Os filósofos também se preocuparam com a felicidade. Platão em
A República colocou o bem-estar da pátria acima da felicidade individual.
- Queres que aluguemos um pregoeiro, ou serei eu mesmo quem proclame que o filho de Áriston declarou ser mais ditoso o homem melhor e mais justo, e este é o homem monárquico, que reina sobre si mesmo; e o mais infeliz, o pior e mais injusto, sendo ele por sua vez o mais tirânico e o que tiraniza a si mesmo e à sua cidade?
- Proclama - disse Gláucon.
A República, Platão
Já Aristóteles coloca a felicidade na atividade intelectual.
Qualquer pessoa pode igualmente fruir os prazeres do corpo, seja ela quem for, e um escravo não menos que o melhor dos homens, mas ninguém atribui a um escravo um quinhão de felicidade (...)
Mas se a felicidade consiste na atividade conforme a excelência, é razoável que ela seja uma atividade conforme a mais alta de todas as formas de exelência, e esta será a excelência da melhor parte de cada um de nós. Se esta parte melhor é o intelecto (...) então a atividade conforme à espécie de excelência que lhe é pertinente será a felicidade perfeita. Já dissemos que esta atividade é contemplativa. (...)
As pessoas que usam sua própria razão e a cultivam parecem ter o espírito nas melhores condições e ser mais queridas pelos deuses. (...) Sendo assim então, o mais sábio é o homem mais feliz.
Ética a Nicômaco, Aristóteles
Espinosa a colocou igual à virtude dependendo do amor a algo eterno: deus; e da capcidade de controlar os sentimentos.
PROPOSIÇÃO XLII
A felicidade não é prêmio da virtude, mas a própria virtude; e não gozamos dela para refrear as paixões, mas ao contrário, gozamos dela por podermos refrear as paixões.
A felicidade consiste com o amor para com deus, amor que nasce do terceiro gênero de conhecimento; e por conseguinte, na medida em que age deve ser referido à alma; e, por consequência, é a própria virtude. (...) pelo fato de a alma gozar deste amor divino, ou seja, da felicidade, tem poder de refrear as paixões.
Ética V, Espinosa
Para Nietzsche a felicidade era indiferente, o homem nascia para criar valores.
É vossa vontade e são os seus valores que vós assentastes no rio do vir-a-ser; uma antiga vontade de potência é o que denuncia a mim aquilo que é creditado pelo povo como o bem e mal.
Assim falou Zaratustra, Nietzsche
Para Kant, a felicidade estaria na obediência aos imperativos categóricos, pois são valores a priori que os homens devem seguir.
Mas eu prefiro a máxima de Jesus: "a felicidade não é deste mundo", porque, no fundo, a felicidade não existe. Foi uma agradável invenção da humanidade para ajudar o povo a levar a vida e que enganou até os mais eminentes filósofos.