Fabi.. desculpe pela brincadeira de mau gosto, não sei sua idade, mas como estou perto dos quarenta e minha família é pobre (uns três planos econômicos depois fomos promovidos a muito pobres), então não fui criado com muito luxo na mesa. Sou do tempo em que um pote de iogurte era presente de dia das crianças, leite era comprado em garrafas de coca-cola, sabe-se lá a procedência do tal leite ou da vaca.
Carne era coisa só de domingo, bolacha eram feitas em casa e assadas no forno e provavelmente eram as únicas bolachas que você não mastigava e sim chupava como se fosse pirulito. Tenho sérias dúvidas se minha casa foi feita com argamassa ou com a massa de bolachas.
Refrigerantes não existiam nessa profusão que tem hoje, o mais próximo eram as "gasosas" ou então sucos instantâneos onde a marca virou o nome do suco: "Q-suco".
Doces.. bombom, chocolate, eram coisas de crianças ricas.. chique era levar na segunda-feira depois da páscoa os restos de chocolate para a merenda, ou então faltar a aula porque, orgulhoso, tinha tido uma indigestão pelo excesso de chocolate.
No nosso caso os doces mais comuns eram pirulitos, doces de abobora (não sei porque.. no formato de coração), maria-mole, e balas soft.
Enfim, o cúmulo foi quando uma coisa preta entrou voando pela janela de casa e foi parar na panela.
Depois de tudo isso, não há o que me faça pegar nojo de comida.
Já vi (ver não é nada, o cheiro é muito pior) muita coisa e continuo carnívoro.
Minha receita exótica:
três cenouras picadas...uma cebola grande picada.. um pimentão picado.. batata picada (se houver algum outro legume na geladeira pode ficar e jogar na panela, mas lembre-se.. tem que ser picado), meio quilo de carne de gado (acém porque é mais barato) uma colher ou duas de tempero pronto .. dois litrso de água.. joga numa panela de pressão e deixa ferver por uns 30-40-50 minutos (depende do tempo da soneca porque ficar olhando pro fogão é coisa de mulher).. abre a panela, se a coisa estiver com um aspecto meio morocoxo.. durma mais um pocuo, a fome aumenta e daí vc come.
