Autor Tópico: Poesia burlesca gaudéria (ête porquera)  (Lida 17750 vezes)

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Offline Südenbauer

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Poesia burlesca gaudéria (ête porquera)
« Online: 10 de Julho de 2007, 13:38:43 »
AVISO: CONTEÚDO DE LINGUAGEM CHULA IMPRÓPRIO PARA MENORES DE 18 ANOS


O processo de criação de um épico gauchesco
Ney Gastal

O ano é 1959, mas pode ter sido em 1960.
A cidade, Cachoeira do Sul.

Está em pleno andamento mais um Congresso Tradicionalista.
As sessões plenárias, chatas como em qualquer congresso, arrancam bocejos dos participantes.

Em uma delas um jovem, quase garoto, mata o tempo rabiscando versos em um papel. Seu apelido é Nico, e escreve:

"Deixei, faz tempo, a punheta,
que há muito não tinha trégua
e me amiguei com uma égua
bragada, lerda e maceta,
com um rasgão na bureta
que media mais de légua".

Nico sorri. Olha em volta, pelo auditório sonolento, e vê, quase a seu lado, o Magro. Passa-lhe o papel e sussurra: "Continua". Estava nascendo ali uma das mais conhecidas peças da poesia chula do Rio Grande do Sul, "Comendo égua e outros bichos" (ou "Bombacha branca").

Magro não se faz de rogado. Escreve ali mesmo outras duas estrofes, e passa o manuscrito ao Chimango, que também ali mesmo cria outras duas. A sessão termina, e o papel volta às mãos de Nico. Mas este já havia se desinteressado. Ia por a folha no lixo quando o Magro se adiantou:

"Que é isso, tchê, vamos guardar de lembrança!"

Guardaram.

Alguns até hoje se arrependem, e negam participação na gênese de "Comendo Égua".

Explica-se: apesar de ser um hábito muito difundido no interior, a zoorastia, ou hábito de manter relações sexuais com animais, é assunto de galpão, para ser discutido a portas fechadas entre homens amigos, longe dos ouvidos femininos e de curiosos em geral.

O sucesso do poema, e sua difusão pelo país inteiro, criou situações de constrangimento para seus autores, alguns intelectuais "sérios", outros autoridades constituídas, alguns apenas gaúchos bem humorados, que nunca esconderam sua participação na gestação do poema bastardo, filho de seis pais e nenhuma mãe.

O Congresso terminou, os amigos seguiram rumos diferentes. Nico, ou Antonio Augusto Fagundes, e Chimango, apelido de Jayme Caetano Braun, voltaram a Porto Alegre. Magro, moleque, voltou para São Borja levando na bagagem os primeiros versos do poema. E nem bem chegou em casa, Apparicio Silva Rillo, mostrou o poema ao amigo Cláudio Oraindi Rodrigues, que escreveu dois versos sob o pseudônimo de Manduca. Rillo tentou então organizar o material, ordenando os versos já escritos.

Estava neste trabalho quando chegou à cidade outro poeta. O próprio Rillo me contou:

- Foi então que apareceu-nos o Telmo de Lima Freitas, que na época nem sonhava com a Polícia Federal e vivia cruzando o Uruguai. Leu os versos e resolveu entrar na suruba eqüina. São dele os dois do Chibeiro. Tempos após, chegou-nos o Glaucus Saraiva em São Borja, que conheceu os versos e, a meu pedido, escreveu o final.

O próprio Glaucus, em depoimento obtido em 1976, comentava o fato de ter feito quase que uma ode. São dele as seis estrofes finais, as melhores de todo o poema. Rillo o apelidou de Moralista, ainda que este não seja exatamente um adjetivo apropriado. "Comendo Égua" estava completo, mas era conhecido apenas pelos autores e alguns poucos amigos.

Rillo e Cláudio, no entanto, não pretendiam deixar a situação assim.

Integrantes de uma comissão para a construção da capela de Nhú-Porã, descobriram uma forma prática de arrecadar recursos: imprimiram mil folhetos com o poema, vendendo-os em prol da "obra meritória". Lembrava Rillo: "Arrumamos alguns bons pilas com o material. A capela lá está de pé, e pelo menos alguns metros quadrados de suas paredes foram custeados com o dinheiro que arrecadamos com os folhetos".

O folclore do poema não termina aí: na manhã de um domingo, em plena praça central de São Borja, ao final da missa, o cego da praça anunciava em altos brados a venda de um folheto com versos de "grandes poetas da terra", ainda em benefício das obras da capela. Muita gente foi comprar. Alguns acharam graça.

Outros ficaram brabos. Pelo sim, pelo não, Cláudio, responsável pela brincadeira, recolheu o poema e mandou o cego para casa, antes que a polícia chegasse. Até hoje não se sabe se o cego alguma vez soube o que estava vendendo, perto das respeitáveis senhoras do local.

Foi a partir destes folhetos que "Comendo Égua" correu o Brasil e conquistou o mundo. Há quem jure que existe uma versão em inglês, popular dos Estados Unidos até a Austrália.

Pode ser. No Brasil, seus versos são conhecidos do Oiapoque ao Chuí.

Com o tempo foram adulterados, transformados, desfigurados. O texto que publico a seguir é a versão original, transcrição fiel do folheto que ajudou a construir a capela e fez o sucesso do cego.

Tomei conhecimento dele primeiro em uma gravação, que Glaucus Saraiva concedeu registrar em 1976. Depois, Rillo mandou-me cópia do folheto. Uma das mais populares e conhecidas peças da poesia gaúcha, que você finalmente vai poder aprender na íntegra.

COMENDO ÉGUA e outros bichos....

Peça dramática em 2 Atos.

Personagens: Os "tarados''. Um Moralista.

Cenário: Fundos de potreiros, costas de arroio, socavões de sanga
(conforme predileção do espectador).

1º ATO
Em Cena: "Os tarados" (opinando sobre assunto de alta transcendência crioula)

NICO:
Deixei, faz tempo, a punheta,
que há muito não tinha trégua
e me amiguei com uma égua
bragada, lerda e maceta
com um rasgão na buceta
que media mais de légua. . .

O MAGRO:
Tudo depende de gosto
neste mundão sem fronteira.
Quanta china tafuleira,
saiúda e de boa anca
- segredo que não se explica -
não tem o gosto da crica
de um recavém de potranca!

Quanta vez, quando piazote,
só pra vé o fundo da toca
socava meia mandioca
na racha desta bragada,
e ali no maís, sem delonga,
socava também a chonga
prá não perder a bolada.

CHIMANGO:
Lá no fundo do potreiro,
contra um angico caído,
é assim que tenho fodido
quase até que diariamente,
e às vezes fico temente
que dessa fodologia
me surja lá um belo dia
um potrilho meio gente. . .

O MAGRO:
Tem aìnda um outro jeito,
les digo sincero e franco
- procuro um meio barranco
e encosto a égua de ré.
E empurro a piça - segura! -
mais enristada e mais dura
do que a lança de Sepé!

CHIMANGO:
Até na beira da estrada
eu já fodi, me bombeando,
e quanta vez, acabando,
já sentindo a comichão
num último estremeção
qualquer fungo de cachorro
me viu com cara de sorro
saltar de chonga na mão!

MANDUCA:
Abandonei a bragada
pois todo o pago sabia,
do cambicho o povo ria
e a bragada se gabava. . .

Cola erguida, relinchando,
vinha ao trote, me chamando,
quando "lejos" me avistava. . .

Mas de todas essas éguas
que ergui na ponta da piça,
foi a tordilha petiça
que maior gozo me deu.
Pois a diaba se deitava
e relinchando acabava
no mesmo sonho que eu. . .

O MAGRO:
Faz bem pouco - e bem me lembro
quando tocava prá um chicho,
me veio o diário capricho
de barranquear a potranca.

Mas quando empurrei-lhe o cacho
me largou um churrio macho
na velha bombacha branca. . .

Mas eu não vi o desastre
e assim, no baile chegando,
só vi china se espiando
e um velho, meio arreliado,
que me atacava e dizia!
- Em baile onde tem "famia"
não se aceita homem cagado!

O CHIBEIRO:
(Paciente de um mesmo caso)

Eu fiquei desenxavido
quando me senti cagado.
Fiquei meio encabulado,
tive que me desculpar.

- O senhor não vá pensar
que vim assim prá deboche,
mas tava tão bom o "coche"
que não vi ela cagar....
- Senão eu nem tinha vindo
neste baile familiar.

Mas a égua vai pagar
o fiasco que cometi.
Lá no Passo do Butuhy,
no primeiro tacurú
vou foder ela no cu
prá nunca mais se exibi....

2º ATO
Em Cena: Os "tarados", a um canto, sestrosos com a chegada de um novo personagem: o "Moralista" :

O MORALISTA:
Oh, poetas que cantais
velhas cópulas eqüinas,
olvidando outras vaginas,
que numa escala ascendente,
vos deram gozos candentes
no lupanar das campinas!
Eu que venero o passado
não cometo esta injustiça.

Consulto, pois, minha piça
cuja cabeça se anima
e bem melhor que a de cima
inda canta e não enguiça.

Lembro as primeiras punhetas
que findavam em "cosquinha"
calientes cus de galinhas
que eu fodi a valer
e o inigualável prazer,
- pelando a piça travessa -
de destapar a cabeça
prá um guaipeca lamber.

E as cadelas que eu comia
no meu tempo de menino!
Verdadeiro harém canino
que eu mantinha no galpão.

Só uma cachorra bandida
certa vez de uma mordìda,
quase me deixa capão!
Depois passei para ovelha
a quem não dava quartel.

Mas a eterna lua de mel
que com uma porca mantive
é lembrança que ainda vive
do meu campeiro bordel....

(Nesta altura os "tarados" mudam o nome
do "Moralista". . . para "Especialista")

Por fim a revelação
do prazer de comer égua,
quando a orgânica régua
de cabeça colorada
se transfìgurava na espada
de arremetida mui macha
- piça criada em bombacha,
pau do tempo do barato!

(Se o teu passado retrato
minha lembrança se alonga,
pois por ti, velha pichonga,
passou uma fauna tão vasta
que a memória se desgasta
em mental masturbação....)

E para a ejaculação
desta foda no passado,
vos digo, oh poetas tarados,
para concluir a lista,
que já fodi angolista,
pato, marreco e peru,
e pra se sincero e cru
- verdade que não escondo –
só não fodi marimbondo
porque tem ferrão no cu!

Fonte: Página do Gaúcho
« Última modificação: 11 de Julho de 2007, 22:58:37 por Fernando »

Offline Südenbauer

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Re: Poesia burlesca gaudéria (ête porquera)
« Resposta #1 Online: 10 de Julho de 2007, 13:39:01 »
Aventura de Piá

Barranquear é verbo xucro
Mais velho que a monarquia
Criado em fodologia
De um modo pampeiro e franco
Pois toda a lingua falada
Tem sua definição
É uma égua num barranco
E um cuera de pau na mão

O costume é muito antigo
Quase da idade da vida
Por alguma recolhida
Pela madrugada clara
Que algum xucro tapejara
Incendiado de tesão
Descobriu a invenção
De equilibrar a taquara

Piá de estância é caso sério
Quando vai ficando homem
Pra não sucumbir de fome
Há de viver de gambeta
Há de encontrar uma teta
Escoro pra cabeçalho
Pra não tronchear o caralho
De tanto tocar punheta

Esta história é de todos
Vou contar, portanto, a minha
Cresci fodendo galinha
No maior desembaraço
Arranquei tanto cabaço
Sem cerimônia e nem prosa
E larguei tanta penosa
Renga de tanto piçasso

Fui galo por muito tempo
Desvirginei muita franga
A piça era uma pitanga
De tanto que trabalhava
Até nem sei que gosto achava
Naquela fodologia
A pobre entrava e saía
Mas porém nunca acabava

Angola, coelho, seriema,
Gansa, marreca, peru,
Tudo passava na púa
Marchando com o fodedor
Uns a ferro, outros a dor
Iam tomando no isqueiro
Nem o galo do terreiro
Escapou por ser cantor

Se escapasse algum arisco
Que me tirasse uma luz
Mas fodi até avestruz
Uma lebre e um bugio
E até a puta que o pariu
Um lagarto desgraçado
Tinha o cú de atravessado
E além disso muito frio

Depois passei pro rebanho
Já transformado em carneiro
E vou lhe dizer parceiro
Muito melhor que galinha
Aquela buceta quentinha
Que dá calor e dá frio
E até deixa um arrepio
Pelo sabugo da espinha

Assim bem despreocupado
A foda é muito gostosa
Maneada como pra tosa
Sentada no pau da gente
Tendo aquela coisa bem quente
Choromingando na piça
Chega dar uma preguiça
De dormir eternamente

Cabra sim, nunca comi
Nem marimbondo tampouco
E dum jeito meio louco
Me enrabei num urubu
Até um sapo cururú
Esculhambei da rabada
Pois nunca errei a estocada
Em bicho que tinha cú

Agora, coisa especial é uma porca
Tendo a gente por cachaço
Bem limpinha e com cabaço
No seco em noite de lua
Ela se encosta e recua
Rebola e salta pra frente
Talvez pensando que a gente
Tem piça em forma de púa

As terneiras do chiqueiro
Também entravam no ferro
E quantas vezes um berro
Soltado de sopetão
Trouxe gente do galpão
Correndo pra ver o que era
Quase pegando este cuera
Meio de guasca na mão

Aí nesse meio tempo
Depois de foder de tudo
Eu já andava cuiudo
Nas éguas de recolher
Bem cedo, ao amanhecer
Ainda na tesão da urina
Eu tinha certo uma china
E fodia a mais não poder

Um barranquito qualquer
Já estava arrumada a foda
Dava uma bombeada em roda
Cuidando de muito jeito
Pra evitar que algum sujeito
Desses que espiam a gente
Gritasse assim, de repente:
- Buenos dias, bom proveito

Onde a mulher escasseia
A coisa pega este rumo
O índio que não tem pro fumo
E não dá pra nada o que ganha
E é por isso que se assanha
Campeando substituto
Nesse velho prostituto
Dos rende-vous de campanha

Certa vez, uma changuita
Me pegou de barranqueio
E me gritou: - Credo, que feio
Cruzes, que relaxamento
Porém me espiei de momento
E vi que ela tava querendo
Só assim acabei fodendo...
Mulher é bicho ciumento
O barranqueio é uma arte
Que exige muita cautela
Tem cada égua cadela
Que a princípio se estaqueia
Vira a cara, nos bombeia
Fazendo que não tá braba
Mas na hora do acaba
Nos dá uma negada feia

Assim termino essa história
Nem alegre nem tristonha
Piçasso, punheta, bronha
Tudo num estilo só
E quem não gostou tenha dó
E vá comer um urubu
Ou deixe as pregas do cú
Na chonga dum burro-chó.
« Última modificação: 10 de Julho de 2007, 14:20:52 por Fernando »

Offline Südenbauer

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Re: Poesia burlesca gaudéria (ête porquera)
« Resposta #2 Online: 10 de Julho de 2007, 14:21:29 »
Buceta

Grande buceta crioula
Tu foste criada à toa
Todos te acham mui boa
Pois qualquer índio tu cevas
Podes gritar sem reserva
Pois estás coberta de glória
Por sempre obter vitória
Nos piçassos que tu levas

Te chamo de vitoriosa
Por conhecer tua fama
Porque sei que numa cama
Quando a piça te procura
A resistência se apura
Fica molhada e desmaia
E eu duvido que ela saia
De ti novamente dura

Cada vez mais me convenço
Velha buceta bagual
Que tua fama é mundial
Por foderes com perícia
E às vezes só por malícia
Tu prova o que tenho dito
Pois muitas moças bonitas
Já metestes na polícia

Por isso que te admiro
Lagoa de bom tamanho
Lugar em que tomo banho
Quando estou afadigado
Na volta é mato cerrado
E o lago é profundo e feio
Onde eu pulei de ponteio
Quantas vezes, nem estou lembrado

Buceta, sempre és querida
Seja de moça ou de china
Pois tua graça domina
Desejos da humanidade
E eu confesso esta verdade
E onde náo entra teu nome
Qualquer espécie de homem
É homem pela metade

E aqui encerro, buceta
Porque já estou de pau duro
Mas quando eu pular o muro
Daqui para a eternidade
Faça-me esta vontade
Em vez de rezarem missa
Escrevam na minha piça
O teu nome, majestade.

Offline Südenbauer

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Re: Poesia burlesca gaudéria (ête porquera)
« Resposta #3 Online: 10 de Julho de 2007, 14:22:09 »
Buceta Velha

Velha buceta gaudéria
Criada em vestido de chita
Quanta guasca já abrigaste
Nesta tua gruta bonita

És porteira sempre aberta
A espera de uma chonga
Seja grossa ou seja fina
Seja curta ou seja longa

Quando nova sempre pronta
A galope numa piça
Para dar mais uma foda
Nunca sentiste preguiça

Tua história ainda registra
O buceta legendária
A entrada de uma piça
Aumentando a tua área

Está chegando o teu fim
Já tens a missão cumprida
Resta viver a saudade
Do tempo em que eras fodida

Nas nádegas que te cercam
Muito bicho já deitou
E ainda, ainda em tempo
Até chato se encontrou

Hoje, velha já cansada
Enrugada, já sem graça
Parece beiço de negro
Maltratado da cachaça

Por isso, oh buceta sublime!
Eu te exalto agora aqui
Pois não há homem neste mundo
Que possa viver sem ti

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Re: Poesia burlesca gaudéria (ête porquera)
« Resposta #4 Online: 10 de Julho de 2007, 14:26:21 »
Minha velha piça crioula

minha velha piça crioula
robusta, criada guaxa,
pareces 'meia de canha
no bolso da minha bombacha
é nervosa e sonolenta
deitada sobre o culhão

pula quando vê uma buceta
já pronta a entrar em ação
levanta só para agir
mas vive dependurada
e em entrevero de buceta
só briga de cabeçada

é comprida, reforçada,
de nascimento é careca
é amiga de muito cu
e apaixonada por xexeca

é da mais alta sociedade
e até mesmo de galpão
mas por xexeca cabeluda
tens doentia paixão

é do mais nobre mistério
ou de rude reunião
mas em todas as camadas
tens bastante aceitação

é a mão da humanidade
é modesta e sem luxo
é o encanto das mulheres
e é orgulho dos gaúchos

Offline Südenbauer

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Re: Poesia burlesca gaudéria (ête porquera)
« Resposta #5 Online: 10 de Julho de 2007, 14:27:16 »
Vou na Zona

Ivonir Machado

Toda minha vida gostei de
viola e gemido de sanfona
Sempre gostei de cachaça, briga,
arruaça e porta de zona
Eu era um homem rico,
dono de muito dinheiro
minhas fazendas e boiada,
gastei tudo num putero
tenho quatro filhas casadas
que vivem a me dizer
por que não dei nada a elas
e pus tudo a perder
se elas não tivessem casadas,
isso não iria acontecer
quem tem que tratar de vocês
são os maridos
genro tem que se fuder

eu já avisei parentes, amigos
tá todo mundo avisado
o dia que eu morrer é
na zona que eu quero ser levado
se me levarem para o cemitério
vou ser um defunto enjoado
vou dar coice no caixão
e jogar flor pra todo lado
por ali mesmo na zona é
que eu quero ser enterrado
mesmo depois de morto não
quero que as puta me abandone
quero que coloquem em cima da
minha cova um violão e uma sanfona
depois escrevam com
letras bem grandona
Aqui descanse Ivonir Machado
que gastou todos os seus trocados
mas foi o rei da zona

eu sou fudido quando
eu chego na zona
faço amor com as empregadas,
mas primeiro eu vou na dona

quando eu chego na zona
fico até de madrugada
primeiro cutuco a dona
pra poder não pagar nada
fazendo amor com a dona
não precisa de dinheiro
quando é de madrugada
já sou chefe do puteiro

antes de me embriagar
vou levando com respeito
depois que eu encho o rabo
faço amor de qualquer jeito
depois que eu estiver tragueado,
tanto fez, tanto faz
seja puta, ou veado
até de cara pra trás

eu sou fudido
quando eu chego na zona
faço amor com as empregadas,
mas primeiro eu vou na dona

todo o dia tou na zona
eu sou o linha de frente
quando eu não tô na zona
pode crer que tou doente
a zona é coisa boa,
a zona é coisa jóia
tem gente que é contra,
mas tem gente que apóia
quando é de madrugada
tou pra lá de embriagado
beijo nas bocas das puta,
sapatão e até veado
uma mão vai na virilha
e a outra no sovaco
eu cutuco a noite inteira
até esfolar o couro do saco

Mais em:
http://www.paginadogaucho.com.br/poes/obs/lista.htm

Offline Südenbauer

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Re: Poesia burlesca gaudéria (ête porquera)
« Resposta #6 Online: 10 de Julho de 2007, 14:37:26 »
Chicoleta buceta:

Offline Alegra

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Re: Poesia burlesca gaudéria (ête porquera)
« Resposta #7 Online: 11 de Julho de 2007, 12:52:10 »
 :histeria: :histeria: :histeria: :histeria:

Precisei de um dicionário mas valeu a pena!  :biglol: :ok:
Já sinto sua falta. Vá em paz meu lindo!

Offline Südenbauer

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Re: Poesia burlesca gaudéria (ête porquera)
« Resposta #8 Online: 11 de Julho de 2007, 22:57:30 »
Acho que pelo conteúdo existir mais por gozo do que por cultura a moderação poderia mover para a área Piadas e Brincadeiras.

;)

Offline Alegra

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Re: Poesia burlesca gaudéria (ête porquera)
« Resposta #9 Online: 12 de Julho de 2007, 10:22:17 »
Acho que tá bem aqui.  :ok:
Já sinto sua falta. Vá em paz meu lindo!

Offline Spitfire

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Re: Poesia burlesca gaudéria (ête porquera)
« Resposta #10 Online: 14 de Julho de 2007, 13:23:20 »
Eu tenho muito disto musicado... vou hospedar e postar aqui.  :hihi:

Offline Spitfire

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Re: Poesia burlesca gaudéria (ête porquera)
« Resposta #11 Online: 14 de Julho de 2007, 13:50:41 »
ATENÇÃO! CONTEÚDO IMPRÓPRIO PARA MENORES DE 18 ANOS!


Cu.
<a href="http://media.imeem.com/m/LiM1uBdd-y/aus=false/" target="_blank" class="new_win">http://media.imeem.com/m/LiM1uBdd-y/aus=false/</a>

Jonga crioula
<a href="http://media.imeem.com/m/KGya_S1wzU/aus=false/" target="_blank" class="new_win">http://media.imeem.com/m/KGya_S1wzU/aus=false/</a>

Buceta crioula
<a href="http://media.imeem.com/m/OSBI0oNlTs/aus=false/" target="_blank" class="new_win">http://media.imeem.com/m/OSBI0oNlTs/aus=false/</a>

Morbel campeiro
<a href="http://media.imeem.com/m/LnHs6Lcwuj/aus=false/" target="_blank" class="new_win">http://media.imeem.com/m/LnHs6Lcwuj/aus=false/</a>

Fodologia
<a href="http://media.imeem.com/m/mZq5geQ178/aus=false/" target="_blank" class="new_win">http://media.imeem.com/m/mZq5geQ178/aus=false/</a>

Fodelança
<a href="http://media.imeem.com/m/PIakVCA74-/aus=false/" target="_blank" class="new_win">http://media.imeem.com/m/PIakVCA74-/aus=false/</a>

Guasca torta
<a href="http://media.imeem.com/m/EFnYJxG-o4/aus=false/" target="_blank" class="new_win">http://media.imeem.com/m/EFnYJxG-o4/aus=false/</a>

Barranqueador de éguas
<a href="http://media.imeem.com/m/HzXtpRU02K/aus=false/" target="_blank" class="new_win">http://media.imeem.com/m/HzXtpRU02K/aus=false/</a>

Offline Südenbauer

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« Resposta #12 Online: 14 de Julho de 2007, 21:19:19 »
haha... eu também tenho essas. :D

Offline Spitfire

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« Resposta #13 Online: 14 de Julho de 2007, 23:10:57 »
Agora, só para mostrar que gaúcho não faz só putaria, uma música que eu acho que é uma das mais belas músicas compostas no RS...

Dependendo da situação, fico com os olhos marejados.

<a href="http://media.imeem.com/m/khXdJyjCbr/aus=false/" target="_blank" class="new_win">http://media.imeem.com/m/khXdJyjCbr/aus=false/</a>

 :ok:


Offline Alegra

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« Resposta #14 Online: 20 de Julho de 2007, 13:12:07 »
 :histeria: :histeria:

Não adianta disfarçar! Gaúcho é bicho doido mesmo!! e tarado!! hahahaha!!!!

Bem...morri de ri!!! só maluco...  :lol:
Já sinto sua falta. Vá em paz meu lindo!

Offline Unknown

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Re: Poesia burlesca gaudéria (ête porquera)
« Resposta #15 Online: 27 de Maio de 2011, 15:30:49 »
Aviso do gaúcho

Quando o gaúcho falha

Poema do cume
Obs: a narração desse não é gaúcha mas parece que foi inventada no RS no começo dos anos 70

Poesia do cu

"That's what you like to do
To treat a man like a pig
And when I'm dead and gone
It's an award I've won"
(Russian Roulette - Accept)

 

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