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Religião
Em baixo e bom som
Ministério Público exige a regularização do volume dos ruídos feitos nas igrejas de Blumenau
DANIELA PEREIRA

 
 
 
Blumenau - O Ministério Público (MP) deu o primeiro passo para regularizar a emissão de ruídos emitidos pelas igrejas no município. Foram assinados cinco Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) com igrejas evangélicas da cidade ao longo deste mês. A finalidade é que todas as entidades religiosas padronizem o volume sonoro com respeito ao limite permitido pela lei ambiental, estabelecido em no máximo 60 decibéis, o que equivale ao som de uma pessoa dentro de casa ouvindo carros trafegarem na rua.

Dois acordos foram firmados este mês com a Igreja Assembléia de Deus, nas congregações dos bairros Itoupava Norte, na Rua 25 de Agosto, e na Velha Central, na Rua dos Caçadores. Além disso, o MP está finalizando mais oito termos com outras igrejas evangélicas, a serem assinados nos próximos dias. De acordo com o documento, as igrejas têm 30 dias para instalar um revestimento acústico. Enquanto as mudanças não forem finalizadas, o ruído produzido pode ter, no máximo, 45 decibéis, som corresponde a um escritório de 20 metros quadrados com computadores funcionando, segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

- Estamos tentando nos adequar a todas as determinações. Todos os dias recebemos reclamações do volume, não só das músicas, mas das pregações e das bandas. Queremos fazer uma lei para regularizar tudo - explicou o promotor, Mário Vieira Júnior.

Líder de igreja acredita que só vizinhos do templo se incomodem

O som proveniente das igrejas é uma discussão polêmica desde que os sinos da Igreja Martin Luther, na Itoupava Seca, foram proibidos de tocar em 2006. Em 3 de julho deste ano, o MP enviou um pedido ao governo municipal para medir os decibéis de todos os sinos. A Fundação do Meio Ambiente (Faema), responsável pela fiscalização, já mediu o som de cerca de 40% das 32 entidades religiosas.

- Acredito a fiscalização seja concluída em 60 dias. Vamos esperar o final do estudo para divulgar o resultado - disse o presidente da Faema, Jorge Müller.

O presidente da Igreja Assembléia de Deus em Blumenau, Nilton dos Santos, diz que a reclamação do barulho é apenas dos vizinhos dos templos.

- Fizemos um acordo e vamos cumprir. Nas novas obras colocaremos revestimento acústico, tudo como manda a lei - alegou.


 
 

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