O mais cruelmente irônico neste texto é que o critério de " utilidade" de um povo foi usado por séculos pelos potentados ocidentais nas suas relações com os judeus que viviam em seus domínios. Enquento eram úteis ( como usurários, coletores de impostos, administradores...) os judeus eram tolerados , assim que suas funções se tornassem desnecessárias , principalmente com o crescimento da burguesia mercantil não judia,eles podiam ser expulsos ou dizimados em pogrons.
Se a existência de um Estado é justificada pela sua utilidade então o inverso também se torna verdadeiro: posso destruir um Estado por não ser útil (deixo em aberto a questão de quem decide os critérios de utilidade).
A existência de Israel é um fato consumado , propor o seu desaparecimento como forma de resolver a questão israelense - palestina é pura miopia política. Na verdade Israel não deveria ter sido criado como Estado judeu, ele deve sua existência ao contexto geopolítico decorrente do período entre guerras e em menor parte (mas com maior peso ideológico) do impacto do genocídio nazista , ao criá-lo passando por cima das populações árabes locais gerou-se um foco de tensão contínuo no Oriente Médio. A criação de um Estado multiétnico não foi cogitada em nenhum momento de forma séria e hoje sua formulação , embora ao meu ver necessária,é extremamente difícil de ser conseguida.
Resta a criação de um Estado Palestino , com a consequente retirada de Israel dos assentamentos realizados após a Guerra dos Seis Dias; artificialidade por artificialidade a criação de Israel implica na criação da Palestina.