Os sofrimentos do jovem Werther. Esse livro provocou em mim uma crise de choro convulsivo que demorou vinte minutos para passar. Fui me esconder no quarto para o pessoal de casa não pensar que estava louco. Eu já tinha lido o preâmbulo que falava sobre os suicídios, achei aquilo um exagero. Durante o choro a idéia de suicídio não saía da minha cabeça, mas a idéia de morrer era ainda mais assustadora, entre as tantas coisas que passaram. De qualquer forma, esse momento cobaia revelou-me muitas coisas. O poder inebriante do artista de manipular as emoções que transforma a arte num tóxico poderoso. Que esse livro era uma isca para certos tipos, derramados e chorões - o meu caso. Que essa coisa chamada sensibilidade era um enigma, pois colegas meus o leram e não acharam nada, inclusive duvidaram da minha heterosexualidade. Que livro!