Autor Tópico: Cientistas extraem DNA de pêlo de mamute congelado  (Lida 940 vezes)

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Cientistas extraem DNA de pêlo de mamute congelado
« Online: 28 de Setembro de 2007, 21:10:27 »
Cientistas extraem DNA de pêlo de mamute congelado
 
Uma técnica rápida para isolar o DNA de fios de cabelo ajudou um grupo de pesquisadores a reunir um grande número de informações novas sobre os mamutes.

Uma equipe internacional de pesquisa disse que o processo deve funcionar em outros animais já extintos, permitindo que sua estrutura genética seja estudada em detalhe pela primeira vez.

O DNA do mamute foi retirado do interior dos pêlos que, há muito tempo, acredita-se, seriam uma fonte pobre da "molécula da vida".

Mas o grupo de pesquisadores disse à revista Science que o material de queratina do interior do fio desacelera a deterioração e restringe a contaminação.

Acreditava-se que "todo o DNA estava na raíz e que o fio (de cabelo) ou não tinha DNA, ou tinha (material genético) de qualidade muito baixa", explicou Tom Gilbert, da Universidade de Copenhague, na Dinamarca.

"É por isso que quando nós analisamos vários mamutes, achamos que teríamos sorte se obtivéssemos uma qualidade suficiente de pêlos de um deles. Basicamente, para cada mamute analisado, funcionou. Isso nos surpreendeu", disse ele à BBC.

Ossos e músculos

A busca tradicional por DNA em amostras antigas começa por ossos e músculos preservados, mas qualquer material genético costuma se desagregar logo depois da morte e é passível de contaminação por bactéria.

Ter uma nova fonte de grandes quantidades de DNA bem preservado deve dar um verdadeiro estímulo à pesquisa científica, disse Gilbert.

A equipe analisou o DNA usando uma tecnologia conhecida como "sequencing-by-synthesis" (SBS), mas sua aplicação ao cabelo no contexto das amostras antigas é uma novidade.

"Como estrutura, o cabelo é feito deste material chamado queratina", explicou Gilbert, que trabalha no Centro de Genética Antiga de Copenhague.

"É um tipo de proteína que, de uma forma muito simplista, pode ser vista como um plástico em que o DNA se insere, e que o protege."

Os cientistas acham que a abordagem também vai funcionar para outros itens feitos de proteínas duráveis como chifres, unhas e até penas.

Eles dizem que acervos de museus possuem inúmeras amostras de criaturas extintas recentemente, sobre as quais os pesquisadores adorariam obter informações genéticas, mas nunca buscaram porque acreditavam que seu DNA estaria corrompido e não poderia ser analisado.

Gilbert e seus colegas usaram o DNA mitocondrial, um tipo especial de DNA que não fica no núcleo da célula e é empregado freqüentemente para medir a diversidade genética das populações, para saber o parentesco de organismos em diferentes grupos.

Antes só dois genomas mitocondriais haviam sido divulgados, mas o trabalho científico na Science menciona a produção de dez novos genomas, inclusive um do primeiro mamute estudado - o chamado mamute Adão, que foi encontrado em 1799 e foi armazenado em temperatura ambiente nos últimos 200 anos.

"Da nossa experiência trabalhando com amostras antigas, quanto mais baixa a temperatura em que elas são preservadas, melhor a qualidade do DNA. Então estamos procurando animais de permafrost (terreno em que a temperatura permanece a menos de zero graus centígrados durante o ano todo)", disseram os cientistas.

"Há também muitos velhos bisões e múmias de cavalos na permafrost. Não são apenas animais, também há seres humanos; há muitas múmias com cabelo em várias partes do mundo, do Egito e América do Sul a outras melhor preservadas de áreas frias como a Groenlândia."

Sobre a possibilidade de clonar uma criatura extinta, Gilbert disse que mesmo que se consiga identificar totalmente o material genético de um mamute, não existe ainda tecnologia para transformar informação bioquímica em um animal vivo.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/09/070928_mamutedna.shtml

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Re: Cientistas extraem DNA de pêlo de mamute congelado
« Resposta #1 Online: 29 de Setembro de 2007, 14:46:23 »
Talvez seja possível injetar o DNA do mamute no núcleo de uma célula e fazer ela se dividir... Depois dá para substituir o núcleo da célula e fazer uma elefanta parir um mamute...
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Offline LIAN

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Re: Cientistas extraem DNA de pêlo de mamute congelado
« Resposta #2 Online: 01 de Outubro de 2007, 13:56:23 »
Pelo que vi, até agora só DNA mitocondrial. A novidade é, mais um para comparar, pois ano passado foi publicado na Plos um artigo sobre o genoma mitocondrial completo de mamute!

E, nem faz sentido clonar esse mamute com esse material genético. Faria se fosse DNA nuclear, mas esse provavelmente está bastante detonado!
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Re: Cientistas extraem DNA de pêlo de mamute congelado
« Resposta #3 Online: 03 de Dezembro de 2008, 21:16:32 »
Genoma do mamute é seqüenciado

Agência FAPESP – É o primeiro genoma de um animal extinto: o mamute-lanoso acaba de ter seu código genético seqüenciado. Trata-se da última espécie do gênero Mammuthus, parente do elefante atual que deixou de existir há cerca de 10 mil anos, durante a última Era do Gelo.

O resultado do trabalho de um grupo de cientistas dos Estados Unidos e da Rússia foi publicado na edição atual da revista Nature. Partes do genoma mitocondrial do animal haviam sido seqüenciadas anteriormente, mas não o seu genoma nuclear.

Por meio do DNA extraído de amostras do pêlo do animal preservado no gelo, os pesquisadores conseguiram montar o genoma contido no núcleo das células do Mammuthus primigenius, que por mais de 100 mil anos viveu em regiões frias no hemisfério Norte.

Por permitir remoção mais fácil de bactérias e fungos, foram analisados pêlos, e não ossos. Outra vantagem é que há menos danos no DNA antigo em pelos, porque tais estruturas envolvem o DNA como se fossem recipientes plásticos, protegendo o ácido desoxirribonucléico da degradação e da exposição ao ambiente.

No estudo, os autores usaram amostras de dois mamutes congelados e encontrados na Sibéria, um com idade estimada em 60 mil anos e outro de 20 mil anos. Embora ainda faltem peças do quebra-cabeça, os cientistas estimam ter seqüenciado mais de 70% do genoma completo do animal.

Os cientistas suspeitam que o genoma completo do mamute-lanoso tenha pouco mais de 4 bilhões de pares de base, que é o tamanho do genoma do elefante africano moderno. Embora o estudo tenha resultado no seqüenciamento de 4 bilhões de pares de base, os autores calculam que, do total, 3,3 bilhões – um pouco mais do que a quantia dos humanos – sejam do mamute, com o restante pertencendo a outros organismos, como bactérias e fungos, que contaminaram as amostras.

Para identificar quais seqüências pertenciam ao mamute ou a outros organismos, o grupo usou uma versão preliminar do genoma do elefante africano, projeto conduzido por pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e da Universidade Harvard.

“Apenas após a conclusão do genoma do elefante africano conseguiremos saber ao certo quanto do genoma do mamute-lanoso foi seqüenciado”, disse Webb Miller, professor de biologia, ciência da computação e engenharia da Universidade Penn State, principal autor do estudo.

Segundo a análise inicial, o genoma do mamute difere do genoma do elefante africano moderno em apenas 0,6%. A diferença é cerca da metade da observada entre o homem e o chimpanzé, apesar de o mamute e o elefante terem divergido por volta do mesmo tempo – ou mesmo antes – do que humanos e chimpanzés.

“DNA antigo – obtido de fósseis com até 100 mil anos de idade – é altamente fragmentado, está presente apenas em pequenos traços residuais e está geralmente inundado de DNA de bactérias e fungos. Portanto, a idéia de seqüenciar um genoma completo de uma espécie extinta era, até há pouco tempo, impensável, uma vez que por 30 anos o único método de grande escala disponível – o método de seqüenciamento Sanger [desenvolvido pelo Instituto Sanger, na Inglaterra] –, não se mostrava adequado para a tarefa”, disse Michael Hofreiter, do Instituto Max Planck para Antropologia Evolucionária, na Alemanha, em comentário sobre o estudo na mesma edição da revista.

Mas uma novidade entrou em cena em 2005. Conhecido como método 454, ou piroseqüenciamento, ele permitiu ampliar em várias vezes a magnitude do processo, mais rapidamente e com menor custo. Foi a tecnologia usada agora no seqüenciamento do mamute.

Outros métodos surgiram posteriormente e, com o auxílio de modernos sistemas computacionais, tornaram possível seqüenciar bilhões de pares de base de dados de uma única vez.

O problema é que essas novas tecnologias, também chamadas de shotgun, resultam também em altas taxas de erros. A alternativa, para seqüenciar um genoma completo de um organismo sem erros, é realizar várias operações, de modo a poder subtrair as falhas. Segundo os autores do novo estudo, tal cenário deverá ser possível em poucos anos.

O artigo Sequencing the nuclear genome of the extinct woolly mammoth, de Webb Miller e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.

http://www.agencia.fapesp.br/materia/9758/divulgacao-cientifica/genoma-do-mamute-e-seq-enciado.htm

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Offline LIAN

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Re: Cientistas extraem DNA de pêlo de mamute congelado
« Resposta #4 Online: 03 de Dezembro de 2008, 23:26:40 »
O genoma mitocondrial era publicação para Plos Genetics, do nuclear é pra Nature!:D
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