Pesquisadores do MIT desenvolvem nova geração de roupas de astronautaSão Paulo - Feito com materiais como náilon e spandex (fibras sintéticas elásticas), o BioSuit lembra roupas de super-heróis dos quadrinhos.
Nos mais de 40 anos de exploração espacial humana houve notáveis evoluções nos veículos, nos sistemas de controle e comunicação e em diversas outras tecnologias. Um item, entretanto, pouco mudou: o vestuário.
As roupas continuam enormes e pesadas. Formam uma bolha de proteção para os astronautas, mas acabam limitando seus movimentos. Mas a imagem de Neil Armstrong e Buzz Aldrin se deslocando desajeitadamente pela superfície da Lua deverá ser substituída por outra bem diferente quando o homem chegar a seu próximo destino.
Os modelos que serão usados em Marte deverão ser mais parecidos com os que estão sendo desenvolvidos no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos. Dava Newman, professora de aeronáutica, astronáutica e sistemas de engenharia, acaba de apresentar os primeiros resultados de pesquisa apoiada pelo Instituto de Conceitos Avançados da agência espacial Nasa.
A principal diferença do traje feito pelos pesquisadores está na maior mobilidade, uma vez que permite realizar com facilidade movimentos como dobrar os braços e joelhos, ações aparentemente simples, mas quase inviáveis com as roupas atuais.
Feito com materiais como náilon e spandex (fibras sintéticas elásticas), o BioSuit lembra mais a roupa de um super-herói de história em quadrinhos do que a de um astronauta – mais para o Homem-Aranha do que para John Glenn.
“Trajes espaciais tradicionais não permitem a mobilidade e a capacidade de locomoção de que os astronautas necessitam para missões de exploração em gravidade espacial”, disse Dava.
Quando um astronauta precisa vestir um traje especial em ambiente de microgravidade, como no exterior da Estação Espacial, o peso e desconforto das roupas atuais são suportáveis, mas o mesmo precisará ser evitado na exploração lunar ou marciana. “Trata-se de um cenário totalmente diferente, em que será preciso caminhar, correr ou pular”, disse Dava.
As roupas de astronauta atuais pesam cerca de 150 quilos, são pressurizadas a gás e exercem força no corpo do astronauta para protegê-lo dos rigores espaciais. O BioSuit, baseado na contrapressão mecânica, usa diversas camadas grudadas que formam uma espécie de segunda pele.
A equipe do MIT trabalha há sete anos no projeto, em conjunto com uma empresa de design. Segundo os pesquisadores, os protótipos ainda não estão prontos para viagens espaciais, mas demonstram o que se espera atingir: trajes leves, confortáveis e aderentes para permitir que os exploradores possam se movimentar sem a menor dificuldade – e sem se cansar tanto como ocorre com as vestimentas atuais.
Outra vantagem do BioSuit está na segurança. Se um traje tradicional for furado por um minúsculo meteorito ou qualquer outro objeto, o astronauta tem que voltar imediatamente à espaçonave ou base, antes que ocorra a descompressão. Com a nova roupa, um pequeno furo pode ser consertado no próprio local, imadiatamente, com um remendo adesivo, sem afetar o restante.
Os pesquisadores esperam que os novos trajes também ajudem a diminuir o peso de massa muscular, que chega a 40% em viagens espaciais prolongadas. Segundo Dava Newman, o BioSuit deverá estar pronto até o retorno do homem à Lua, esperado para a próxima década, e para as futuras viagens a Marte.
http://idgnow.uol.com.br/mercado/2007/07/18/idgnoticia.2007-07-18.2728097756/----------------------------
Modelito para desfilar em MarteDesde que Yuri Gagarin subiu ao espaço em 1961, as roupas espaciais continuam as mesmas. Tanto faz se quem usa são cosmonautas russos, astronautas americanos e europeus, ou taikonautas chineses, todos ficam com a cara daquele boneco rechonchudo da marca de pneus Michelin. Mas no que depender de Dava Newman, uma professora de Astronáutica do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), estes dias estão contados. É que ela acabou de projetar um novo traje espacial usando fibras sintéticas como o spandex e o nylon.
Batizado de BioSuit, ele é muito mais elegante. Colado ao corpo, garante maior mobilidade e conforto na eventualidade dos humanos se aventurarem numa viagem de dois anos e meio a Marte, ida-e-volta, ou durante a construção de uma base permanente da Lua – projetos encomendados à Nasa pelo governo Bush. Para divulgar seu projeto, Dava resolveu fazer um desfile pelo MIT usando um traje justinho, que salienta as curvas dessa bela loira que não lembra em nada o estereótipo da cientista sem nenhum charme e com óculos “fundo-de-garrafa”.
A professora Newman em seu BioSuit, posa ao lado de traje convencional.
Basta ver as fotos para constatar que a diferença do BioSuit com relação aos trajes convencionais é gritante. Como estes últimos foram projetados para ser usados em ambiente de gravidade zero, seu peso nunca foi um problema a ser equacionado. Assim sendo, os astronautas que realizam passeios fora da Estação Espacial Internacional vestem roupas que pesam até 130 kg. Este peso se deve às diversas camadas isolantes e aos sistemas de suporte à vida. “Não dá para dobrar muito os braços e as pernas com uma roupa dessas”, comenta Dava Newman.
Cientista faz pose ao lado de estátua de Henry Moore, no
campus do MIT.
Segundo ela, uma coisa é usar um traje de 300 kg flutuando no espaço. Outra inteiramente diferente é caminhar sobre as superfícies lunar ou marciana, aonde a gravidade, apesar de consideravelmente menor do que a terrestre, existe e faz com que o astronauta tenha a impressão de estar vestindo uma roupa de várias dezenas de quilos.
Nova vestimenta salienta as curvas da bela cientista.
Outra vantagem defendida por sua estilista é o sistema de costura do BioSuit. Se um traje convencional for perfurado por um micrometeorito, seu ocupante deve correr até à estação espacial ou abrigo pressurizado mais próximos, antes que aconteça a descompressão total, seguida de morte. No caso do BioSuit, ele é todo costurado na forma de centenas de gomos estanques. Se um for perfurado, isso não irá danificar todos os outros. E este furo pode ser selado como se fosse um band-aid.
Justinho e leve, o BioSuit facilita os movimentos no espaço, comparado aos trajes atuais de 300 kg.
Dava Newman e sua equipe já trabalham no novo traje há sete anos. Ele ainda não está pronto para ir ao espaço, mas acreditam que dentro de uma década vai estar, bem a tempo de servir aos futuros ocupantes da base americana na Lua.
http://idgnow.uol.com.br/mercado/technoscience/archive/2007/07/17/modelito-para-desfilar-em-marte
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