Calor distante Agência FAPESP – Astrônomos observaram pela primeira vez um tipo de onda de plasma cuja existência na coroa solar havia sido prevista, mas até então não confirmada.
Em artigo publicado na edição de 31 de agosto da revista
Science, o grupo norte-americano descreve a descoberta e conta como o estudo da propagação dessas ondas, conhecidas como ondas Alfvén, pode explicar por que a temperatura na coroa é muito maior do que na superfície do Sol.
O nome das ondas é uma homenagem ao sueco Hannes Olof Gösta Alfvén (1908-1995), ganhador do Prêmio Nobel de Física 1970 pelo trabalho na física de plasma.
A coroa solar se estende por milhões de quilômetros no espaço e sua temperatura também está na casa dos milhões. Estima-se que a temperatura na coroa seja mais de 200 vezes maior do que a da superfície. Entretanto, a coroa é muito menos densa e visível.
Os cientistas usaram um novo polarímetro instalado no Observatório Solar Nacional, no Novo México, para obter imagens da superfície do Sol em faixas muito estreitas e em luz polarizada. Em seguida, detectaram padrões característicos de ondas Alfvén que passaram pelas faixas.
O estudo feito pelo grupo liderado por Steven Tomczyk, do Centro Nacional para Pesquisas Atmosféricas (NCAR, na sigla em inglês), concluiu que as ondas de plasma não são fortes o suficiente para explicar os elevados níveis de calor na coroa. O desafio agora, segundo eles, é descobrir o mecanismo responsável pela transferência de calor da superfície para a coroa.
O artigo
Alfvén Waves in the Solar Corona, de Steven Tomczyk e outros, pode ser lido por assinantes da
Science em
www.sciencemag.org.
http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?data[id_materia_boletim]=7683
http://www.sciencemag.org/cgi/content/abstract/317/5842/1192