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12/08/2007 - 12h30Brasileiro é campeão de roubo de carro no JapãoVITOR SORANOdo AgoraMuita gente que foi para o Japão movida pelo sonho de fazer fortuna mergulhou num pesadelo: existem cada vez mais brasileiros presos naquele país, que tem endurecido as regras para autorizar a entrada de estrangeiros. Os crimes cometidos lá fazem a polícia japonesa supor que exista uma organização criminosa composta por brasileiros.De 2005 para 2006, segundo dados do Ministério das Relações Exteriores, o número de brasileiros presos no Japão subiu de 355 para 412 --alta de 16%. No mesmo período, o consulado do Japão em São Paulo registrou queda de 22% na concessão de vistos de longa permanência --aqueles usados por decasséguis (pessoas que deixam seu país de origem para trabalhar no Japão). Desde abril de 2006, qualquer estrangeiro precisa mostrar dois antecedentes criminais (um federal e outro estadual) para obter o visto."Provavelmente, o novo sistema tem afetado [a concessão de vistos]. Muitos têm alguma ficha policial, ainda que pequena, mas há quem desista por achar que o processo ficou complicado", diz Teruhiko Sakura, diretor-superintendente do Ciate (Centro de Informação e Apoio ao Trabalhador no Exterior), órgão para auxiliar decasséguis ligado ao governo japonês.Os brasileiros representam a terceira maior comunidade estrangeira no Japão, atrás de chineses e coreanos. São mais de 312 mil residentes.Entre os estrangeiros acusados de crimes e presos em 2005, os brasileiros estão em segundo lugar, representando 12,5% do total de detenções. Sobre o total de roubos cometidos por estrangeiros, os brasileiros são responsáveis por 34,7%, só atrás dos chineses. Sobre o total de roubos de veículos cometidos por estrangeiros, 59% são de responsabilidade dos brasileiros.Os dados estão no relatório "Crimes no Japão em 2005", documento no qual a Academia Nacional de Polícia do Japão analisa a ação criminosa de estrangeiros: "os delinqüentes brasileiros começaram com crimes de menor potencial ofensivo, como furtos desimportantes, mas passaram a cometer mais crimes violentos, como roubos. Eles estão no processo de formar uma rede nacional como organização criminal", avalia a entidade japonesa.Jovens e drogasAutoridades japonesas rascunham o perfil do criminoso brasileiro como o do jovem que não se adapta à cultura japonesa e está evadido do sistema de ensino local. No relatório do Ciate, pesquisadores demonstram "grande preocupação em relação à evasão escolar e ao número cada vez mais crescente de delinqüência juvenil". Segundo o texto do documento, "31,7% dos detentos brasileiros têm de 14 a 19 anos".O gerente de uma agência de viagens especializada em decasséguis, que não quis se identificar, cita o desarranjo familiar. "O decasségui vai para ganhar dinheiro o mais rápido possível e deixa o filho sem uma referência na família. Ele se envolve com drogas, bebidas, arruaça."A falta de identificação entre os emigrantes e a cultura japonesa é outra causa de desvios. "Hoje o contingente de mestiços é bem maior. O cara chega lá e dirige sem carta, por exemplo", diz Eduardo Toyama, diretor-executivo da Toyama Travel Service, empresa que oferece empregos para decasséguis. "O Brasil não é tão severo quanto o Japão. Os detidos levam pequenas quantidades de droga e acham que isso não importa. Mas importa."ReaçãoPara combater o aumento dos crimes praticados por estrangeiros, a polícia japonesa tem procurado punir também os criminosos que fogem do país na tentativa de se livrar das penas (leia ao lado).No Brasil, o Ministério da Justiça afirmou que está negociando "acordos para transferência de condenados e de extradição com o governo japonês". "Mandamos uma proposta para eles [japoneses] e ainda estão analisando", informou a pasta.
Já sabemos o que o Barata faz por lá.