
As primeiras notícias sobre o fenômeno do desaparecimento das abelhas não foram levadas muito a sério. Agora, o problema já foi detectado no Brasil, particularmente em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Matéria publicada no jornal Diário Catarinense afirma que o desaparecimento das abelhas já é motivo de grande preocupação entre apicultores dos dois Estados. E o desaparecimento vem acompanhado de outro problema: as abelhas que permanecem nas colméias estão morrendo infectadas por diversas doenças. Em depoimento ao jornal, o apicultor e pesquisador Leandro Simões, de Campo Alegre, diz que nunca viu algo parecido em 35 anos de profissão. O fenômeno pode causar graves desequilíbrios ambientais, uma vez que as abelhas são responsáveis por mais de 90% da polinização e, de forma direta ou indireta, por 65% dos alimentos consumidos pelos seres humanos.
Alguns produtores já registram perdas de 25% na produção de mel. Segundo Jair Barbosa Júnior, do Instituto de Estudos Socioeconômicos, com sede em Brasília, uma das possíveis causas do fenômeno pode ser a influência de lavouras transgênicas. Nos Estados Unidos, afirma ainda a matéria do Diário Catarinense, o problema já assume proporções catastróficas e recebeu o nome de Colony Collapse Disorder (Desordem e Colapso da Colônia). No Brasil, segundo Jair Barbosa, não há estudos aprofundados sobre o impacto dos transgênicos no ecossistema. Outra possível causa é o aquecimento global, diz o pesquisador. O sistema de orientação das abelhas funciona por meio dos olhos. As abelhas dependem da luz solar para encontrar o caminho de volta para as colméias. O aumento da incidência de raios ultravioletas poderia, assim, ser uma das causas do fenômeno. Essa possível causa não explica, porém, o que está atingindo o sistema imunológico dos animais.