Tópico: Botswana

[Rodion]

http://en.wikipedia.org/wiki/Botswana
a botswana sempre me interessou. é "a áfrica subsaariana que dá certo", ao lado da áfrica do sul e ilhas maurícias. renda per capita maior que a brasileira, austeridade fiscal, nada de calote em dívidas, governo estável, o país menos corrupto da áfrica...
é como se a botswana fosse o chile e o zimbábue fosse a bolívia ou a venezuela; é aonde levam as idéias sensatas e aonde leva a perfeito-idiotice, seja latino-americana ou africana.

em tempo, um ranking de 'boa governança' na áfrica subsaariana.

http://www.economist.com/research/articlesBySubject/displaystory.cfm?subjectid=7933596&story_id=9857553

[Herf]

Texto do MSM sobre Botswana esta semana...

Só não vê quem não quer
por  João Luiz Mauad em 25 de setembro de 2007

Duas ex-colônias inglesas da África Meridional, Zimbábue e Botswana, enveredaram por rotas distintas depois de proclamadas as respectivas independências. A primeira, governada pelo truculento tirano Robert Mugabe, nação um dia chamada de "A Jóia da África", seguiu o caminho do socialismo, lançando mão de frenéticas políticas de expropriação, redistribuição e estatização da economia. Como era previsível - pelo menos para quem conhece minimamente a teoria econômica e a história do século XX -, seu povo encontra-se hoje em situação de profundo sofrimento, com destaque para a fome, as doenças, a perseguição política, a hiperinflação e a falta de liberdade.

Enquanto isso, a vizinha Botswana escolheu o caminho oposto, do livre mercado, tendo-se tornado uma das mais dinâmicas economias não apenas do continente, mas de todo o mundo, dona de uma renda per capta superior a do próprio Brasil (US$ 11.400 em 2006) e equivalente a 4,5 vezes a do Zimbábue. Graças à firme aderência ao Estado de Direito e à economia de mercado, há no país um clima de relativa prosperidade, especialmente quando comparado aos vizinhos próximos e ao restante da África Subsahariana.

A diferença entre os dois países chega a ser gritante. Enquanto Botswana tem mantido uma das maiores taxas de crescimento econômico do mundo, desde a sua independência em 1966 (média anual de 8,5%), o povo do Zimbábue vive na mais absoluta penúria. Como não poderia deixar de ser, os níveis de renda dos dois países mantém fortíssima correlação com os respectivos índices de liberdade econômica (veja gráficos abaixo). Enquanto Botswana ocupa o 38º lugar no ranking da Heritage Foundation, o Zimbabwe é o 154º, à frente somente de Líbia, Cuba e Coréia do Norte.





Mas, engana-se quem pensa que as coisas sempre foram assim. Na época da sua independência (1966), Bostswana tinha somente oito quilômetros de estradas (a maioria de terra batida). Não dispunha nem mesmo de uma moeda própria e utilizava a da África do Sul em suas trocas. Por volta de 1970, sua renda per capta era de US$ 590, enquanto a média dos demais países da África Negra (exceto África do Sul) era de US$ 609.

Já a história do Zimbábue é diametralmente oposta. Em 1980, quando o estúpido Mugabe subiu ao poder, o país tinha uma renda per capta ao redor de US$ 1.600 (praticamente idêntica à do vizinho). Hoje, sua RPC é de míseros US$ 2.580, o que dá um crescimento médio anual de parcos 1,8% em mais de 25 anos. Se tomarmos somente o período analisado pela Heritage Foundation, entre 1995 e 2006 (veja gráfico), a performance da economia socialista do Zimbábue é ainda mais horrorosa, com crescimento negativo da renda, em média, de 0,5% anual.

É evidente que todas essas diferenças não ocorrem por mero acaso. Há muito tempo já se sabe que o desenvolvimento econômico e social das nações guarda relação direta e estreita com certas instituições formais e informais, com destaque para o respeito ao direito de propriedade, a liberdade de comércio, empreendimento e escolhas individuais.

Ludwig Von Mises e F. A. Hayek, em suas contundentes e insofismáveis críticas ao socialismo, evidenciaram de forma cristalina que a propriedade privada e a liberdade para negociar os direitos a ela inerentes estavam na base do desenvolvimento econômico e social. Sem elas, o dinheiro perde a sua funcionalidade, os sinais de ganhos e perdas são distorcidos e a alocação dos recursos torna-se absolutamente ineficiente.

Nos exemplos de Botswana e Zimbábue, fica claro que o tamanho do Estado e a interferência dos governos na vida econômica tiveram papel preponderante nos destinos das duas nações. Enquanto na primeira o Estado manteve-se relativamente contido, dentro de suas atribuições primordiais, oferecendo segurança, garantindo o direito de propriedade e cuidando da infra-estrutura, na segunda ocorreu basicamente o inverso.

A exemplo de Alemanha (1945 a 1989) e Coréia (1953 até hoje), que sofreram divisões geopolíticas forçadas por guerras e mostraram ao mundo resultados sócio-econômicos totalmente diversos nos dois lados da fronteira, Zimbábue e Botswana também dividem, além de uma grande fronteira, homogeneidade étnica e lingüística, além de culturas e tradições bastante similares. A diferença está justamente nas escolhas dos modelos adotados.

Depois de tantos exemplos ao longo da história, só altas doses de fantasia ideológica, sintetizada pela permanente recusa em aceitar evidências plenas de nossos sentidos e o sistemático desprezo pelo raciocínio lógico, para fazer alguém, em sã consciência, continuar apostando no socialismo. Os áulicos petistas que o digam.

http://www.midiasemmascara.org/artigo.php?sid=6072&language=pt

[Rodion]

eu não acredito que eu fiz a mesma analogia. pff.

[Herf]

huahuauhau...

Pensei que você tivesse lido o texto do site e criado o tópico em seguida, esquecendo-se de postar o texto.

[Buckaroo Banzai]

AAAAh! Nãouçonãouçonãouço!!! Lalaá-em diversos países da África tem Coca-cola lalalá...

[n/a]

Estava vendo Gaborone, a capital da Botswana, no Google Earth. Não parece ser na África.

[Unknown]

Não parece ser na África.

Ué, por quê?

[n/a]

Não parece ser na África.

Ué, por quê?

A vantagem de não ser presidente é que nós podemos falar essas coisas. O Lula disse o mesmo há algum tempo sobre qualquer cidade africana e, obviamente, não repercutiu muito bem.

O lugar não é miserável, possui regiões aparentemente bonitas, modernas e organizadas. Há, na cidade, uma universidade jovem e simpática [http://en.wikipedia.org/wiki/University_of_Botswana], o país parece ter alguma prosperidade (ou mais prosperidade do que o habitual para a África).

[Unknown]

A vantagem de não ser presidente é que nós podemos falar essas coisas. O Lula disse o mesmo há algum tempo sobre qualquer cidade africana e, obviamente, não repercutiu muito bem.

Windhoek, capital da Namíbia, país em 7º lugar nesse ranking.

O lugar não é miserável, possui regiões aparentemente bonitas, modernas e organizadas. Há, na cidade, uma universidade jovem e simpática [http://en.wikipedia.org/wiki/University_of_Botswana], o país parece ter alguma prosperidade (ou mais prosperidade do que o habitual para a África).

Em geral, os países da África subsaariana que não entraram em guerra (seja civil ou com as nações vizinhas, ou ainda que se livraram dela rapidamente) depois de sua independência e que não são governados por ditadores conseguiram um desenvolvimento razoável.

[Partiti]

Em geral, os países da África subsaariana que não entraram em guerra (seja civil ou com as nações vizinhas, ou ainda que se livraram dela rapidamente) depois de sua independência e que não são governados por ditadores conseguiram um desenvolvimento razoável.

O que não é nem de longe o caso do Zimbabwe, ou Rodésia do Sul, para os mais antigos fazerem a conexão com a violenta guerra civil e o regime segregacionista que ocorreu por lá até o imbecil do Mugabe assumir.

E outra coisa, que é igual para tanto a Botswana quanto para o Zimbabwe, é a baixa expectativa de vida por causa da AIDS. Eles estão, respectivamente em 174 e 189 no ranking mundial de expectativa de vida. Isso que baixa o IDH deles.

[Rodion]

Não parece ser na África.

Ué, por quê?

deve ser muito limpinha...
a última coisa que li sobre o zimbábue foi sobre uma inflação com 4 ou 5 zeros.

interessante de botswana é que eles não tinham exército, até que serem invadidos por seychelles. aí criaram essa forcinha de 12 mil homens que atua em missões de paz, obras, etc.

[Worf]

[off-topic]

Até o Bush gosta de lá. He went to a park in BOTSWANA.

[/não pude resistir ]

[Partiti]

interessante de botswana é que eles não tinham exército, até que serem invadidos por seychelles. aí criaram essa forcinha de 12 mil homens que atua em missões de paz, obras, etc.

Bom,  ia ser difícil Seychelles invadir a Botswana, já que Seychelles é um arquipélago e Botswana não tem saída para o mar... Na verdade a históra é com a antiga Rodésia: http://en.wikipedia.org/wiki/Botswana#Defence

[Rodion]

[Donatello]

é como se a botswana fosse o chile e o zimbábue fosse a bolívia ou a venezuela;

Cháves e Morales governam há quanto tempo mesmo? Me parece que Bolívia e Venezuela não eram nem um pouquinho melhores governadas quando por lá mandavam políticos sensatos, que nem pensavam em "calote".

Eu nem discordo, em sí, das associações feitas. Já falei por aqui algumas vezes que não sou dos socialistas mais ferrenhos, daqueles que acreditam que o estado deva ser absoluto e a economia planificada. Mas querer associar a miséria da Bolívia a Morales e a riqueza do Chile a Pinochet. Há até dez anos os governantes da América Latina eram todos aliados de Pinochet, Rodion. Tinham todos o mesmo modo de pensar economia que ele. E é bom lembrar também que o Chile hoje é governado por Michelle Bachelet, se é possível associar a miséria da Bolívia ao seu atual governo vermelho (esquecendo-se das décadas seguidas de governos liberais que a carregaram a tal miséria) talvez também se possa associar a situação do Chile ao seu atual governo , igualmente socialista, não? 

Faça-me o favor, Rodion  .

[Rodion]

don't oversimplify it, djick.
morales é só um dos algozes da bolívia. não houve 'décadas de governo liberal'. na maior parte dos países latino americanos, os liberais entraram no final da década de 80 e ficaram pouco menos de uma década, a bolívia não é exceção; fazer reformas em qualquer lugar não é fácil, mas aqui talvez rivalizemos com a frança. no caso da bolívia, não se esqueça de que no começo da década de 50 o movimento nacionalista revolucionário tomou o país, nacionalizou as minas de estanho, fez reforma agrária, etc. até ser deposto quase uma década mais tarde por uma junta militar, que se não enveredou pelo caminho fácil pelo populismo todas as vezes tampouco achou atraente o caminho da austeridade.
a boa situação econômica do chile pode ser associada a pinochet, me parece bem claro. certamente não ao hiperinflacionador allende, né? os que vieram depois até reluto em chamar de vermelhinhos; lagos e bachelet são tão vermelhinhos quanto fhc.