Criacionismo ataca em reduto darwinistaDO "NEW YORK TIMES"
Os fósseis do Museu de História Natural da Smithsonian Institution, em Washington, têm sido usados para provar a teoria da evolução. Neste mês de junho, no entanto, o museu será anfitrião de um filme cuja intenção é justamente desbancar a teoria.
O Instituto da Descoberta, um grupo sediado na cidade de Seattle (EUA) que promove o chamado "design inteligente" -considerado pelos cientistas uma versão do criacionismo bíblico-, está anunciando em sua página na internet que o instituto e o diretor do museu de Washington "têm o prazer de anunciar a estréia nacional e uma recepção privada à noite" do filme "O Planeta Privilegiado: A Busca de Propósito no Universo", em 23 de junho.
O filme é um documentário baseado em um livro de 2004 escrito por Guillermo González, professor-assistente de astronomia na Universidade do Estado de Iowa, e de Jay Richards, vice-presidente do Instituto da Descoberta. A obra defende a mão de um criador inteligente (que os devotos do "design inteligente" evitam associar com o Deus cristão) na projeção da Terra e do Universo.
Notícias do anúncio pelo Instituto da Descoberta apareceram em um blog mantido uma proponente do "design inteligente", que o chamou de um "avanço estonteante". Mas um porta-voz do museu, Randall Kremer, disse que o evento não deveria ser considerado um apoio às visões expressas no filme. "É incorreto dizer que nós estamos de alguma forma endossando o vídeo ou seu conteúdo", disse.
Segundo Kremer, o museu oferece seu Auditório Baird para muitas organizações e corporações em troca de contribuições financeiras -no caso do Instituto da Descoberta, US$ 16 mil. Quando o anúncio na página do instituto foi lido para ele, Kremer disse: "Precisamos ver isso." Ele acrescentou: "Ficamos felizes em receber essa contribuição do Instituto da Descoberta para avançar nossas pesquisas científicas".
O presidente do instituto, Bruce Chapman, disse que sua organização procurou o museu por meio de sua empresa de relações públicas e que o museu pediu para ver o filme. "Eles disseram que gostaram muito -e que não só sediariam o evento no museu como seriam co-patrocinadores dele", afirma. "Essa sugestão foi deles. Claro, nós adoramos."
Kremer afirmou que funcionários do museu assistiram ao filme antes de aprovar o evento, para assegurar que ele estava de acordo com as regras da instituição, segundo as quais "eventos de natureza religiosa ou político-partidária" não são permitidos. O regulamento também diz que "todos os eventos no Museu Nacional de História Natural são co-patrocinados pelo museu".
A evolução virou um campo de batalha cultural nos EUA, país em que debates são travados em assembléias legislativas estatuais, parques nacionais e museus. Em vários Estados, proponentes do criacionismo tradicional e do "design inteligente" tentam banir o ensino da evolução darwinista das escolas. A mais recente dessas batalhas se desenrola no Kansas.
Embora a teoria de Charles Darwin e Alfred Wallace seja comprovada pesquisa após pesquisa pelo registro fóssil e pela biologia molecular, ela ainda é questionada pelos criacionistas, que dizem que ela tem falhas e que teorias alternativas devem ser ensinadas.
Questionado sobre se o anúncio no site do Instituto da Descoberta quis implicar que o museu apóia o filme e o evento, Chapman respondeu: "Nós não estamos querendo dizer de forma alguma que eles endossaram o conteúdo [do filme], mas eles o estão co-patrocinando, e nós estamos muito satisfeitos. Nós não estamos dizendo nada além disso. Eles certamente não disseram "nós estamos cedendo ao design inteligente, então vamos patrocinar isso".
fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe3005200501.htmComo sempre sutis e maliciosos,, distorcendo e corrompendo a verdade. valendo-se do marketing ao invés da ciência para propagar sua pseudo-ciência
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