Autor Tópico: "La maldición de Malinche"  (Lida 5318 vezes)

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Offline uiliníli

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"La maldición de Malinche"
« Online: 15 de Setembro de 2007, 19:59:06 »
Fazer curso gratuito de espanhol na universidade não podia dar em outra coisa... Em nome da nobre missão de aprender o idioma de Cervantes minha penitência é ter que agüentar a propaganda esquerdista escancarada em aulas regadas a Eduardo Galeano e Mafalda. Na aula passada o desprazer que tive foi de ouvir uma musiquinha chulé que me parecia um sertanejo cantado em espanhol e que apresentava uma versão romantizada da colonização espanhola no México.


Maldición de Malinche
(G. Palomares)
Amparo Ochoa
"El cancionero popular"

Del mar los vieron llegar mis hermanos emplumados
Eran los hombres barbados de la profecía esperada
Se oyó la voz del monarca de que el dios había llegado.
Y les abrimos la puerta por temor a lo ignorado.

Iban montados en bestias como demonios del mal
Iban con fuego en las manos y cubiertos de metal.
Sólo el valor de unos cuantos les opuso resistencia
Y al mirar correr la sangre se llenaron de verguenza.

Porque los dioses ni comen ni gozan con lo robado
Y cuando nos dimos cuenta ya todo estaba acabado.
Y en ese error entregamos la grandeza del pasado
Y en ese error nos quedamos trescientos años esclavos.

Se nos quedó el maleficio de brindar al extranjero
Nuestra fe, nuestra cultura, nuestro pan, nuestro dinero.
Y les seguimos cambiando oro por cuentas de vidrio
Y damos nuestras riquezas por sus espejos con brillo.

Hoy, en pleno siglo veinte nos siguen llegando rubios
Y les abrimos la casa y les llamamos amigos.
Pero si llega cansado un indio de andar la sierra
Lo humillamos y lo vemos como extraño por su tierra.

Tu, hipócrita que te muestras humilde ante el extranjero
Pero te vuelves soberbio con tus hermanos del pueblo.
Oh, maldición de Malinche, enfermedad del presente
Cuándo dejarás mi tierra.. cuándo harás libre a mi gente.


Observações a respeito da ironia de uma música tão hispanofóbica ser cantada em Espanhol e argumentações sobre o fato de o próprio autor da mesma ter recebido uma herança cultural tanto do colonizador quanto do colonizado à parte, o que eu achei mais interessante foi a história dessa tal maldição de Malinche, um termo que  hoje em dia se refere ao fascínio pelo que vem de fora acompanhado pelo desprezo pela própria terra. A Malinche em questão é uma personagem quase desconhecida no Brasil, mas universalmente odiada entre os países de língua espanhola de nosso continente. A pequena biografia que ouvi dela na aula foi altamente desfavorável à pobre menina, classificada como traidora deslumbrada com os estrangeiros que, segundo palavras de minha própria professora, foi "a responsável" pelo massacre dos povos indígenas no continente, como isso não fosse inevitável. De qualquer forma eu a achei uma personagem fascinante e resolvi pesquisar um pouco mais, tendo encontrado este texto sobre o assunto: http://www.prodiversitas.bioetica.org/malinche.htm

Falando resumidamente, trata-se de uma jovem asteca, filha de uma família nobre, que após a morte de seu pai e o novo casamento de sua mãe, que deu à luz a um menino, foi oferecida como escrava pela própria família a comerciantes. Acabou sendo vendida aos maias e em algum tempo aprendeu seu idioma. Quando Cortés chegou ao México ela foi novamente oferecida como escrava, junto com mais 19 meninas, desta vez aos espanhóis, como presente. Cortés já contava com um tradutor do idioma maia, o padre espanhol Jeronimo de Aguilar, que tivera sobrevivido a um naufrágio, mas os astecas e a maioria dos índios não maias se comunicava em nahuatl. Em pouco tempo descobriram que uma daquelas índias que tinham ganhado falava tanto maia quanto nahuatl, dessa forma pôde servir de intérprete do próprio Jeronimo nos primeiros encontros com os emissários de Montezuma.

Convertida ao Cristianismo e batizada como Marina, Doña Marina, como era chamada pelos espanhóis, rapidamente aprendeu o castelhano e se tornou conselheira de Cortés, por quem se apaixonou e mais tarde virou amante, chegando a ter um filho, reconhecido pelo espanhol e batizado Martín Cortés. Apesar de o espanhol já ser casado com uma espanhola à época, aparentemente seus sentimentos pela moça eram recíprocos, tanto que freqüentemente outras mulheres eram oferecidas a Cortés, mas ele sempre as recusava. O nome de Malinche, como ficou conhecida entre os latino-americanos de hoje, não era seu nome verdadeiro, na verdade não era nem a ela que os astecas se referiam como Malinche, mas ao próprio Cortés. Malinche se traduz como "O capitão de Marina", sendo a própria Marina chamada "La Malinche", a mulher do capitão.

O talento para a negociação era uma característica marcante de Marina, que ajudou os espanhóis na tentativa de, a princípio, estabelecer relações amigáveis com o império Asteca e a conquistar aliados entre outros povos indígenas tributados pelos próprios astecas, como os cempolanos, os primeiros índios a se juntarem aos espanhóis na guerra com os astecas, que viria mais mais tarde - e Marina foi hábil em conquistar o apoio de milhares de guerreiros de diversas nações indígenas, sem os quais a conquista espanhola não teria sido possível.

Os astecas tinham muitos inimigos entre seus vizinhos. Esse império subjugava e cobrava tributos das civilizações menores e exigiam pessoas para seus sacrifícios rituais. Essas nações viram nos espanhóis uma oportunidade de se livrarem do jugo asteca, e os próprios espanhóis encontraram nelas um meio de conquistarem esse império e chegarem ao tão desejado ouro. Ironicamente, os próprios astecas selaram seu destino trágico oferecendo ouro e prata aos espanhóis como presentes logo nas primeiras reuniões entre seus emissários - eles literalmente "entregaram o ouro" mostrando ao invasor as riquezas que possuiam em suas terras. Como a Conquista seria inevitável, o papel de Marina foi mais o de acelerar e, de certa forma, até suavizá-la, evitando que ainda mais vidas fossem perdidas.

Após a bem sucedida campanha, Cortés conseguiu casar Marina com um de seus capitães e ela foi levada à Espanha, onde morreu sem deixar mais registros à história, mas seu filho, Martín, "o primeiro mexicano", alacançou altas posições no governo da província, tornando-se Comendador da Ordem de São Tiago, mas acusado de conspiração contra o vice-rei em 1548 foi torturado e executado.

Offline RainorX

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Re: "La maldición de Malinche"
« Resposta #1 Online: 15 de Setembro de 2007, 20:54:40 »
Super interessante, eu não conhecia essa história.

Offline Luiz Souto

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Re: "La maldición de Malinche"
« Resposta #2 Online: 15 de Setembro de 2007, 21:54:31 »
Usar as divisões entre grupos tribais  para melhor colonizá-los é uma estratégia antiga e bastante eficaz como a história de Malinche mostra bem ( e o uso pelos portugueses da hostilidade entre tupiniquins e tupinambás no caso da colonização portuguesa). Me lembra a peça Calabar do Chico Buarque.

Por outro lado a ironia da canção ser em espanhol faz parte do que Trotsky chamava de "ironias ferozes da história": a lingua do colonizador se torna a língua franca que permite aos colonizados de diversas etnias se comunicarem , se o autor a cantasse em quichúa ou guarani não teria atigindo o objetivo que queria.

O que você tem contra a Mafalda?
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

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Offline uiliníli

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Re: "La maldición de Malinche"
« Resposta #3 Online: 15 de Setembro de 2007, 21:57:13 »
Contra a Mafalda? Você quer dizer, além da pura e simples falta de graça?

Offline RainorX

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Re: "La maldición de Malinche"
« Resposta #4 Online: 15 de Setembro de 2007, 21:58:49 »
Contra a Mafalda? Você quer dizer, além da pura e simples falta de graça?

Bah, não concordo, as vezes ela é panfletária mesmo, mas há muitas tiras sensacionais. Tenho "Toda a Mafalda" aqui em casa.

Offline Thufir Hawat

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Re: "La maldición de Malinche"
« Resposta #5 Online: 15 de Setembro de 2007, 21:59:41 »
Contra a Mafalda? Você quer dizer, além da pura e simples falta de graça?
Pior que é verdade. Essa foi a coisa mais engraçada que já li que envolvia a Mafalda... e nem é tão engraçado assim.
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Offline uiliníli

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Re: "La maldición de Malinche"
« Resposta #6 Online: 15 de Setembro de 2007, 22:03:11 »
Pois é, a Mafalda para mim é só uma peça panfletária esquerdista sem a menor graça.

Offline Nyx

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Re: "La maldición de Malinche"
« Resposta #7 Online: 15 de Setembro de 2007, 22:04:48 »
 :| Difícil acreditar que alguém tenha idéias tão depreciativas da Mafalda, adoro ela.


 :hihi: Mas gosto não se discute.


 :P





E acho que saímos do assunto do tópico.  :hihi:

Offline Thufir Hawat

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Re: "La maldición de Malinche"
« Resposta #8 Online: 15 de Setembro de 2007, 22:07:21 »
Pois é, a Mafalda para mim é só uma peça panfletária esquerdista sem a menor graça.

O pior não é nem mesmo a questão do alinhamento político da Mafalda. As tiras não tem graça nem quando são apolíticas.
A mafalda (e seus amigos) não é uma criança, é uma adultinha de 1,10m. Por isso não é engraçada.

Sou mais o Calvin, que é moleque mesmo. E algumas das tiras dele até trazem posições bem críticas, mas sem comprometer a infância do personagem.
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Offline Nyx

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Re: "La maldición de Malinche"
« Resposta #9 Online: 15 de Setembro de 2007, 22:09:48 »
 :P

Que tal esse?





Offline Luiz Souto

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Re: "La maldición de Malinche"
« Resposta #10 Online: 15 de Setembro de 2007, 22:11:05 »
Contra a Mafalda? Você quer dizer, além da pura e simples falta de graça?

Bom . mas o Quino não fez a Mafalda para ser engraçada.Ela era pra ser , como a Emília do Monteiro Lobato , a porta-voz do autor.
É claro que adoro a Mafalda e só não tenho o "Toda Mafalda " porque dei de presente para minha filha. :)

A propósito também sou fâ do Calvin ( comprei hoje o Calvin e Haroldo - E foi assim que tudo começou)  :hihi:
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Re: "La maldición de Malinche"
« Resposta #11 Online: 15 de Setembro de 2007, 22:15:35 »





 :)

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Re: "La maldición de Malinche"
« Resposta #12 Online: 15 de Setembro de 2007, 22:16:48 »

Bom . mas o Quino não fez a Mafalda para ser engraçada.Ela era pra ser , como a Emília do Monteiro Lobato , a porta-voz do autor.
É claro que adoro a Mafalda e só não tenho o "Toda Mafalda " porque dei de presente para minha filha. :)

A propósito também sou fâ do Calvin ( comprei hoje o Calvin e Haroldo - E foi assim que tudo começou)  :hihi:


 :hihi: Ótimo presente!


Offline Adriano

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Re: "La maldición de Malinche"
« Resposta #13 Online: 15 de Setembro de 2007, 22:21:31 »
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

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Re: "La maldición de Malinche"
« Resposta #14 Online: 15 de Setembro de 2007, 22:23:35 »
 :feliz:


Offline Thufir Hawat

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Re: "La maldición de Malinche"
« Resposta #15 Online: 15 de Setembro de 2007, 22:37:23 »
Mas aí é que está: ela não é uma criança, é uma adultinha.
Até acho a Mafalda interessante, tem umas boas sacadas e tal, mas não acho ela engraçada.
Por isso prefiro o Calvin, as tiras são por vezes bem críticas, nonsense (tem até umas metalinguísticas, como essa da Mafalda de cima), mas sem que ele perca a característica de moleque.
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Re: "La maldición de Malinche"
« Resposta #16 Online: 15 de Setembro de 2007, 22:55:34 »
 :P E qual o problema dela ser uma adulta em miniatura?



 :hihi: Pra mim essa é uma das partes mais divertidas dela.

Offline Thufir Hawat

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Re: "La maldición de Malinche"
« Resposta #17 Online: 15 de Setembro de 2007, 22:59:02 »
Nenhum. Só não acho engraçado, acho artificial demais.
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Re: "La maldición de Malinche"
« Resposta #18 Online: 15 de Setembro de 2007, 23:01:50 »
 :P Gosto não se discute mesmo.


Eu pelo contrário acho divertido essa "antítese" de criança/adulto.  :)

Offline Thufir Hawat

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Re: "La maldición de Malinche"
« Resposta #19 Online: 15 de Setembro de 2007, 23:05:53 »
Mas é isso mesmo que eu não vejo. Não enxergo essa antítese, só vejo o lado adulto. Pra mim é como se ela fosse uma anã de 40 anos... :hihi:

Por outro lado nem toda a tira tem que ser engraçada. Muitas são apenas uma forma seriada de se contar uma história (Homem-Aranha, Conan, Fantasma). Nada impede que uma tira sirva apenas pra reflexão, ou mesmo que ela seja melancólica. E viva a variedade!
« Última modificação: 15 de Setembro de 2007, 23:09:40 por Thufir Hawat »
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Re: "La maldición de Malinche"
« Resposta #20 Online: 15 de Setembro de 2007, 23:07:40 »
A primeira tira até faz uma cosquinha, mas as outras duas, pelo amor de Zeus, hein?

Bom . mas o Quino não fez a Mafalda para ser engraçada.Ela era pra ser , como a Emília do Monteiro Lobato , a porta-voz do autor.

Perfeito. Mas eu não acho que o Quino tenha lá nada de muito interessante para dizer, suas críticas sociais raramente vão além do senso comum.

Offline Rodion

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Re: "La maldición de Malinche"
« Resposta #21 Online: 16 de Setembro de 2007, 03:35:11 »
eu achei a primeira muito óbvia pra ser inteligente. vai ver na época não era, vai saber...
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Thufir Hawat

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Re: "La maldición de Malinche"
« Resposta #22 Online: 16 de Setembro de 2007, 03:59:10 »
O pior da segunda é que é verdadeira e trágica, nem um pouco engraçada (...se bem que eu posso estar falando isso por quê recentemente me demiti de um colégio onde dava aulas por que os alunos me tratavam como subalterno. E a direção e os pais aprovavam...)
« Última modificação: 16 de Setembro de 2007, 04:49:46 por Thufir Hawat »
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Re: "La maldición de Malinche"
« Resposta #23 Online: 16 de Setembro de 2007, 07:45:53 »
A primeira tira até faz uma cosquinha, mas as outras duas, pelo amor de Zeus, hein?

Bom . mas o Quino não fez a Mafalda para ser engraçada.Ela era pra ser , como a Emília do Monteiro Lobato , a porta-voz do autor.

Perfeito. Mas eu não acho que o Quino tenha lá nada de muito interessante para dizer, suas críticas sociais raramente vão além do senso comum.

Bom, eu não só adoro a Mafalda (e ela não é nada senso comum!) como tenho um Guille em casa :)
Se não faz graça para vc, então tudo bem... mas não é 'propaganda esquerdista', é a visão do cara, que, aliás, é bastante apolítico e considera a esquerda latinoamericana retrógrada (e já foi criticado por isso pela esquerda latinoamericana, hehehe).

Mas enfim, a turma do Peanuts (Snoopy) também é mais madura, é uma tirinha mais para adultos do que crianças, não sei se percebeu :)

Calvin é outra coisa, embora também tenha críticas mais para o lado da filosofia.
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Re: "La maldición de Malinche"
« Resposta #24 Online: 16 de Setembro de 2007, 08:06:01 »
Quanto à Malinche, sim, conheço a estória (n ão, não a estudei na escola, mas sim estudei a colonização espenhola pois fiz o primeiro grau na Argentina):

-> Malinche não é odiada, não ouvi isso nem mesmo de mexicanos. Mas um ignorante de Historia talvez faça essa leitura errada.
-> Acho que vc não entendeu a canção, a maldição é de reconhecer como amigos os estrangeiros e desprezar os homens da terra, que fizeram com que os espanhóis fossem bem recebidos (e os 'gringos' hoje no México), ou seja, a música critica a postura de puxa-saco dos gringos que a classe alta mexicana tem -assim como a classe alta em toda a AL, aliás (aqui podia tocar a música do Amaury Jr que o pessoal do Pãnico adotou, hehehe)
-> Malinche teve uma forma de se valorizar, nada mais; talvez se gostassem de verdade, mas ela se destacou por ser bonita, por ser esclarecida (era nobre), e por falar a lingua dos que foram chamados 'maias' (na verdade, um monte de povos) e os astecas. Astecas estes que aliás eram inimigos naturais, não teria por quê sentir algum patriotismo por eles.
-> Cortés teve outras mulheres mexicanas, inclusive a filha do Montezuma.
-> Ia te falar que tenho outras leituras para te recomendar, mas se vc já não gosta de Mafalda, fica difícil, hehehe... Já leu sobre Bolívar ? Se ler um pouco, vai ver que não tem nada a ver com esse ditadorzinho de araque que diz que é bolivarista.
-> As estórias da colonização do império asteca e o inca é repleta de estórias de seqüestro, traição e morte.
-> Tanto espanhóis como portugueses usavam antigos náufragos e degredados para se relacionar com os índios, mas não eram confiáveis porque não agiam mais 'como cristãos', e tinham seus próprios interesses (vide João Ramalho, Caramuru, etc)
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