Tópico: A deusa de oito anos!

[Guinevere]

'Deusa' nepalesa prefere macarrão instantâneo
Sajani Shakya tem dez anos e diz que quer ser fotógrafa.
Ela correu o risco de perder o status de Deusa do Nepal por ter ido aos EUA.
Gopal Sharma Da Reuters entre em contato



Para uma deusa, esta garota nepalesa de 10 anos de idade tem ambições modestas.

 

“Eu quero ser fotógrafa”, disse a tímida Sajani Shakya enquanto pulou do sofá e pegou um envelope com fotos de sua recente visita aos EUA.


Sajani ganhou manchetes no mundo inteiro neste mês, quando autoridades religiosas ameaçaram tirar dela o título de “deusa viva” depois que ela visitou os EUA para promover um filme inglês sobre sua vida.


Sacerdotes nepaleses deram a Sajani o título de Kumari (deusa viva) de Bhaktapur há oito anos – uma posição que é adorada por milhares de hindus e budistas numa nação profundamente religiosa.


Mas alguns líderes religiosos ficaram insatisfeitos com a viagem da menina aos Estados Unidos, dizendo que ela desafiou tradições antiqüíssimas. As autoridades dizem que ainda vão tomar a decisão final sobre retirar ou não a divindade da menina.


Enquanto isso, Sajani aproveita prazeres mais comuns de muitas crianças – brinquedos, bonecas e macarrão instantâneo.


Sem saber da controvérsia causada por sua turnê, a menina de olhos brilhantes, usando um vestido azul e branco, brincou com uma câmera de brinquedo no sofá no quarto no primeiro andar que só pode ser alcançado através de uma porta tão baixa que é preciso se inclinar pra entrar.


“Esta é a Casa branca”, disse ela mostrando uma foto tirada por ela na capital dos EUA.


Foto: Gopal Chitrakar/Reuters
Gopal Chitrakar/Reuters
Sajani Shakya, deusa no Nepal aos 10 anos, brinca com sino (Foto: Gopal Chitrakar/Reuters )

Em Washington, Sajani visitou o Capitólio, conheceu nepalesas que vivem nos EUA, visitou uma escola e conheceu crianças americanas.


Os cineastas britânicos afirmam que a viagem deu à menina a oportunidade de compartilhar sua cultura com outros.


 
 Encarnações

De acordo com a tradição da deusa viva, seguida há séculos em três cidades antigas do vale do Kathmandu, as jovens são selecionadas por sacerdotes para servir como encarnações para Kali, a deusa hindu do poder.


Elas mantêm seu papel “divino” até a primeira menstruação, quando têm que se aposentar e se reunir à sua família novamente. Então uma nova garota é escolhida.
Em Bhaktapur, Sajani vive uma vida normal com seus pais numa casa próxima à histórica Praça Durbar entre ruas estreitas pavimentadas com tijolos vermelhos.


Saiba mais

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“Eu tive a sorte de tê-la selecionada como Kumari”, disse seu pai de 43 anos, Nuchhe Ratna Shakya, sentado num banco no pátio interno de uma casa de tijolo e madeira na parte antiga de Bhaktapur, perto de Kathmandu.


“Isso trouxe sorte para minha família. Estamos orgulhosos dela”, disse Shakya, que disse arranjou um emprego numa fábrica de biscoito depois que a filha foi escolhida.

 
  Outras deusas

Existem outras deusas vivas no Nepal. A Kumari principal vive num antigo templo em Kathmandu e segue uma disciplina religiosas mais rigorosa do que as deusas da cidade vizinha de Patan, que também tem sua própria deusa virgem.


“Ela vive como uma criança normal conosco, exceto por duas semanas durante o Dasain”, disse a mãe de Sajani, Rukumani, referindo-se ao maior festival hindu, normalmente celebrado em outubro.


“Ela gosta de comer macarrão instantâneo e biscoitos e adora brincar com bonecas”. Ela não pode comer galinhas nem ovos, mas carne de cabrito é permitida. Em casa ela joga badminton com suas irmãs no jardim em frente a sua casa.


 Papel Divino

Durante o festival, Sajani, de pálpebras pintadas de preto, veste um traje vermelho e fica sentada num trono de madeira pintado que se assenta nas costas de duas estátuas de leões.


Os devotos curvam suas cabeças em direção a seus pés e ela os abençoa de seu trono, com cabeças de deidades hindus e um deus serpente entalhados na madeira suspensa sobre sua cabeça.


Alguns ativistas pelos direitos humanos contestaram a prática de se nomear “deusas” em Nepal, dizendo à Suprema Corte do país que o caso é um abuso dos direitos humanos da menina.


Um painel de especialistas em cultura nomeados pelo governo está investigando as acusações.


Mas Rukumani disse que achava ótimo ver Sajani em seu papel de divindade.
Professores da Escola Secundária de Mount Valley (onde Sajani é aluna da quarta série) disse que a “deusa” é uma aluna mediana.


“Ela nunca briga com as outras crianças. É tímida e não particularmente brilhante”, disse a professora de ciências Ratna Mallik.

Acho que quando rezam pra ela terminam a oração com "Lamém!"
 

[Nyx]

  Eu acho isso extremamente triste.

A alguns anos li uma reportagem sobre a vida dessas meninas.

Depois que elas "deixam de ser divindades" a vida deles fica de ponta cabeça.

[Guinevere]

Mas que conceito de divindade mais "funcionário público"

[Daniboy]

Viajou para os EUA? Então não pode ser uma divindade...



bugajuba lula pitochaca jobolulo

Pronto, já fui mais inútil que esse texto

[Pregador]

Interessante. os Deuses agora são escravos dos homens. "Nós os criamos, nós mandamos neles".

[Johnny Cash]

Interessante. os Deuses agora são escravos dos homens. "Nós os criamos, nós mandamos neles".

E depois, quando mais velhos um pouco.. demitimos eles!

[Diegojaf]

Mas que conceito de divindade mais "funcionário público"

Funcionário público tem estabilidade e, em alguns casos, vitaliciedade...

Pronto... funcionários públicos são deuses...

[Suyndara]

Mas que conceito de divindade mais "funcionário público"

Funcionário público tem estabilidade e, em alguns casos, vitaliciedade...

Pronto... funcionários públicos são deuses...

Gostei!

[Nyx]

Mas... 

Elas mantêm seu papel “divino” até a primeira menstruação, quando têm que se aposentar e se reunir à sua família novamente. Então uma nova garota é escolhida.

E sem direito a aposentadoria.