Anomalia indicaria matéria que "falta" ao Universo
Cientistas sugerem que a anomalia detectada na radiação do fundo cósmico de microondas deve-se à presença de um gásA anomalia detectada há dois anos na radiação do fundo cósmico de microondas, conseqüência da explosão do Big Bang, pode ser determinada pela presença de um gás. Se a hipótese for confirmada, será aberta uma via para poder detectar a matéria que falta no Universo atual.
A sugestão foi feita por um grupo de cientistas espanhóis do Instituto de Astrofísica das Canárias (IAC), na Espanha. Uma das pesquisadoras, Inés Flores, disse que no Universo "atual" não tinha sido detectada a presença dessa matéria, embora os cientistas saibam que ela deve ter estado em sua origem.
Esta descoberta, disse Inés Flores, representa um avanço no estudo das estruturas do Universo e mostra que só metade da matéria é perceptível, já que a outra pode ser formada de gás, que se encontra a uma temperatura que torna sua detecção impossível.
De acordo com o modelo do Big Bang, o Universo, que inicialmente era muito denso e quente, expandiu-se e, como conseqüência desta expansão, esfriou e abriu passagem para uma radiação de fundo. Esta foi descoberta de forma casual, em 1965, pelos cientistas Arno Penzias e Robert Wilson, que ganharam um prêmio Nobel.
Desde então, afirmou Inés Flores, foram realizadas várias experiências e observações do fundo cósmico. No entanto, estes indicaram que 75% da composição do Universo ainda é desconhecida. Dos 25% que são conhecidos, grande parte não pode ser medida, devido a sua própria natureza ou a suas condições de temperatura e densidade não emitirem radiações perceptíveis.
Isso acontece porque, após a longa viagem no espaço e no tempo, as radiações procedentes da grande explosão do Big Bang esfriaram e chegam de forma fraca, como microondas. Por isso, de acordo com a cientista, a descoberta da anomalia não esperada na radiação do fundo cósmico de microondas abre uma nova janela para conhecer a composição e a origem do Universo.
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