ao espírito do nosso tempo, que quer nas profissões técnicas cada vez mais especialização.

O intuito dos propugnadores dessa criação é dotar-nos com um aparelho decorativo, suntuoso, naturalmente destinado a fornecer ao grande mundo festividades brilhantes de colação de grau e sessões solenes.

Nada mais parece que seja o intuito da ereção da nossa universidade.

De todos os graus de nosso ensino, o pior é o superior; e toda a reforma radical que se quisesse fazer nele, devia começar por suprimi-lo completamente.

O ensino primário tem inúmeros defeitos, o secundário maiores, mas o superior, sendo o menos útil e o mais aparatoso, tem o defeito essencial de criar ignorantes com privilégios marcados em lei, o que não acontece com os dois outros.

Esses privilégios e a diminuição da livre concorrência que eles originam, fazem que as escolas superiores fiquem cheias de uma porção de rapazes, alguns às vezes mesmo inteligentes, que, não tendo nenhuma vocação para as profissões em que simulam estar, só têm em vista fazer exame, passar nos anos, obter diplomas, seja como for, a fim de conseguirem boas colocações no mandarinato nacional e ficarem cercados do ingênuo respeito com que o povo tolo cerca o doutor.

Outros que só se destinam a ter titulo de engenheiro que efetivamente quer ser engenheiro e assim por diante, de forma que o sujeito se dedicasse de fato aos estudos respectivos, não se consegue com um simples rótulo de universidade ou outro qualquer.

Os estudos propriamente de medicina, de engenharia, de advocacia, etc., deviam ficar separados completamente das doutrinas gerais, ciências constituídas ou não, indispensáveis para a educação espiritual de quem quer ter uma opinião e exprimi-la sobre o mundo e sobre o homem.

A esse ensino, o Estado devia subvencionar direta ou indiretamente; mas o outro, o técnico, o de profissão especial, cada um fizesse por si, exigindo o Estado para os seus funcionários técnicos que eles tivessem um estágio de aprendizagem nas suas oficinas, estradas, hospitais, etc...

Sem privilégio de espécie alguma, tendo cada um de mostrar as suas aptidões e preparo na livre concorrência com os rivais, o nível do saber e da eficiência dos nossos técnicos (palavra da moda) havia de subir muito.

A nossa superstição doutoral admite abusões que, bem examinadas, são de fazer rir.

Por exemplo, temos todos nós como coisa muito lógica que o diretor do Lloyd deve ser engenheiro civil. Por quê? Dos Telégrafos, dos Correios - por quê também?

Aos poucos, na Central do Brasil, os engenheiros foram avassalando os grandes empregos da "gema".

Por quê?

Um estudo nesse sentido exigiria um trabalho minucioso de exame de textos de leis e regulamentos que está acima da minha paciência; mas era bom que alguém tentasse fazê-lo, para mostrar que a doutomania não foi criada pelo povo, nem pela avalanche de estudantes que enche as nossas escolas superiores; mas pelos dirigentes, às vezes secundários, que a fim de satisfazer preconceitos e imposições de amizade, foram pouco a pouco ampliando os direitos exclusivos do doutor.

Ainda mais. Um dos males, decorrentes dessa superstição doutoral, está na ruindade e na estagnação mental do nosso professorado superior e secundário.

Já não bastava a indústria do ensino para fazê-lo mandrião e rotineiro, veio ainda por cima a época dos negócios e das concessões.

Explico-me:

Um moço que, aos trinta anos, se faz substituto de uma nossa faculdade ou escola superior, não quer ficar adstrito às funções de seu ensino. Pára no que aprendeu, não segue o desenvolvimento da matéria que professa. Trata de arranjar outros empregos, quando fica nisso, ou, se não - o que é pior - mete-se no mundo estridente das especulações monetárias e industriais da finança internacional.

Ninguém quer ser professor como são os da Europa, de vida modesta, escarafunchando os seus estudos, seguindo o dos outros e com eles se comunicando ou discutindo. Não; o professor brasileiro quer ser um homem de luxo e representação, para isso, isto é, para ter os meios de custear isso, deixa às urtigas os seus estudos especiais e empresta o seu prestígio aos brasseur d'affaires bem ou mal-intencionados.

Para que exemplificar? Tudo isto é muito sabido e basta que se fale em geral, para que a indicação de um mal geral não venha a aparecer como despeito e ataque pessoal.

A universidade, coisa sobremodo obsoleta, não vem curar o mal do nosso ensino que viu passar todo um século de grandes descobertas e especulações mentais de toda a sorte, sem trazer, por qualquer dos que o versavam, um quinhão por mínimo que fosse.

O caminho é outro; é a emulação.

 

Feiras e mafuás, 13-3-1920


continua atual.
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline GMGall

  • Nível 21
  • *
  • Mensagens: 731
  • Sexo: Masculino
  • Se precisarem entrar em contato, usem o e-mail.
Re: Você confia em cursos a distância?
« Resposta #15 Online: 17 de Julho de 2007, 14:35:00 »
Vocês conhecem o CEDERJ?

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!