Há algum tempo venho observando os automóveis na rua e vejo uma das grandes (e muitas) incoerências da nossa sociedade predominantemente cristã: o apego aos bens materiais.
Todo mundo está careca de saber como gezuis, em seus sábios ensinamentos (que por sinal, são seguidos à risca por seus seguidores), prega o desapego aos bens materiais: 'não ajunteis para vós tesouros na terra', 'vende o que tens e dai em esmolas', 'e repartiam seus bens, segundo as necessidades de cada um' etc. Entretanto, o que se vê são as pessoas fazendo exatamente o oposto do que gezuis manda: as pessoas trabalham, juntam dinheiro, compram automóveis, casas, etc., depois caem de quatro e agradecem a gezuis (quem nunca viu no vidro trazeiro de algum carro: 'deus é fiel', 'foi deus quem me deu' (essa é campeã), 'quando deus quer, é assim' (afff...)) , e repartem apenas migalhas com os necessitados. Ou seja, fazem o oposto do que gezuis pregou e ainda agradecem a ele por conseguirem isso!
Mas a hipocrisia não se resume aos autos: casa própria, emprego bem remunerado ou negócio promissor, aprovação num concurso qualquer, todas as conquistas materiais são atribuídas a gezuis. Agora: de que adianta ser um homem-deus nascido da virgenzinha emprenhada pelo grande fantasma-mor, se as pessoas vêm com um livreco de dez reais, distorcem o significado e esculhambam os ensinamentos do cara?
O pior de tudo isso, é viver em meio à sociedade hipócrita e acharem ruim e fazerem cara feia só porque você não concorda com essa beleza de coerência.
