Autor Tópico: Perda do "liivre-arbítrio"?  (Lida 821 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline Res Cogitans

  • Nível 14
  • *
  • Mensagens: 335
  • Sexo: Masculino
Perda do "liivre-arbítrio"?
« Online: 30 de Maio de 2005, 10:18:20 »
Olá senhores, nas páginas 397 e 400 do LIVRO DE OURO DA MENTE tem uma descrição de um experimento interessante do neurologista Lhermitte. aqui tem um pouco da parada:

Lhermitte (1983) and colleagues (Lhermitte, Pillon, and Serdaru 1986) placed patients with ventromedial prefrontal damage in social situations with strong environmental cues for highly inappropriate behavior. For example, a patient would be asked to come to a hospital office, and on a table in front of the office door would be a hammer, nail, and picture. These patients would invariably respond to these cues by hanging up the picture.

Original Article
Human autonomy and the frontal lobes. Part II: Patient behavior in complex and social situations: The environmental dependency syndrome
Prof F. Lhermitte, MD *

Clinique de Neurologie et de Neuropsychologie, Hôpital de la Salpêtrièere, 47, bld de l'Hôpital, 75013 Paris, France

Abstract
Imitation and utilization behavior have previously been described in terms of a simple interaction between an examiner and a patient, and were interpreted as an excessive dependence on environmental cues. In this study, patient dependence was observed in complex situations of everyday life. Two patients with focal unilateral frontal lobe lesions were observed while in a doctor's office, a lecture room, a car, and a garden, while visiting an apartment where various activities were possible, and while in a gift shop. The patients' behavior was striking, as though implicit in the environment was an order to respond to the situation in which they found themselves. The term environmental dependency syndrome is proposed for this condition. It implies a disorder in personal autonomy. Individual psychological traits influenced the way in which loss of autonomy was manifested. This study does not offer a physiological model of autonomy, but it does provide clinical and behavioral observations on the loss of autonomy secondary to unilateral lesions of the frontal lobe.

http://www3.interscience.wiley.com/cgi-bin/abstract/109677365/ABSTRACT
"Conhecer a verdade não é o mesmo que amá-la, e amar a verdade não equivale a deleitar-se com ela" Confúcio

Unbedeutend_F_Organisch

  • Visitante
Re.: Perda do "liivre-arbítrio"?
« Resposta #1 Online: 30 de Maio de 2005, 10:27:08 »
eu chamo de livre-livre-arbítrio o que as pessoas chamam de lívrio-arbítrio, poderia até ser o fim do livre-livre-arbítrio, mas não acho do que considero livre-arbítrio, que é a dúvida sobre nossas atitudes  ou de outras pessoas(mesmo que ilusória) ou ainda não saber exatamente qual atitude será tomada, apenas probabilidade...

Offline Res Cogitans

  • Nível 14
  • *
  • Mensagens: 335
  • Sexo: Masculino
Re.: Perda do "liivre-arbítrio"?
« Resposta #2 Online: 31 de Maio de 2005, 00:45:59 »
O neurologista francês François L’Hermitte investigou várias pessoas com lesão nos lobos frontais ou com falta parcial dos lobos frontais, e todos, relata ele, têm uma coisa em comum: ao se defrontarem com algum indício que sugira que deveriam fazer alguma coisa, eles parecem compelidos a faze-lo. [...]

L’Hermitte batizou esse tipo de compulsão de “síndrome da dependência ambiental”. Em uma série criativa de experimentos realizados com dois pacientes submetidos à lobotomia frontal, ele demonstrou a que extremos pode chegar essa reverência automática a estímulos externos.

Em um dos experimentos, L’Hermitte convidou dois dos pacientes à sua casa e , sem explicação, conduziu o primeiro, um homem, a um quarto de dormir. A cama estava arrumada com o lençol de cima dobrado pronto para usar, como em um quarto de hotel. Quando viu isso, o paciente imediatamente se despiu (inclusive removendo seu topete postiço), subiu à cama e se preparou para dormir, mesmo sendo no meio dia.

Quando o paciente foi educadamente convencido a se levantar de novo, L’Hermitte conduziu o segundo paciente, uma mulher, para o quarto. Ao ver a cama (agora amarrotada, em desordem), a mulher, também foi direto até ela. Mas, em vez de se deitar, ela começou a arruma-la. Em nenhum dos casos, as ações dos pacientes tinham sido sugeridas por qualquer palavra de encorajamento ou instrução. As ações pareceram ser resultado de pré-programação. O fato do primeiro paciente ter deitado na cama enquanto a segunda paciente a arrumou presumivelmente refletiu algo sobre a representação do papel masculino/feminino e não uma diferença fundamental no processamento de informações!

Em outro estudo, L’Hermitte levou um dos pacientes para outro cômodo e , logo antes de abrir a porta, disse uma única palavra: “museu”. Assim que entrou, o paciente começou a examinar as pinturas na parede, exatamente como se estivesse em um museu. A meio caminho da parede, havia uma lacuna obvia, onde estava faltando um quadro. Perto, L’Hermitte tinha colocado um martelo, pregos e, encostado na parede embaixo, o quadro que estava faltando. O paciente, novamente sem nenhuma instrução, apanhou o martelo, bateu o prego e pendurou o quadro.

Páginas 397 e 400 de O LIVRO DE OURO DA MENTE
"Conhecer a verdade não é o mesmo que amá-la, e amar a verdade não equivale a deleitar-se com ela" Confúcio

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!