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Realizada sem preocupação ambiental ou práticas sustentáveis, a reforma agrária gera a devastação dos recursos da floresta e não acaba com a miséria das famílias assentadas.Na semana passada, as Procuradorias da República em Santarém e Altamira, no Pará, pediram o cancelamento de portarias - emitidas pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) - que criaram mais de 99 assentamentos. Juntos, eles teriam uma área do tamanho do estado de Alagoas. Os procuradores afirmam que não há viabilidade ambiental e social para esses projetos.Pesquisadores afirmam que os assentamentos já respondem por 15% da área desmatada da Floresta Amazônica. Até o fim de 2006, as famílias ocupavam 8% da área da Amazônia, mas esse número continua subindo com o Incra levando cada vez mais famílias para lá. Apenas as madeireiras e as carvoarias irregulares são beneficiadas nesse processo.A taxa de desmatamento é 4 vezes superior, nas áreas de assentamento, à taxa média da Amazônia. Nesses locais, a falta de infra-estrutura é grande e as famílias acabam participando da ilegalidade ou realizando atividades que estimulam a derrubada da floresta, como a criação de gado leiteiro, para sobreviver. Há o caso de um assentado, entrevistado pela revista Época, que sobrevive unicamente do desmatamento: ele já vendeu toda a madeira com valor econômico da sua mata, e agora queima o que sobrou para fabricar carvão.