Estóicos
Por Acauan
Como manda o Código, o Guerreiro se fartará no suficiente.
Quando tiver por lençol a relva e por cobertor o firmamento, não se encontrará sobre as penas do ganso sono mais reparador.
Beberá da rocha que brota e do orvalho servido na folha côncava.
E sentirá frescor menor apenas do que aquele que exala do hálito da mulher amada.
Em sua mesa porá o fruto brilhante, o animal que corria ou a raiz que se entranha.
E se banqueteará.
Quando o vento gélido navalhar sua pele ou o sol inclemente secar suas lágrimas, o Guerreiro se aquecerá ou refrescará no triunfo futuro.
Pois comparado ao triunfo do Guerreiro, o mais macio leito é pedra, a água mais pura é areia e a carne mais tenra é vento seco.
Na noite do triunfo, o Guerreiro olhará seus pés e verá sob eles os prazeres da Terra.
Erguerá seus olhos para os olhos dos Seus, nos quais o triunfo se refletirá em sua plenitude.
E os erguendo mais, contemplará nas estrelas do Céu os que tombaram com glória.
Como manda o Código.