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Estudo: mudança climática não extinguiu neandertais

A extinção dos neandertais não foi causada pela mudança climática extrema, segundo um estudo baseado num novo método científico, que reduz consideravelmente os erros da datação pelo carbono 14.
Uma das responsáveis pelo trabalho publicado no último número da revista Nature, a geóloga da Universidade de Barcelona Isabel Cacho, explicou que os resultados jogariam por terra as hipótese de alguns cientistas. Eles atribuem a extinção dos neandertais a mudanças climáticas drásticas.

A extinção dos neandertais continua sendo motivo de polêmica entre os cientistas. Alguns dizem que eles desapareceram por causa de competitição com os hominídeos modernos; outros responsabilizam condições meteorológicas extremas.

As conclusões do estudo revelam que nenhuma das possíveis idades aceitas atualmente para datar o momento da extinção dos neandertais coincidiu com momentos climáticos extremos.

A hipótese de que eles desapareceram há 32 mil anos era assumida pela maioria dos cientistas. Até que um estudo publicado há um ano mostrou que a extinção pode ter sido mais recente, há 28 ou 24 mil anos, idade dos restos descobertos na gruta de Gorham, em Gibraltar.

"Em nosso trabalho consideramos os três momentos de extinção como três possibilidades, com três cenários climáticos diferentes", explicou Cacho. Ela acrescentou que em nenhum dos três cenários houve condições meteorológicas extremas.

Segundo os resultados do novo método de datação por carbono 14, criado por um dos responsáveis pelo estudo, Konrad Hughen, quase não houve variação climática há 28 mil anos, nem há 32 mil.

Cacho admite que a situação pode ter sido diferente há 24 mil anos. O período não coincidiu com um momento de mudança climática extrema no Mediterrâneo, mas sim no norte da Europa.

A glaciação, continuou, pode ter provocado emigrações para o sul dos hominídeos que habitavam o norte. Essa circunstância talvez tenha provocado a extinção dos neandertais da região ibérica, mas por motivos de competição, e não pelo clima em si mesmo.

O novo método desenhado se baseia na utilização de um registro contínuo e "muito preciso" do carbono 14 nos últimos 40 mil anos.

http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1903784-EI295,00.html