Os poetas gastaram tintas em versos de amor; o cinema queimou películas celebrando esse nobre sentimento; a igreja celebrou o amor deflagrando um sacramento. Mas o amor não passa de um charlatão. É um instinto disfarçado pelas frivolidades da civilização. O homem inventou a civilização e sem a companhia constante das feras, da fome, da miséria e da ignorância abjeta deu-se ao luxo de tornar-se frívolo. Inventou o amor.
Mas o amor não resiste às máquinas de escrutínio do cérebro. As imagens mostram incríveis variações fisiológicas do corpo quando a pessoa ama. Agora se sabe que quando se ama quem ama é o corpo não a alma. Que o amor à primeira-vista tem forte componente erótico. Que somos bichos extremamente sensuais - somos discípulos de Baco.
As crianças sonham com uma ilusão - o amor que seus pais vendem e foram comprados é apenas desejo sexual. Freud ri na tumba rejubilado. Sexo senhores, sexo.