Autor Tópico: A epistemologia dawkiniana, memética.  (Lida 2575 vezes)

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Tarcísio

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A epistemologia dawkiniana, memética.
« Online: 30 de Junho de 2007, 21:19:06 »
Citação de: Wikipedia
A Memética é o estudo formal dos memes. A memética pode atualmente ser lembrada tanto no campo da sociologia, como uma protociência da sua própria forma. Foi originada quando Richard Dawkins reduziu o processo de evolução genética biológica à sua mais fundamental unidade, o multiplicador (ou gene). Na busca de outra coisa que pudesse ser classificado como multiplicador na Terra, Dawkins sugeriu informação e idéias em cérebros, ou cultura (talvez software seja outro multiplicador que possa em algum momento ser usado para construir coisas grandes).

A memética aplica conceitos da teoria da evolução (especialmente da genética populacional) à cultura humana. Ela tenta explicar vários assuntos controversos, como religião e sistemas políticos, usando modelos matemáticos.

Muitos pensadores questionam se a analogia dos genes com a cultura vai se fixar e como essa similaridade pode ser testada.

A memética deve ser distinguida da sociobiologia. Na sociobiologia, as entidades envolvidas são os genes, enquanto na memética são os memes. A sociobiologia está preocupada com a base biológica do comportamento humano, enquanto a memética trata os humanos não apenas como produto de uma evolução biológica, mas de uma evolução cultural também.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mem%C3%A9tica

O que vocês pensam a respeito?
« Última modificação: 30 de Junho de 2007, 21:44:56 por Tarcísio »

Offline Luis Dantas

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Re: A epistemologia biológica, memética.
« Resposta #1 Online: 30 de Junho de 2007, 21:27:32 »
Nãoi sei por que você falou em biologia (que não tem nada a ver com memes), mas memética é um campo de estudo fascinante.  Especulativo, mas fascinante.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Tarcísio

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Re: A epistemologia dawkiniana, memética.
« Resposta #2 Online: 30 de Junho de 2007, 21:33:58 »
Só pelo autor da teoria ser biólogo… achei que ficaria legal… desculpe pela infeliz idéia.

Acho que agora ficou melhor.
« Última modificação: 30 de Junho de 2007, 21:45:39 por Tarcísio »

Offline Luis Dantas

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Re: A epistemologia dawkiniana, memética.
« Resposta #3 Online: 30 de Junho de 2007, 22:12:23 »
Vou PENSAR se te desculpo :)

(não precisa levar tão a sério...)
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Tarcísio

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Re: A epistemologia dawkiniana, memética.
« Resposta #4 Online: 30 de Junho de 2007, 22:38:04 »
Não levei :D

Offline Daniboy

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Re: A epistemologia dawkiniana, memética.
« Resposta #5 Online: 01 de Julho de 2007, 00:17:14 »
Nãoi sei por que você falou em biologia (que não tem nada a ver com memes), mas memética é um campo de estudo fascinante.  Especulativo, mas fascinante.
A maioria das coisas que nos fascinam são desconhecidas, nos resta especular sobre elas até elas serem totalmente resolvidas, não espere em pé.
"Afirmar que "Deus fez isso" não é nada mais do que uma admissão de ignorância vestida enganadoramente como uma explicação."
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Offline Worf

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Re: A epistemologia dawkiniana, memética.
« Resposta #6 Online: 01 de Julho de 2007, 00:56:24 »
Isso me cheira a História das Idéias com um nome mais "século XXI".

Offline Luiz Souto

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Re: A epistemologia dawkiniana, memética.
« Resposta #7 Online: 02 de Julho de 2007, 14:18:16 »
Citação de: Wikipedia
A Memética é o estudo formal dos memes. A memética pode atualmente ser lembrada tanto no campo da sociologia, como uma protociência da sua própria forma. Foi originada quando Richard Dawkins reduziu o processo de evolução genética biológica à sua mais fundamental unidade, o multiplicador (ou gene). Na busca de outra coisa que pudesse ser classificado como multiplicador na Terra, Dawkins sugeriu informação e idéias em cérebros, ou cultura (talvez software seja outro multiplicador que possa em algum momento ser usado para construir coisas grandes).

A memética aplica conceitos da teoria da evolução (especialmente da genética populacional) à cultura humana. Ela tenta explicar vários assuntos controversos, como religião e sistemas políticos, usando modelos matemáticos.

Muitos pensadores questionam se a analogia dos genes com a cultura vai se fixar e como essa similaridade pode ser testada.

A memética deve ser distinguida da sociobiologia. Na sociobiologia, as entidades envolvidas são os genes, enquanto na memética são os memes. A sociobiologia está preocupada com a base biológica do comportamento humano, enquanto a memética trata os humanos não apenas como produto de uma evolução biológica, mas de uma evolução cultural também.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mem%C3%A9tica

O que vocês pensam a respeito?
Não li os textos de Dawkins diretamente , só as discussões sobre os memes , mas me parece uma atualização do conceito junguiano de Inconsciente Coletivo , com a hipótese da forma de transmissão.
Alguém tem acha que há essa relação?
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

A liberdade só para os que apóiam o governo,só para os membros de um partido (por mais numeroso que este seja) não é liberdade em absoluto.A liberdade é sempre e exclusivamente liberdade para quem pensa de maneira diferente. - Rosa Luxemburgo

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Offline Luis Dantas

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Re: A epistemologia dawkiniana, memética.
« Resposta #8 Online: 02 de Julho de 2007, 17:04:38 »
Não li os textos de Dawkins diretamente , só as discussões sobre os memes , mas me parece uma atualização do conceito junguiano de Inconsciente Coletivo , com a hipótese da forma de transmissão.
Alguém tem acha que há essa relação?

Não discordo.  Acho importante ressaltar que os memes são um tanto mais concretos e testáveis do que o Inconsciente Coletivo de Jung.
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Offline Luiz Souto

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Re: A epistemologia dawkiniana, memética.
« Resposta #9 Online: 02 de Julho de 2007, 20:07:18 »
Não li os textos de Dawkins diretamente , só as discussões sobre os memes , mas me parece uma atualização do conceito junguiano de Inconsciente Coletivo , com a hipótese da forma de transmissão.
Alguém tem acha que há essa relação?

Não discordo.  Acho importante ressaltar que os memes são um tanto mais concretos e testáveis do que o Inconsciente Coletivo de Jung.

O problema com a teoria do Inconsciente Coletivo é que ,apesar dos dados empíricos aos quais ela permite dar uma explicação , o mecanismo pelo qual ele seria formado e se transmitiria na espécie humana nunca foi definido ( Jung limitou-se a propô-lo sem discutir a forma como ele se estrutura a nível físico). Isto deu margem a diversas explicações idealistas , tipo propor uma "mente universal" , uma versão coletiva da separação alma/corpo cartesiana.
Com o avanço atual da neurociência acredito que poderemos  definir as bases moleculares do que chamamos mente e daí testar a hipótese de Dawkins. Acho que este será o ramo da ciência que vai causar uma revolução na história da humanidade no séc.XXI , como o fez a Física no século passado
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Offline Luis Dantas

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Re: A epistemologia dawkiniana, memética.
« Resposta #10 Online: 02 de Julho de 2007, 21:49:48 »
Mecanismo?  Para mim o problema do Inconsciente Coletivo é que ele é muito vago inclusive nos efeitos empíricos.  É uma idéia completamente infalseável.
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Suyndara

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Re: A epistemologia dawkiniana, memética.
« Resposta #11 Online: 04 de Julho de 2007, 09:46:04 »
Mecanismo?  Para mim o problema do Inconsciente Coletivo é que ele é muito vago inclusive nos efeitos empíricos.  É uma idéia completamente infalseável.

Exatamente! Vamos olhar nuvenzinhas no céu! :P

Embora eu não goste muito das idéia de memes, ela é pelo menos interessante em termos de mecanismos :wink:

Offline Luiz Souto

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Re: A epistemologia dawkiniana, memética.
« Resposta #12 Online: 05 de Julho de 2007, 00:50:14 »
Mecanismo?  Para mim o problema do Inconsciente Coletivo é que ele é muito vago inclusive nos efeitos empíricos.  É uma idéia completamente infalseável.
A teoria do Inconsciente Coletivo foi proposta por Jung para dar conta de uma observação empírica na prática clínica da psicanálise:o surgimento de  padrões simbólicos que surgem espontâneamente em indivíduos , com correspondência em manifestações culturais como a religiâo e a arte , a qual eles não tiveram acesso consciente.
 Para Jung este substrato inconsciente é diferente do Inconsciente Pessoal e constitui um substrato da psique , inerente à espécie humana e que tem uma base biológica  , que permite ser herdado e manifestar-se universalmente. Como históricamente a religião é a principal manifestação símbólica da humanidade ( já que até tempos recentes a arte estava ligada às manifestações religiosas) , os símbolos religiosos são uma fonte importante para estudo destes padrões , daí o grande espaço na obra de Jung dos símbolos cristâos ( especialmente os gnósticos) e da alquimia.
Observe que não entro no mérito da eficácia terapêutica da abordagem junguiana da psicanálise ( nem da eficácia da psicanálise em geral) , mas coloco que o que Dawkins designa "memes" me parece um conceito próximo a o de "arquétipo" de Jung.

Citar
" tudo que conheço mas não penso num dado momento,tudo aquilo de que já tive consciência mas esqueci,tudo o que foi percebido por meus sentidos e meu espírito consciente não registrou,tudo o que involuntariamente e sem prestar atenção (isto é, inconscientemente),sinto,penso,relembro,desejo e faço,todo o futuro que se prepara em mim e que só mais tarde se tornará consciente, tudo isso é conteúdo do inconsciente"

"Á esses conteúdos se acrescentam as representações ou impressões penosas mais ou menos intencionalmente reprimidas.Chamo de inconsciente pessoal ao conjunto de todos estes conteúdos.Mas além disso encontramos também no inconsciente propiedades que não foram adquiridas individualmente;foram herdadas assim como os instintos e os impulsos que levam à execução de ações comandadas por uma necessidade,mas não por uma motivação consciente...(Nesta camada "mais profunda" da psique encontramos os arquétipos.)Os instintos e os arquètipos constituem ,juntos,o incosciente coletivo.Eu o chamo de coletivo porque,ao contrário do incosciente pessoal,não é constituido de conteúdos individuais,mais ou menos únicos e que não se repetem,mas de conteúdos que são universais e aparecem regularmente"

"Os conteúdos do inconsciente pessoal são parte integrante da personalidade individual e poderiam ,pois, ser conscientes.Os conteúdos do inconsciente coletivo constituem como que uma condição ou base da psique em si mesma,condição onipresente,imutável,idêntica a si própia em toda parte."

"Quanto mais profundas forem as "camadas" da psique,mais perdem sua originalidade individual.Quanto mais profundas,mais se aproximam dos sistemas funcionais autônomos,mais coletivas se tornam,e acabam por universalizar-se e extinguir-se na na materialidade do corpo,isto é,nos corpos quìmicos.O carbono do corpo humano é simplesmente carbono; no mais profundo de si mesma a psique é universo"

" O conceito de arquétipo...deriva da observação reiterada de que os mitos e os contos da literatura universal encerram temas bem definidos que reaparecem sempre e por toda a parte.Encontramos esses mesmos temas nas fantasias,nos sonhos,nas idéias delirantes e ilusões dos indivíduos que vivem atualmente.A essas imagens e correspondências típicas,denomino representações arquetípicas.Quanto mais nítidas,mais são acompanhadas de tonalidades afetivas vívidas...Elas nos impressionam,nos influenciam,nos fascinam.Têm sua origem no arquétipo que,em si mesmo, escapa à representação,forma preexistente e inconsciente que parece fazer parte da estrutura psìquica herdada e pode,´portanto,manifestar-se espontaneamente sempre e por toda a parte"

"É muito comum o mal-entendido de considerar o arquétipo como algo que possui um conteúdo determinado;em outros termos,faz-se dele uma espécie de "representação" inconsciente,se assim se pode dizer.É necessário sublinhar o fato de que os arquétipos não tem conteúdo determinado;eles só são determinados em sua forma e assim mesmo em grau limitado.Uma imagem primordial só tem um conteúdo determinado a partir do momento em que se torna consciente e é,portanto,preenchida pelo material da experiência consciente.Poder-se-ia talvez comparar sua forma ao sistema axial de um cristal que prefigura,de algum modo,a estrutura cristalina,se bem que não tenha por si mesmo qualquer existência material.Esta só se verifica quando os íons e os átomos se agrupam de uma suposta maneira.O arquétipo em si mesmo é vazio;é um elemento puramente formal,apenas uma facultas praeformandi(faculdade de preformação),forma de representação dada a prioriAs representações não são herdadas,apenas suas formas o são.Assim consideradas,correspondem exatamente aos instintos que por seu lado,também só são determinados por sua forma.É impossível provar a existência dos arquétipos ou dos instintos,a não ser que eles mesmos se manifestem de maneira concreta.

Como não achei meu AION- Sobre o Simbolismo do Si-mesmo,que tem um resumo da teoria junguiana , tive que usar excertos de citações de Jung que constam ao fim do seu Memórias ,Sonhos e Reflexões.

Pelo que temos de conhecimento atual pela neurociência, a arquitetura das redes neurais seria o substrato das funções mentais , o que teria uma correspondência com o caráter "virtual" dos arquétipos, já que as conexões e a hierarquia das diversas áreas cerebrais gerariam os conteúdos específicos da mente, os quais não estariam ligados a uma área determinada mas ao arranjo delas.Assim os nossos padrões mentais como espécie tem um caráter herdado na sua estrutura , que sofrem modificações na dependência do ambiente em que está inserido cada indivíduo, mas como coletividade transmitimos à nossos descendentes nossa capacidade simbólica por ser inerente à nossa estrutura mental.
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